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DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



segunda-feira, 31 de março de 2014

Primavera sem glúten

Este mês, como se pode ver pelos posts anteriores, tem sido fértil em novidades. Parece que com a chegada da Primavera, o mundo deixa a hibernação de Inverno e a vida acontece, e o mundo sem glúten não é excepção. Estas novidades chegaram-me aos ouvidos no Grupo Viva Sem Glúten Portugal do Facebook.

Novos rótulos Amanhecer
A marca própria Amanhecer do Recheio Cash and Carry (da Jerónimo Martins) já traz rótulos "Sem Glúten" em alguns dos seus produtos, inclusivamente alguns destes têm o logotipo da APC. Da última vez que lá fui, trouxe estes gelados para experimentarmos:














Sol de Inverno e a doença celíaca
Não costumo ver telenovelas, mas quase que apetece começar a seguir a novela da SIC, Sol de Inverno, só para ver o tratamento que vai ser dado a esta trama da história:

"Os dramas na vida de Manel não vão terminar tão cedo e o pior está para vir! Vasco, o filho do contabilista, adoece e os médicos não conseguem perceber do que se trata... O problema surge quando o menino começa a perder peso e a sofre de indisposições frequentes. Ao ver o filho sempre pálida, sem forças e sem a energia que lhe é habitual, Manel fica desorientado. Consulta então vários especialistas e as idas ao hospital tornam-se frequentes. Porém, apesar de todos os esforços, os exames médicos são inconclusivos e não conseguem direcionar os clínicos para um diagnóstico. Manel fica desesperado. 

Em pânico, procura então Ana e conta-lhe tudo o que se passa com o menino. Também a gestora fica aflita e sente-se incapaz de ajudar a criança. A verdade é que o antigo casal teme por Vasquinho. O desespero só chega ao fim quando um dos médicos aconselha o menino a fazer testes às alergias e se descobre que ele sofre de doença celíaca. Manel e Ana respiram de alívio, pois passaram-lhe cenários mais graves pela cabeça. Porém, sabem que Vasco irá agora enfrentar uma nova realidade. O menino vai ter de conviver com uma doença crónica e dali para a frente não poderá ingerir alimentos com glúten. Todos os seus hábitos alimentares vão ter de mudar da noite para o dia..." (in Mais Televisão)

Á parte o facto de doença celíaca não se diagnosticar com "testes às alergias" (que pode ser um erro de quem escreveu a notícia, não da novela em si), este desenvolvimento na vida da personagem pode ajudar a divulgar a doença celíaca, os seus sintomas e dificuldades de diagnóstico, assim como a gestão da dieta, informação que, de outra forma, não chegaria ao público em geral. Provavelmente, da próxima vez que disser que o meu filho tem doença celíaca, talvez ouça um "ah, como o Vasco da novela" em vez de "Como?", e isso já é uma evolução, sintomática do aumento de número de diagnósticos e maior visibilidade desta condição.

Vitaminas impróprias para consumo
A cadeia de fast-food Vitaminas, presente em muitos centros comerciais, começou a disponibilizar opções sem glúten. Contudo, um contacto com o seu serviço de Apoio ao Cliente bastou para perceber que não é uma verdadeira opção para celíacos e sensíveis ao glúten que têm de fazer uma dieta estrita:

"Na verdade iniciamos em Março, a comercialização de produtos sem glúten, massa e pão exclusivamente, nos nossos restaurantes Vitaminas.
Relativamente à questão que nos colocou, é que mesmo sendo produtos sem Glúten, não aconselhamos a celíacos, pois operacionalmente não conseguimos garantir a 100%, que não tenham quaisquer vestígios de glúten, devido à sua manipulação e acondicionamento.
De fato por receio de poder existir alguma contaminação cruzada (pese embora tenha sido dada formação aos colaboradores para a evitar, bem como tenham sido adquiridos os utensílios próprios e exclusivos para uso com estes produtos), não aconselhamos o seu consumo a celíacos, apenas a clientes que pretendam efetuar uma dieta sem glúten, sem ter por base questões de saúde.
Esta opção, reiteramos, traduz-se no fato de não nos ser possível assegurar que não possa existir um erro na manipulação desses produtos por um dos nossos colaboradores (de entre as centenas de colaboradores que temos) e que tal possa resultar na contaminação do produto que é algo que não podemos sequer correr o risco de acontecer, uma vez que a nossa principal preocupação é a saúde e satisfação dos nossos Clientes.
Agradecemos a sua preferência, esperando que compreenda esta situação."

É o dar sem dar, o "gaste o seu dinheirinho connosco, mas, se ficar doente, não temos nada a ver com isso". É uma opção apenas para os que se baldam à dieta porque acham que não há consequências ou para quem faz a dieta por moda. É pena que assim seja, pois já vimos neste blog exemplos de como é possível vender sandes isentas de glúten sem obrigar a a grandes acomodações. Assim, a imagem que a empresa transmite, a meu ver, é "podíamos fazer melhor, mas não estamos para nos chatear". 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Rebuçados sem glúten: Cedrinca 1910

Encontrei na semana passada, escondidos nas prateleiras das caixas do Continente, uns rebuçados italianos da marca Cedrinca, cuja embalagem referia serem "Senza Glutine - Gluten Free". Além disso, não têm corantes, conservantes e aromas artificiais. Comprei no sabor Frutos Vermelhos (estes, em particular, também não levavam leite na sua composição) para experimentar e foram um sucesso lá em casa. 

Pesquisando, encontrei o site da marca, mas este está em baixo. Noutros sites, encontrei a informação que todos os rebuçados seriam isentos de glúten. No entanto, os rebuçados de café desta marca referiam vestígios de glúten. Na falta de confirmação oficial, é uma questão de procurarem os rebuçados e verem se o sabor que vos interessa está devidamente rotulado. Para já, o Continente disponibiliza estas variedades (clicar na imagem para aumentar):







Fica a dica.


terça-feira, 18 de março de 2014

99% sem glúten

Não resisti a traduzir este post do Gluten Free Dude...












“Ontem, alguém enviou-me a foto acima para o Facebook e estou muito contente que o tenha feito. Embora me tenha perturbado, ainda deu para rir muito.

Estes brownies foram encontrados numa loja em Hong Kong. É isso mesmo... A moda sem glúten tornou-se global.

Estou espantado com a honestidade da empresa e, em parte, enojado com o que isso faz à consciencialização celíaca. Não se pode ser 99% sem glúten. O um porcento faz com que não seja isento de glúten.

Para quem é este marketing? E com que raios é que eles chegaram ao número 99?

Vejam... Existem certas verdades absolutas neste mundo louco em que vivemos. Ou se é ou não se é. Mas não se pode ser ambos.

Não se pode ser 99% virgem. Ou já o fizeste ou não o fizeste.

Não se pode ser 99% grávida. Ou se está a fazer um bebé ou não se está.

Não se pode estar 99% sóbrio. Ou se inalou ou não.

Não se pode estar 99% comprometido. Ou se está dentro ou se está fora.

Não se pode estar 99% a horas. Ou se está a horas ou se está atrasado.

Não se pode ser 99% honesto. Ou se é verdadeiro ou se é um mentiroso.

Não se pode estar a ouvir a 99%. Ou se ouve ou não.

Não se pode ser 99% vitorioso. Ou se ganha ou se perde.

Não se pode ser 99% fiel. Ou se pode confiar em ti ou és um crápula.

E não se pode ser 99% isento de glúten. Isso faz com que NÃO SEJA SEM GLÚTEN.

Que parte de SEM é que as pessoas não entendem?

Os celíacos vivem num jogo de zeros e o 100% absoluto é nosso amigo.

Agora, estou 99 % certo de que terminei este post.”

sábado, 15 de março de 2014

De compras pelo Pingo Doce

Não costumo fazer compras no Pingo Doce, mas numa passagem recente por este supermercado encontrei dois artigos novos que podem interessar a quem segue uma dieta isenta de glúten: pão ciabata sem glúten da marca Pingo Doce, com selo APC, e aperitivos de milho "Mooskys" da Disney (os meus filhos andam a rondar o pacote, ansiosos, desde que o trouxe). O pão custa 2,99€  e precisa de ir ao forno antes de consumir, e os aperitivos custam 0,99€. Fica a dica.




segunda-feira, 10 de março de 2014

A diabetes e a doença celíaca

O post de hoje traz um artigo de Janeiro deste ano da revista Today's Dietitian e que aborda a temática da ligação frequente entre a Doença Celíaca e a Diabetes Tipo 1, o que tem sido atribuído a uma causa genética comum. Dada a sua extensão, traduzi apenas algumas partes.

"Sem Glúten Com Diabetes Tipo 1
Um diagnóstico de diabetes tipo 1 exige mudanças de estilo de vida, que incluem alterações alimentares, actividade física regular e um rigoroso regime de medicação. Um diagnóstico de doença celíaca também requer mudanças significativas de estilo de vida que envolvem uma dieta isenta de glúten (DIG).

Cada doença é difícil de gerir individualmente, mas se ambas são diagnosticadas, simultaneamente ou com anos de diferença, a vida dos afectados pode tornar-se ainda mais complicada. (...)

Diabetes Tipo 1 e Doença Celíaca
A Associação Americana de Diabetes relata que cerca de 1% da população dos EUA tem doença celíaca, enquanto que cerca de 10% das pessoas que têm diabetes tipo 1, também têm doença celíaca. Vários estudos têm explorado a possível ligação entre estas duas condições.

Um estudo de 2002 por Barera e colegas publicado na revista Pediatrics investigou a prevalência de doença celíaca em 274 crianças e adolescentes no início da diabetes tipo 1 e a ocorrência de novos casos durante um período de seis anos de acompanhamento. Os pesquisadores descobriram que a prevalência de doença celíaca em pacientes com diabetes tipo 1 foi aproximadamente 20 vezes maior do que na população em geral. "A prevalência de doença celíaca confirmada por biópsia em toda a coorte de pacientes foi de 6,2%", escreveram os autores. Estes concluíram que "60% dos casos de doença celíaca já estão presentes no início da diabetes, maioritariamente por diagnosticar, mas os restantes 40% desenvolvem a doença celíaca alguns anos após o início da diabetes."  

A pesquisa sugere que a diabetes tipo 1 e a doença celíaca compartilham uma etiologia genética. O Instituto Nacional de Saúde informou num artigo de Fevereiro de 2013, "Pesquisa Encontra Partilha Genética de Susceptibilidade entre a Doença Celíaca e Diabetes Tipo 1 - Campanha de Consciencialização da Doença Celíaca", que "um número crescente de pesquisas sugere que a diabetes tipo 1 é desencadeada pela exposição ao glúten... Adicionando ainda mais peso à teoria de que as duas condições compartilham causas genéticas comuns. "

O artigo referia-se aos resultados de um estudo britânico publicado em 25 de Dezembro de 2008, na edição do The New England Journal of Medicine. De acordo com esses investigadores, "Duas desordens inflamatórias, diabetes tipo 1 e doença celíaca, co-segregam em populações, sugerindo uma origem genética comum." Concluíram que "uma susceptibilidade genética para tanto a diabetes tipo 1 e doença celíaca partilham alelos comuns [locais num cromossoma]. Estes dados sugerem que mecanismos biológicos comuns, tais como o dano tecidual relacionado com auto-imunidade, e a intolerância a antigénios alimentares, podem ser características etiológicas [causais] das duas doenças."

O estudo alemão BABYDIAB, publicado na edição de Outubro de 2003 do The Journal of the American Medical Association, seguiu recém-nascidos entre 1989-2003 e examinou se a introdução precoce de alimentos que contêm glúten influenciou o risco de desenvolver diabetes tipo 1 e auto-anticorpos da doença celíaca. Os pesquisadores descobriram que a suplementação alimentar com alimentos que contenham glúten antes da idade de três meses aumentou significativamente o risco de auto-anticorpos da diabetes tipo 1, mas que a exposição precoce ao glúten não aumentou significativamente o risco de desenvolver auto-anticorpos da doença celíaca.

O Estudo TEDDY (The Environmental Determinants of Diabetes in the Young- Os Determinantes Ambientais da Diabetes nos Jovens) iniciado em 2002, é o acompanhamento de cerca de 8.000 crianças na Europa e América do Norte, investigando possíveis gatilhos para a diabetes tipo 1, incluindo a doença celíaca. Jill Norris, PhD, MPH, presidente do departamento de epidemiologia da Colorado School of Public Health e uma das investigadoras do estudo, diz que o Estudo TEDDY faz o rastreio da autoimunidade celíaca por causa do risco de diabetes tipo 1 em pessoas diagnosticadas com a doença celíaca. Ela acredita também que a diabetes tipo 1 e a doença celíaca partilham um marcador genético e diz que o Estudo TEDDY está à procura de factores ambientais compartilhados, incluindo factores dietéticos.

Há uma ligação com a diabetes tipo 2?
Enquanto as pesquisas sugerem uma associação entre diabetes tipo 1 e doença celíaca, não parece haver uma ligação entre a doença celíaca e a diabetes tipo 2, uma vez que esta não é uma doença auto-imune e não compartilha genes com a doença celíaca. De acordo com a Celiac Sprue Association, os indivíduos podem ser geneticamente predispostos a diabetes tipo 2, mas esses genes não aumentam o risco de doença celíaca. (...)

Efeitos do glúten na glicémia
Imagem retirada da Net
Os diabéticos tipo 1 com doença celíaca que fazem uma dieta sem glúten não só se sentem melhor, mas também têm leituras glicémia mais estáveis. Em pessoas com doença celíaca, o glúten impede a absorção de hidratos de carbono no intestino, o que, muitas vezes, causa inexplicáveis picos de açúcar no sangue, explica a dietista Linda Reineke, que trabalha com pacientes com diabetes tipo 1 e doença celíaca, enquanto parte do programa de diabetes do University of New Mexico Hospital. Outros componentes dos alimentos também afectam as flutuações de açúcar no sangue, quando combinados com a ingestão de hidratos de carbono. Por exemplo, a gordura retarda a digestão. "Às vezes, os alimentos são absorvidos, outras vezes não, dependendo da diversidade na refeição", explica.

Esta especialista, enquanto seguia um cliente com diabetes tipo 1 ao longo de vários anos, encontrou-se constantemente com níveis variáveis de glicémia. Um colega na sua equipa sugeriu que o paciente poderia ter doença celíaca. "Ele foi testado e tinha anticorpos positivos para a doença celíaca", lembra. "Assim que começou a ingerir alimentos sem glúten, a sua glicémia ficou muito melhor." (...)

Desafios ao evitar o glúten
No entanto, eliminar todos os alimentos que contenham glúten duma dieta pode complicar a maioria dos aspectos da vida dos pacientes com diabetes tipo 1. Estes fazem a contagem de hidratos de carbono antes de comer as refeições e, em seguida, comparam-nos com a dose de insulina correcta. Eles também devem ter em conta a ingestão de proteínas e fibras alimentares. Isto representa um desafio, porque muitos alimentos processados sem glúten ​​são ricos em hidratos de carbono, mas pobres em proteínas e fibras. (...)

Educação do Paciente
Em última análise, a educação é a chave para viver bem com diabetes tipo 1 e doença celíaca. Os pacientes precisam de estar bem informados sobre as duas doenças e saber geri-las através da actividade física, medicamentos e nutritivos alimentos sem glúten que se encaixam num plano de refeições amigo da diabetes.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Novidades de Espanha

Nada como começar o mês com boas notícias: aproveitando o fim de semana prolongado, fomos a Espanha rechear a despensa. E lá deparamos com várias novidades, sendo a maior delas as novas massas refrigeradas da Adpan sobre as quais já tinha lido nos blogs espanhóis, mas que só agora encontrava: folhada, quebrada e para empadas. Com um preço semelhante às suas congéneres com glúten, é mais um passo em direcção à "normalidade". Apesar de não serem produtos propriamente saudáveis, são perfeitos para desenrascar uma refeição ocasional e facilitar as rotinas de uma dieta sem glúten. Ora vejam todas as coisas que a Famalap do blog Cocina Fácil Sin Gluten consegue fazer e digam lá se não vão ficar ansiosamente à espera que alguém comece a vender estas massas em terras lusas. Eu, para já, deixei a sugestão ao Apoio ao Cliente do Celeiro Dieta.

Ainda no Alcampo, encontramos a farinha Mix B da Schar para pão a 3,74€, o preço mais baixo a que já a comprei. Lembro que o mesmo produto em Portugal custa 4,99€... O IVA não explica a diferença. Porquê tão mais caro aqui em Portugal? Menos procura? Menos concorrência?
















Já no Mercadona, encontramos um novo pão de forma sem glúten da marca própria Hacendado, com 385 gramas e um simpático custo de 2,65€. Dentro do género, é um pão macio, com boa textura e sabor, ideal para as sandes das crianças ( a meu ver, em tudo superior ao pão sem glúten da Bimbo, mas ligeiramente abaixo do pão branco da Genius). Se vendesse em Portugal, compraria? Sim.

Imagem de Singluteando




















Também encontramos uma nova versão dos Calamares a la Romana da Pescanova, numa receita mais crocante e numa embalagem de 500 gramas com fecho hermético, que ainda não encontrei cá. Também reparei que a margarina Flora já vem rotulada como "Sem Glúten", o que não acontecia até há pouco tempo- se for como a Vaca que Ri, ainda há-de passar muito tempo até ser rotulada como tal em Portugal. 

Infelizmente, é nestas alturas que a gente começa a pensar que o D. Afonso Henriques deveria ter ficado quieto em vez de se "armar aos cucos" e prender a mãe no castelo da Póvoa de Lanhoso, para reclamar a independência. Se calhar, com tanta irritabilidade, ainda era celíaco e dava-lhe jeito estar em paz com Castela... Brincadeirinha!


Update
O que se faz cá por casa com as novas massas Adpan: empanada e tarte tatin



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