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terça-feira, 15 de outubro de 2013

DC e linfomas

Recentemente, uma pessoa que conheço foi diagnosticada com um linfoma. Pelo menos duas pessoas chamaram a atenção dos médicos que acompanham esta pessoa da existência de doença celíaca na sua família; ambos afirmaram que não há relação entre linfomas e esta doença hereditária, inclusivé uma médica cirurgiã disse que a família não se deveria preocupar porque "a doença celíaca não passava de pais para filhos". A possibilidade não foi sequer ponderada. Perante tanta ignorância, trago hoje um artigo do website Alert Online, que qualquer pessoa minimamente interessada encontraria rapidamente numa pesquisa do Google. Só para registo.


Doença celíaca associada ao desenvolvimento de linfoma
Estudo publicado nos “Annals of Internal Medicine”
08 Agosto 2013

Os indivíduos com doença celíaca descontrolada apresentam um maior risco de desenvolver linfoma, defende um estudo publicado nos “Annals of Internal Medicine”.

A doença celíaca é uma doença autoimune caracterizada por lesões na mucosa do intestino delgado que, ao longo do tempo, reduzem a capacidade do corpo de absorver os componentes dos alimentos. Estes danos são resultantes da reação ao glúten, o qual pode ser encontrado no trigo, cevada e centeio.

Os investigadores da Columbia University Medical Center, nos EUA, explicam que quando um doente é inicialmente diagnosticado, a biópsia intestinal mostra um achatamento das vilosidades que estão envolvidas na absorção de nutrientes e fluidos. Os sintomas resultantes da doença celíaca, que incluem diarreia, perda de peso e anemia, resultam dos danos ocorridos nas vilosidades. Apesar de não ser prática universal, é realizada uma biópsia de acompanhamento alguns meses a anos após o diagnóstico, de forma a monitorizar os efeitos das alterações dietéticas e cicatrização das vilosidades.

Estudos anteriores já tinham sugerido que os pacientes celíacos apresentavam um maior risco de desenvolver linfoma, mas a razão desta associação ainda permanece desconhecida. Neste estudo os investigadores identificaram pacientes com doença celíaca que foram submetidos a uma biópsia de acompanhamento entre seis meses a cinco anos após o diagnóstico inicial. Cerca de nove anos após este procedimento, 57% dos 7.625 indivíduos com doença celíaca apresentaram melhorias, enquanto os restantes tinham ainda as vilosidades afetadas.

O estudo apurou que comparativamente à população geral, os pacientes com doença celíaca apresentavam um risco 2,81 maior de desenvolver linfoma, um cancro que afeta um tipo de células sanguíneas, os linfócitos. Foi também verificado que os indivíduos que apresentavam uma atrofia das vilosidades persistente tinham um risco ainda maior (105,4 por 100.00), comparativamente àqueles em que os intestinos tinham cicatrizado (31,5 por 100.000).

De acordo com os autores do estudo, a cicatrização dos intestinos parece ser deste modo importante na diminuição do risco de desenvolvimento de linfoma. Contudo, não se sabe ao certo por que motivo alguns pacientes continuam a apresentar as vilosidades do intestino atrofiadas.” Estudos anteriores demonstraram que o processo de cicatrização ocorre mais frequentemente nos pacientes que adotaram à risca uma dieta sem glúten”, revelou, em comunicado de imprensa, o primeiro autor do estudo, Benjamin Lebwohl.

Uma vez que danos persistentes nas vilosidades foram observados mesmo neste tipo de pacientes, existem outros fatores, ainda não identificados, que afetam o processo e cicatrização, concluem os investigadores.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.”

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4 comentários:

Anónimo disse...

Olá, Lucente

É, de facto, de lamentar que tal ainda aconteça. Eu fui diagnosticada há cinco anos (tenho agora 54)e logo na altura me alertaram para o risco acrescido de ter linfoma ou outros tipos de cancro caso não aderisse à dieta rigorosa. Cumpro-a desde então e mesmo assim, não tendo sido diagnosticada com linfoma (graças a Deus!),os meus linfócitos têm um comportamento errático, ora aumentam, ora diminuem. Isto para o médico que me acompanha só significa duas coisas: uma apertada vigilância (não vá o diabo tecê-las, como se costuma dizer!)e o cumprimento rigoroso da dieta. Para concluir, sou seguida por uma gastroenterologista e por um hematologista.
Maria Rosa

Lucente disse...

Obrigada Maria Rosa pelo comentário, escolheu bem a palavra, lamentável. Ainda bem que está devidamente acompanhada. O cumprimento rigoroso da dieta não é fácil, mas vale a pena, não é?

Anónimo disse...


É claro que sim, embora o diagnóstico tardio possa já não chegar a tempo de evitar certas complicações. Por isso, o diagnóstico precoce da doença é essencial. Não me canso de o repetir! No meu caso,neste momento, as vilosidades do meu intestino estão já normais o que, por si só, é um incentivo grande ao cumprimento da dieta.
Logo, diagnóstico precoce e cumprimento rigoroso da dieta é igual a uma vida sã e saudável. Isto é para todos os jovens (conheço alguns) que me dizem que,de vez em quando, cometem os seus "pecadilhos"!
Obrigada Lucente por este blogue!
Maria Rosa

Lucente disse...

Obrigada eu, Maria Rosa, por essa demonstração de vontade tão positiva! Infelizmente, nem sempre a encontro em celíacos diagnosticados.

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