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DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



domingo, 28 de outubro de 2012

Bolachas de castanha

Porque estamos na época da castanha, quando vi esta receita no blog Sin Gluten Es Más Rico, percebi logo que tinha de experimentar. Apesar de serem pouco doces, foram por todos aprovadas. Para as letras, usei o molde que já tinha usado neste post.
 
Ingredientes:
80 gramas de farinha de castanha
80 gramas de farinha de arroz
80 gramas de fécula de batata
1 colher de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de goma xantana
80 gramas de açúcar
1 ovo L
½ colher de chá de essência de baunilha
40 gramas de óleo de coco (azeite na receita original)
 
 
Numa tigela misture as farinhas com o fermento em pó e a goma xantana, e reserve. Noutra tigela bata o ovo levemente e acrescente-lhe o açúcar, assim como a essência de baunilha. Misture.
 
Acrescente metade da mistura de farinhas e bata com uma espátula. Depois junte o óleo de coco (ou azeite, se preferir) e incorpore a restante farinha, misturando até obter uma massa lisa.
 
Coloque a massa sobre uma superfície de trabalho polvilhada com uma farinha sem glúten. Estenda a massa com um rolo e corte as bolachas com o molde escolhido, colocando-as num tabuleiro coberto com papel vegetal.
 
Vai ao forno pré-aquecido a 180ºC durante aproximadamente 5 a 6 minutos (ou mais tempo dependendo da espessura da bolacha). Retire e deixe arrefecer sobre uma rede.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Frango frito japonês

Um dia desta semana para o jantar fiz frango frito japonês ou, como lhe chamam por terras nipónicas, karaage. É uma receita naturalmente sem glúten e muito apetitosa. Aliás, é uma das receitas favoritas lá em casa, que só não faço mais vezes pelo alto valor calórico e pelo estado em que fica o fogão depois de terminada a fritura. Mas é tão apreciada que nem tive tempo de tirar uma foto, pelo que uso uma imagem disponível na Net e em muito semelhante ao karaage lá de casa. A Sílvia Kawaguti do blog No Contem Gluten já fez também um post sobre o karaage; a receita que utilizo foi-me ensinada por uma amiga japonesa.

Ingredientes:
500 gramas de peito de frango partido em pedaços médios
2 colheres de tamari
2 colheres de sake
Meia raiz de gengibre fresco ralada
2 dentes de alho triturados
Óleo de girassol
Óleo de sésamo (opcional)
Fécula de Batata

Numa tigela, misture a carne com os temperos e deixe marinar durante uma hora.

Ao fim desse tempo, coloque um centímetro de altura de óleo de girassol (ou outro que prefira com sabor neutro) com algumas gotas do óleo de sésamo numa frigideira e ligue o fogão. 

Coloque a fécula de batata num prato e vá aí passando os pedaços de frango, virando-os por todos os lados, de modo a que a carne fique coberta no seu todo. Coloque na frigideira e frite até dourar por completo.

Transfira para um prato com papel de cozinha para absorver o óleo e sirva, acompanhado por uma salada.

Imagem retirada da Net

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bolo de maracujá

Esta receita já foi feita em Setembro, mas ainda não tinha tido oportunidade de a publicar. Sendo esse mês altura de colheita do maracujá, um fruto que muito aprecio, e tendo-me sido oferecido um saco cheio, aproveitei-os para fazer esta receita que me pareceu muito interessante. O bolo ficou muito saboroso, mas com muito sabor (e textura) de maracujá, logo só para apreciadores do fruto da paixão, como é conhecido entre os anglófonos.

Ingredientes:
100 ml polpa de maracujá (usei congelada da Brasfrut) + 2 maracujás
5 ovos
200 gramas de açúcar
100 gramas de manteiga / margarina
230 gramas de farinha sem glúten (usei Doves Farm)
1 colher de sopa de fermento
Para a calda:
Polpa triturada de 3 maracujás
150 gramas de açúcar

Deixe a polpa de maracujá derreter, acrescente a polpa dos dois maracujás e triture. Reserve.

Separe as claras das gemas e bata-as em castelo. Reserve.

Bata as gemas com o açúcar e a manteiga. Junte a polpa de maracujá, bata bem e acrescente depois a farinha. Misture o fermento e, por fim, as claras em castelo, envolvendo-as com cuidado na massa.

Despeje a massa numa forma untada (ou use uma forma de silicone). Vai a cozer em forno pré-aquecido a 160ºC durante 25 a 30 minutos até obter uma cor dourada. Deixe arrefecer numa grade.

Para fazer a calda, junte os dois ingredientes numa panela e ferva até obter uma consistência de geleia, uns três a quatro minutos. Despeje quente sobre o bolo.


































domingo, 14 de outubro de 2012

Queques de maçã

No seguimento do post anterior, publico hoje uma receita de queques de maçã , baseada nesta receita, feitos a pensar no piquenique sem glúten de cinco de Outubro.
 
Ingredientes:
1 maçã Granny Smith
225 gramas de farinha sem glúten (155 gramas farinha de arroz + 43 gramas fécula de batata + 27 gramas polvilho)
100 gramas açúcar mascavado claro (da RAR)
1 colher de chá de fermento em pó
1 colher de chá de canela
1 colher de chá de gengibre moído
130 gramas manteiga / margarina fria
3 ovos
1 colher de chá de essência de baunilha
100 ml leite
 
Forre as formas de queques com formas de papel. Reserve.
 
Misture todos os ingredientes secos com a manteiga cortada aos pedaços, apertando essa mistura entre os dedos até formar uma espécie de areia grossa.
 
Adicione os ovos e incorpore até que a massa fique alaranjada. Junte o leite e a essência de baunilha até obter uma massa firme, mas fácil de espalhar e encha as formas até metade.
 
Descasque e parta a maçã em pequenos pedaços; coloque-os por cima da massa, pressionando para que fiquem bem seguros. Polvilhe um pouco de açúcar mascavado sobre a maçã. Vai ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos até ficarem dourados.


Rende 16 queques.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tarte de Alfarroba e Amêndoa

A propósito de um piquenique organizado no grupo Viva Sem Glúten Portugal, do Facebook, para o último dia 5 de Outubro, lembrei-me de fazer algo com alfarroba. Quando encontrei esta receita, achei que seria o ideal. Só tinha que arranjar uma receita para massa de tarte sem glúten e esta tinha um aspecto tão bom, que juntei as duas receitas. O resultado foi bastante agradável com um recheio fofo e uma crosta a lembrar a massa folhada. Usando margarina sem leite, esta é uma receita sem glúten / sem leite. E obrigada, Susana, pela organização, foi uma tarde bem passada.

Ingredientes:
Massa
115 gramas de margarina / manteiga
2 a 4 colheres de chá de água fria
180 gramas de farinha (90 gramas farinha de arroz + 30 gramas de fécula de batata + 30 gramas de farinha Special Line do El Corte Inglés + 30 gramas de polvilho + 1 colher de chá de goma xantana) 
1/2 colher de chá de sal fino
2 colheres de chá de açúcar
Recheio
140 gramas de açúcar mascavado claro
100 gramas de amêndoa em pó
5 ovos L
75 gramas de farinha de alfarroba
100 ml água + 1 colher de chá de essência de amêndoa (ou 100 ml licor de amêndoa ou alfarroba)

Corte a margarina em pedaços pequenos e coloque-os no congelador durante 15 - 30 minutos.

Adicione alguns cubos de gelo à água e deixe arrefecer enquanto prepara os ingredientes secos. Misture as farinhas, o sal e o açúcar na cuba da sua batedeira até combinar bem. Adicione a margarina e bata até que a mistura se assemelhe a uma areia grossa.

Com a batedeira a funcionar, adicione uma colher de sopa de água gelada aos poucos até que a mistura comece a unir-se. Se ao apertar a massa esta mantém-se colada, então tem água suficiente, se não adicione mais um pouco.

Retire a massa da máquina e dê-lhe a forma de um disco. Envolva-o em filme plástico e refrigere durante pelo menos uma hora ou até 2 -3 dias. Retire a massa do frigorífico cinco minutos antes de estender.

Estenda a massa entre duas folhas de papel vegetal e forme um círculo de aproximadamente 30 centímetros de largura. Com a ajuda da folha de baixo, transfira cuidadosamente a massa para uma forma de tarte de 23 centímetros e remova o papel. Empurre a massa muito suavemente para baixo para que adira à tarte. Reserve.

Bata as claras em castelo adicionando quase no final umas duas colheres de açúcar retiradas dos 140 gramas necessários e reservar.

Bata as gemas com o restante açúcar até obter uma mistura fofa e esbranquiçada, adicione a amêndoa moída, a farinha de alfarroba e a água, e, por fim, junte as claras batidas em castelo.

Coloque o recheio por cima da forma com a massa, leve ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 35 a 40 minutos, até que um palito saia seco. Retire da forma e deixe arrefecer sobre uma grade.








quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Itália sem glúten

Quando fomos com o meu filho mais velho a Londres numa altura já pós-diagnóstico, fomos porque sabíamos que seria mais fácil viajar devido a todas as opções sem glúten que a cidade oferece. No entanto, de todos os locais em que fizemos refeições sem glúten, ficou-nos na memória um restaunte italiano, Il Cotto, em que o dono (assim como mais alguns membros da sua extensa família italiana) é celíaco. A simpatia com que nos trataram e, em especial, o miúdo, mais os pratos que pudemos escolher, não nos deixaram mais esquecer este local.

Na altura achei estranho haver tantos casos de DC numa só família, mas depois li que a taxa de diagnósticos em Itália é bastante alta, o que contribuiu para a alargada consciencialização desta temática entre os seus cidadãos transalpinos. Este artigo do Legal Nomads, que hoje divulgo, trouxe-me à lembrança o restaurante londrino, junto ao London Eye, onde uma vez fizemos uma refeição descomplicada, tão perto do normal quanto possível.

"É surpreendentemente fácil comer sem glúten na Itália
Eu não esperava sofrer por falta de comida na Itália. Já tinha visitado, antes de decidir ouvir o meu médico e o meu corpo e cortar com o glúten por completo. Fui diagnosticada com a doença celíaca há mais de uma década, mas teimosamente ignorei-a durante anos, esperando que o diagnóstico fosse um erro, ou talvez uma intolerância em vez de uma alergia. (...)

Eventualmente fiquei suficientemente doente e ganhei juízo, tendo chegado a um ponto em que quase tudo – com ou sem glúten- me fazia mal. Mas, primeiro, fui para a Itália e, voluntariamente, estupidamente, ignorei a dor de estômago. Comi massa, mas também comi presunto e melão, macio queijo burrata, ilicitamente delicioso com o seu maravilhoso leite crú. Havia paninis, mas também pilhas de carne de porco assada e salame, com sabor e textura. E, assim, ao planear o meu regresso à Itália este ano, esperava ficar a salivar de inveja sobre as pizzas e pratos carregados de trigo - mas também sabia que haveria muito por onde escolher na Úmbria, mesmo para um celíaco.

No entanto, enquanto eu contava com algumas refeições memoráveis, não percebi como a Itália conseguia acomodar na perfeição aqueles com doença celíaca. Não só houve uma grande variedade de pizzas, massas e pães totalmente isentos de glúten, mas todos sabiam o que significava ter a doença celíaca. (...)

Fiquei atónita.

Na Inglaterra e na América do Norte, as pessoas geralmente estão a par das alergias alimentares e na maioria das maiores cidades, existem opções sem glúten. É inegavelmente muito mais popular viver sem glúten nos dias de hoje. Nem todos aqueles que defendem a dieta são diagnosticados com a doença celíaca, alguns seguem rigorosas dietas paleo, outros simplesmente sentem-se mais saudáveis sem glúten. Não estou, de todo, a criticar isso - a moda de cortar como glúten significou que eu tenho muito mais para escolher quando vou à mercearia. No entanto, o conhecimento do público da doença celíaca - o que é e o que faz aqueles cujos corpos rejeitam o trigo - é muito mais baixo do que eu percebia. (...)

Imaginem o meu espanto: a cada volta na Itália, todos sabiam o que era a doença celíaca. Além disso, ficavam animados: "Ah sim! Um desses! Não tem problema, aqui está o que nós lhe vamos dar em substituição”. Eu estava ansiosa à medida que se aproximava o dia de ir para a Umbria, preocupada se iria ser uma chata na viagem, com as visitas de imprensa no pós-conferência ou forçada a recusar uma refeição quando chegasse à mesa. Não foi assim. Por exemplo, a talentosa chef (mais conhecida pela avó da família) no restaurante I Mandorli tinha preparado uma série de pratos simples, mas requintados (...). Lá pegaram-me pela mão e mostraram-me exatamente, entre o que estava sobre a mesa, o que era seguro.

(...)

Esta não foi a primeira nem a última das refeições especialmente preparadas na minha curta visita à Úmbria. O local da conferência tinha uma variedade incrível de opções sem glúten, independentemente da refeição. Os empregados de mesa reparavam em mim, colocavam um pão sem glúten no forno e, em dez minutos, eu teria um enorme prato de comida. É claro que era um pouco mais de amido do que o que estava acostumada.

(...)
As opções sem glúten estendiam-se até ao aeroporto, no meu voo de Florença. Também lá existiam massas congeladas disponíveis em vez das tradicionais opções cheias de glúten. (Não importa que soubessem mal - foi uma vitória ter uma refeição apta, não podemos ter tudo.)

Então, por que é a Itália é tão hospitaleira para os celíacos?
(...)
Decidi perguntar à Rebecca de Umbria on the Blog se minhas suspeitas estavam correctas. Ela indicou-me a Letizia Mattiacci, que - entre outros posts - bloga sobre suas próprias lutas para evitar o trigo. A Letizia respondeu rapidamente:

"Lembro-me de ter visto, há um tempo atrás, um estudo holandês que afirmava que as variedades de trigo moderno têm maior teor de glúten tóxico do que as variedades tradicionais. Depois, há o problema da sobre-exposição. O trigo e o amido modificado estão por todo o lado, logo os italianos têm uma exposição certamente maior do que os outros pois comemos muita massa e somos grandes comedores de pão. De acordo com a Associação Celíaca italiana, cerca de 1% dos italianos são celíacos. Consequentemente, não é de surpreender que encontre muitas opções sem glúten na Itália. (…) "

E como a Rebecca observou num post no blog de sua autoria, a exposição é muito mais profunda do que isso. As crianças são rotineiramente despistadas para a doença celíaca, e os celíacos obtêm um subsídio do Estado para compensar o custo mais elevado dos alimentos sem glúten. Além disso, Maria Ann Roglier, autora de O Guia Sem glúten para a Itália, observa que a lei italiana exige que os alimentos sem glúten estejam disponíveis em escolas, hospitais e locais públicos. (E que se pode fazer um mestrado em doença celíaca, a partir do diagnóstico até à sua gestão.)

Bem, isso explica o aeroporto de Florença.

Mas uma coisa ainda me incomodava: o país não sabia apenas sobre a doença celíaca, este aceitava-a. Eles compreenderam que isto é um problema e mudaram-se em ao redor dele para acomodar as suas refeições, e fê-lo com gosto. (...)

Acresce a isto o facto das farinhas alternativas estarem na moda, produtos como a espelta e o kamut (que contêm glúten), mas também o trigo-sarraceno, o arroz e a soja. Além disso, as farinhas de grão-de-bico e castanha fazem parte da cozinha italiana há séculos. (...)

Quando fui diagnosticada com a doença celíaca, fui a casa da minha melhor amiga em Montreal para jantar. A sua família é italiana e estavam habituados a ver-me comer a sua massa sem problemas. Mencionei-lhes que seria incapaz de comer qualquer prato com trigo, centeio ou cevada e o seu pai, completamente sério, com um aceno lento da sua cabeça, disse "Jodi, esse é um destino pior do que a morte."

Não é surpresa então que eu esperasse que a Itália iria reagir da mesma maneira. Mas, em vez disso, este foi o lugar mais fácil para onde eu viajei com esta doença. E em vez de falar apenas de comida, queira focar este facto aparentemente paradoxal e curioso, porque acredito que muitos de nós que evitam o glúten não estão cientes de como é um grande lugar para visitar."

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