INFORMAÇÃO É PODER

DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Londres sem glúten

O post de hoje é uma simpática contribuição da nossa leitora Cátia Sousa que foi recentemente a Londres e nos deixou um texto muito útil sobre como "sobreviver" em Londres fazendo uma dieta sem glúten. Obrigada Cátia! Nunca é demais relembrar que este blog está sempre aberto a participações dos seus leitores que queiram divulgar informações sobre locais sem glúten, ou mesmo receitas.

“O sonho comanda a vida!”

E não é assim mesmo? Todos temos sonhos e, bem recentemente, tive a oportunidade de concretizar um dos meus.

Há muito tempo que desejava conhecer Londres. Em conversa com uma amiga de sempre, achámos que completar um quarto de século merecia uma comemoração em grande! Mas... E o glúten? Como posso eu sair das quatro paredes da minha cozinha e comer de forma segura? Como posso eu ir para um país cuja realidade não conheço e não correr riscos...

Após uma pesquisa exaustiva no “tio Google”, o grupo “Viva sem glúten Portugal” do Facebook deu-me o impulso que precisava. Recebi várias dicas, conselhos, listas de locais, produtos e marcas, tudo seguro e gluten free!

E, de facto, lá fui eu rumo a terras de Sua Majestade... À minha tão sonhada cidade de Londres.

Infelizmente, a companhia aérea (British Airways) não forneceu lanche sem glúten devido à curta duração desta viagem. Nem mesmo após muita insistência da minha parte...

Já em Londres, fiquei muito (agradavelmente) surpreendida com a forma como fui recebida em todos os locais que visitei, e com o conhecimento que as pessoas têm sobre a doença. Os produtos de supermercado eram uma delícia, nomeadamente os pães da Genius dos quais fiz um stockezinho na minha minúscula mala de viagem. São simplesmente... Maravilhosos! O sabor, a textura... Mesmo a nível nutricional! Quem dera que os tivéssemos cá.

No hostel onde fiquei, tinha sempre cereais sem glúten para o pequeno-almoço, fruta, café, sumos de fruta e chá, e ainda me davam sempre uma peça de fruta extra para o caminho. 

Como jovem que sou, passei a viagem a calcorrear a cidade, apenas parando para comer algo rápido. Nisso, Londres é simplesmente perfeita para nós, celíacos! Em cada esquina temos um Starbucks e/ou um Nero com sandes fantásticas, brownies deliciosos e lattes de soja (Alpro Soja). No Prêt A Manger, os empregados estão muito bem informados e vão connosco às vitrinas indicar-nos várias saladas seguras, não só com verdes, mas usando, por exemplo, batatas ou quinoa (bastante mais saciantes).

Fui também à Pizza Hut onde o atendimento é fabuloso! A base da pizza, pré-feita, é sem glúten e individual, contudo muito maior do que as pizzas tamanho médio que temos por cá, logo nunca consegui comer uma inteira e sou bastante comilona! Os ingredientes à escolha são todos sem glúten, por isso podemos escolher tudo o que quisermos e a pizza é feita na hora, numa zona separada da cozinha. Além disso, oferecem-nos um buffet ilimitado de variadas saladas e frutas que nos trazem diretamente da cozinha quando pessoas, como eu, se mostram receosas quanto à contaminação. A pizza é trazida à mesa antes das pizzas com glúten, sobre uma pedra de ardósia e dão-nos um cortador limpo.

Também fui ao Nando’s onde comi um belo “Nando’s Peri-peri Chicken”, super spicy e delicioso! 

Ficam algumas fotos da minha curta aventura, ainda assim um pouco gastronómica.

Espero que vos aguce o apetite!" 





domingo, 27 de outubro de 2013

Bolo francês de maçã

Inaugurada a época das maçãs, já faltava aqui uma receita com este fruto para inaugurar este Outono, mas a Alison do blog A Girl Defloured deu o mote. Uma receita um pouco mais "trabalhosa" do que a versão sueca, mas que vale a pena o esforço.

Ingredientes:
5 a 6 maçãs Granny Smith, descascadas e cortadas em fatias finas
1 colher de sopa de brandy/rum
1 colher de chá de sumo de limão
95 gramas de farinha sem glúten
25 gramas de farinha de amêndoas
150 gramas de açúcar mascavado claro
1/2 colher de chá de sal
1 ovo L
235ml óleo de girassol / óleo de coco
235ml de leite gordo / leite vegetal
1 colher de chá de extracto de baunilha
2 gemas
15 gramas de farinha sem glúten
25 gramas de açúcar mascavado claro

Coloque as fatias de maçã numa panela, regue com o brandy/rum e o sumo de limão e leve ao lume a cozer até as maçãs estarem ligeiramente macias e flexíveis. Deixe arrefecer entretanto.

Coloque numa tijela grande as 95 gramas de farinha, a farinha de amêndoa, 150 gramas de açúcar, e o sal (caso opte por uma farinha sem fermento e goma xantana, acrescente então meia colher de chá de goma xantana e duas colheres de chá de fermento em pó). Misture bem.

Adicione o ovo, o óleo, o leite e a baunilha e bata até ficar homogéneo. Retire uma chávena desta massa e coloque numa tigela média.

Acrescente as gemas à massa da tigela grande e bata até combinar. Junte as maçãs reservadas, e encha uma forma com aro amovível previamente untada e enfarinhada. Alise o topo com uma espátula.

Misture a restante farinha na massa da tigela média e distribua uniformemente sobre a mistura com as maçãs, espalhando-a até às bordas. Cubra o topo com o restante açúcar e leve ao forno pré-aquecido a 160ºC a cozer cerca de 1 hora e 15 minutos.

Transfira a forma para uma rede e deixe arrefecer durante cinco minutos. Passe uma faca ao redor da borda do bolo ao longo dos lados da forma, retire o aro e deixe arrefecer completamente, cerca de duas horas ou mais, se possível.





sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Zero-glu

Descobri esta semana, através do blog Las Sin Gluten, uma nova máquina de fazer pão da marca italiana Imetec, chamada Zero-glu. Ainda que não sendo uma máquina exclusiva para fazer pão sem glúten, traz sete programas de pão sem glúten, além de variadas receitas no livro que a acompanha. Pessoalmente, gosto do pormenor das formas diferentes e uma cuba rectangular que dá um formato mais "jeitoso" ao pão. 

O único inconveniente? O preço: 199 €. Podem encomendá-la online aqui, sem portes, ou adquiri-la pelo mesmo valor no El Corte Inglés.

Entretanto, as criadoras do blog Las Sin Gluten já experimentaram a máquina e fizeram uns pãezinhos muito simpáticos. Fica a dica.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Alimenta

Foi criada recentemente uma nova associação para apoiar aqueles que lidam diariamente com restrições alimentares, seja por alergias ou intolerâncias, a que se chamou Alimenta. Esta associação apresenta-se assim:

“Fundada no dia 25 de maio de 2013, a ALIMENTA nasceu por vontade e necessidade, sentidas diariamente, de um conjunto de doentes e respetivos familiares no sentido de unir esforços na sensibilização para as doenças do foro da alergia e intolerância alimentares.

Apesar de a prevalência deste tipo de patologias ter vindo a crescer no mundo ocidental, o desconhecimento em Portugal sobre os sintomas, o tratamento e a prevenção das reações aos alimentos é grande, o que dificulta a vida de todos os que sofrem destas patologias.

Uma simples ida às compras, comer fora, ou, para os mais pequenos, a frequência da escola, atos do quotidiano para as restantes pessoas, exigem cuidados especiais nos mais pequenos pormenores, como seja ler e reler os rótulos dos alimentos, evitar a contaminação de utensílios e espaços ou a sensibilização dos educadores e restantes cuidadores educativos para os sintomas, prevenção e tratamento.

É muito importante perceber-se que esta não é uma opção de vida. As pessoas com intolerâncias e alergias alimentares não escolhem não comer os alimentos a que são alérgicos ou intolerantes. Não é uma dieta voluntária. Não é uma moda. Estas pessoas sofrem de patologias que os impedem parcial ou totalmente de sequer contactar com os alimentos proibidos, podendo esse contacto levar a consequências trágicas se não tiverem acesso imediato a tratamento.

Nesta senda, a Alimenta assumiu como missão produzir e divulgar o conhecimento e promover a sensibilização para as doenças do foro da alergia e intolerância alimentares. Pretendemos fomentar atividades do foro científico, formativo, educacional, cultural, recreativo, jurídico e comunitário, bem como contribuir para o bem-estar físico, emocional e social dos portadores de doenças do foro da alergia e intolerância alimentares, suas famílias e amigos.

Encontrámos nas palavras atribuídas à antropóloga americana Margaret Mead o mote da nossa associação: “Never doubt that a small group of thoughtful, committed citizens can change the world.” Tendo como horizonte a mudança do mundo, julgamos estar no caminho certo para promover melhorias na vida de todos aqueles que sofrem de alergias e intolerâncias alimentares.”


Para obter mais informações, é favor visitar o website ou a página de Facebook da Alimenta.

sábado, 19 de outubro de 2013

MaMaFermenta

O post de hoje é uma recomendação de um blog espanhol que descobri hoje e que já está nos meus favoritos. O seu propósito é encontrar o Santo Graal dos celíacos e sensíveis ao glúten: um pão sem glúten tão bom ou melhor do que o pão com glúten. Fá-lo de uma maneira esplêndida, quase científica até, e define-se assim:

"MaMaFermenta es mi blog dedicado al pan sin gluten.
De la misma manera que cada día miles de personas publican sus experiencias en internet, y de los que se aprende lo indecible, yo también he querido participar dejando este humilde registro de recetas, experimentos y desastres panarras. Espero que mucha gente se pueda beneficiar.
Quiero pan sin gluten. Lo quiero bueno. Lo quiero sabroso. Lo quiero a un precio normal."
 
O MMF faz o que eu gostaria de fazer se tivesse mais tempo livre e mais paciência, e não o poderia recomendar mais. De visita obrigatória a quem faz ou tenta fazer pão sem glúten.
 
 
 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DC e linfomas

Recentemente, uma pessoa que conheço foi diagnosticada com um linfoma. Pelo menos duas pessoas chamaram a atenção dos médicos que acompanham esta pessoa da existência de doença celíaca na sua família; ambos afirmaram que não há relação entre linfomas e esta doença hereditária, inclusivé uma médica cirurgiã disse que a família não se deveria preocupar porque "a doença celíaca não passava de pais para filhos". A possibilidade não foi sequer ponderada. Perante tanta ignorância, trago hoje um artigo do website Alert Online, que qualquer pessoa minimamente interessada encontraria rapidamente numa pesquisa do Google. Só para registo.


Doença celíaca associada ao desenvolvimento de linfoma
Estudo publicado nos “Annals of Internal Medicine”
08 Agosto 2013

Os indivíduos com doença celíaca descontrolada apresentam um maior risco de desenvolver linfoma, defende um estudo publicado nos “Annals of Internal Medicine”.

A doença celíaca é uma doença autoimune caracterizada por lesões na mucosa do intestino delgado que, ao longo do tempo, reduzem a capacidade do corpo de absorver os componentes dos alimentos. Estes danos são resultantes da reação ao glúten, o qual pode ser encontrado no trigo, cevada e centeio.

Os investigadores da Columbia University Medical Center, nos EUA, explicam que quando um doente é inicialmente diagnosticado, a biópsia intestinal mostra um achatamento das vilosidades que estão envolvidas na absorção de nutrientes e fluidos. Os sintomas resultantes da doença celíaca, que incluem diarreia, perda de peso e anemia, resultam dos danos ocorridos nas vilosidades. Apesar de não ser prática universal, é realizada uma biópsia de acompanhamento alguns meses a anos após o diagnóstico, de forma a monitorizar os efeitos das alterações dietéticas e cicatrização das vilosidades.

Estudos anteriores já tinham sugerido que os pacientes celíacos apresentavam um maior risco de desenvolver linfoma, mas a razão desta associação ainda permanece desconhecida. Neste estudo os investigadores identificaram pacientes com doença celíaca que foram submetidos a uma biópsia de acompanhamento entre seis meses a cinco anos após o diagnóstico inicial. Cerca de nove anos após este procedimento, 57% dos 7.625 indivíduos com doença celíaca apresentaram melhorias, enquanto os restantes tinham ainda as vilosidades afetadas.

O estudo apurou que comparativamente à população geral, os pacientes com doença celíaca apresentavam um risco 2,81 maior de desenvolver linfoma, um cancro que afeta um tipo de células sanguíneas, os linfócitos. Foi também verificado que os indivíduos que apresentavam uma atrofia das vilosidades persistente tinham um risco ainda maior (105,4 por 100.00), comparativamente àqueles em que os intestinos tinham cicatrizado (31,5 por 100.000).

De acordo com os autores do estudo, a cicatrização dos intestinos parece ser deste modo importante na diminuição do risco de desenvolvimento de linfoma. Contudo, não se sabe ao certo por que motivo alguns pacientes continuam a apresentar as vilosidades do intestino atrofiadas.” Estudos anteriores demonstraram que o processo de cicatrização ocorre mais frequentemente nos pacientes que adotaram à risca uma dieta sem glúten”, revelou, em comunicado de imprensa, o primeiro autor do estudo, Benjamin Lebwohl.

Uma vez que danos persistentes nas vilosidades foram observados mesmo neste tipo de pacientes, existem outros fatores, ainda não identificados, que afetam o processo e cicatrização, concluem os investigadores.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.”

Outros artigos:

domingo, 13 de outubro de 2013

Línguas de gato

Uma tarde como a de hoje estava mesmo a pedir bolachas caseiras. As línguas de gato (noutras partes do país chamadas línguas de veado) estavam na lista desde a ida a Itália, porque os miúdos tinham gostado muito das que provaram lá. Sendo uma receita fácil de fazer, quis ver se seria também fácil de converter para sem glúten. Com a ajuda da farinha self-raising da Doves Farm, não custou nada.

Ingredientes:
120 gramas de margarina/manteiga à temperatura ambiente
100 gramas de açúcar
120 gramas de farinha sem glúten
3 claras ligeiramente batidas
1 colher de chá de essência de baunilha

Na cuba da sua batedeira, bata a margarina com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Junte a farinha e misture bem. Acrescente, por fim, as claras e a baunilha e bata bem até obter uma consistência cremosa.

Com a ajuda de uma colher de sobremesa, disponha colheradas de massa, formando pequenas e finas línguas (ao cozer, a massa espalha um pouco, mas também cresce), num tabuleiro forrado com papel vegetal. Leve ao forno a 190ºC durante 10 minutos até as bordas estarem douradas. Retire e coloque numa rede com a ajuda de uma espátula.

Esta receita rende cerca de 22-25 unidades.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A padaria da Jennifer

O post de hoje traz uma entrevista, feita pela revista online Well and Good NYC, à actriz americana Jennifer Esposito, cuja história já foi objecto de interesse neste blog. A actriz abriu recentemente, em Nova Iorque, uma padaria/pastelaria estrictamente sem glúten, quase vegan e com produtos orgânicos. Nesta entrevista, ela fala deste seu último projecto e das repercussões que a moda da dieta sem glúten tem tido no seu dia-a-dia. Fica também a dica para quem for viajar para Nova Iorque e pretenda fazer uma alimentação segura.

“Jennifer Esposito diz que está a ficar mais difícil para os doentes celíacos evitarem o glúten

A actriz Jennifer Esposito, conhecida pelos seus papéis em Spin City, Crash, e Summer of Sam, abriu a sua adorável padaria sem glúten, Jennifer’s Way, no East Village, em Março.

Desde então, Esposito, que foi diagnosticada com um caso particularmente debilitante da doença celíaca em 2009, passou horas intermináveis ​​na cozinha cozinhando as suas receitas ridiculamente deliciosas- de bagels e pães às bolachas, cupcakes, e macios pretzels.

Mas ela também se posicionou como uma espécie de porta-voz para quem sofre de doença celíaca na cidade, oferecendo palestras semanais na loja, escrevendo posts educacionais e denunciando fraudes sem glúten. Ela está a trabalhar num livro que será lançado em Maio. "Este é um verdadeiro trabalho de amor", diz. "Eu acredito que a comida pode matá-lo, obviamente estava-me a fazer isso, e pode curá-lo. "

E, como evitar o trigo está cada vez mais na moda, Esposito cada vez mais vê o mundo de produtos "sem glúten" como um campo minado para as pessoas com sensibilidades graves. "Eu queria um lugar em que me sentisse segura. Não há nenhum glúten permitido aqui ", diz, referindo-se à sua padaria na rua East 10th.

Conversamos com Esposito para saber mais sobre a sua missão em ajudar os doentes celíacos a comer alimentos inócuos e saudáveis​​, e para saber porque é que ela acha que isso está a ficar cada vez mais difícil:

Quais são alguns dos maiores desafios que enfrentou com a doença celíaca? O aspecto social é muito difícil. Ter a liberdade de andar na rua, ter fome e comer qualquer coisa. Você tem que planear o seu dia, a sua viagem, as suas férias, onde vai estar esta noite... É muita coisa. É uma doença muito difícil por uma série de razões, mas uma delas é que a família e os amigos realmente não entendem. Eles acham que é uma alergia ou uma moda passageira ou que você quer perder peso ou que meteu isso na cabeça, e não é verdade. É realmente devastador quando as pessoas ao seu redor não entendem.

Com essas experiências, que tipo de problemas é que esperava que a sua padaria pudesse resolver às outras pessoas? No início, eu comia muitos produtos industriais sem glúten e ficava cada vez mais doente, porque ou eles não estavam completamente isentos de glúten ou tinham contaminação cruzada ou apenas tinham um excesso de açúcar e outras porcarias e conservantes. Logo, eu ainda estava doente. Há um monte de padarias sem glúten, mas ou não são completamente isentas de glúten ou usam uma grande quantidade de açúcar, sal, uma grande quantidade de arroz branco e mandioca, esse tipo de coisas que eu não quero. A maioria dos produtos da minha padaria usam uma base proteica, por isso uso quinoa, arroz integral, amêndoa ou millet*. O que usamos como humidificante é puré de maçã, azeite, curgetes, xarope de ácer. Logo, os consumidores também recebem todos esses nutrientes.

E além da padaria, parece que você está a posicionar-se mais como uma educadora ou porta-voz no mundo celíaco. Isso é exatamente o que eu queria fazer. Agora, estou a terminar o meu livro. Muitas pessoas vieram falar comigo sobre um livro de receitas, e eu disse que não. Sim, a comida é, obviamente, um grande obstáculo aqui, mas eu não quero concentrar-me na comida, eu quero focar a doença, porque isto é uma doença em primeiro lugar. Quando fui diagnosticada, eu não tinha recursos. Disseram-me para comer sem glúten, e eu mal sabia o que aquilo significava.

Mas está a ficar melhor, certo? Parece que há muitos mais recursos e produtos agora em comparação há alguns anos. Simplesmente, numa palavra, a minha resposta seria não. Eu não acho que esteja melhor. Eu acho que é pior, na verdade. Eu acho que há muitas empresas que estão a entrar na onda sem glúten, colocando “Sem Glúten” no rótulo apenas para vender o produto. Eu não desejo nada de mau a essas pessoas, mas se vissem o que acontece a alguém quando são contaminados com glúten, e se fosse seu filho, elas teriam mais atenção com a qualidade dos seus produtos. Não é realmente justo. Eu estou bem informada, mas muitas pessoas não estão, e quando vêem "Sem Glúten", compram os produtos e ficam doentes, e isso não é justo.

Então, basicamente, as pessoas que não têm doença celíaca ou alergia ao trigo, mas comem principalmente sem glúten porque acreditam que isso traz benefícios de saúde, estão a tornar a situação mais difícil para si? Sim, realmente sim. Fui a um restaurante, e havia um empregado novo, pelo que disse: "Sabe, tenho que estar completamente livre de glúten. " Ele disse: " Sim, eu sei", e senti a falta de seriedade. Falei com a gerente, e ela disse: " Oh, você é um daqueles que realmente precisa da dieta, porque, tenho que lhe dizer, 90 por cento das pessoas que vêm aqui, só querem isto, e a cozinha não sabe decifrar quem é celíaco e quem não é." Isto não é justo. Para mim, se eu ingerir algum glúten, e estou a falar de apenas 1/8 de uma colher de chá, isso pode realmente destruir o meu intestino. Para mim, no dia seguinte, no outro dia a seguir, eu não consigo andar. Eu não estou a exagerar. Os meus membros, a inflamação, a dor... Não está correcto.”


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Formação sem glúten

A equipa da Coisas Kom Sentido informou recentemente, na sua página de Facebook, que irá organizar acções de formação sobre a confecção dos mais variados produtos sem glúten. Esta é a informação que foi veiculada nessa rede social (os interessados deverão usar os contactos por eles indicados):

"Formações Sem Glúten

1. Formação Pão - Pão bijou, pão baguete, pão forma, Broa milho, pão arroz, pão com chouriço e pizza

2. Formação Pastelaria 1 – croissants, “manhazitos”, lanches, donuts, bicos de pato, rolo chourição, rolo misto, rolo chocolate, bolas berlim

3. Formação Pastelaria 2 – pasteis de nata, empadas, doce húngaro, bolacha francesa, bolos de arroz, cupcakes, massapães, profiteroles

4. Formação Bolos Aniversário e Comunhão/Batizado/Casamento

5. Formação Especial Semi-frios

6. Formação Especial Natal – Bolo-rei, bolo-rei maçã e canela, bolo-rei chocolate e bolo rainha, filhozes, rabanadas, tronco de natal e bolo de noz

7. Formação Especial Páscoa – Folar doce, folar salgado, folar algarvio, pão-de-ló, pão-de-ló ovar/chocolate, amêndoa torrada e amêndoa rosa

Informações das Formações:

Horário, Sábado com acolhimento às 14:00.

Cada formação tem um custo de 100€.
No acto da inscrição 50% do valor total (valor a deduzir no pagamento da formação).

A formação é realizada pela Coisaskomsentido Unip. Lda que fornece todos os ingredientes para a elaboração das receitas.
No início da formação será entregue material didáctico e enviaremos em PDF a matéria com fotos.

Observações:
Locais da formação: Braga e Caldas da Rainha (Bairro Azul)
A formação só se realiza com o mínimo 8 formandos.
Em caso de desistência, o valor da inscrição não será reembolsado.
Na impossibilidade da realização este valor será devolvido.
O RESTANTE PAGAMENTO É FEITO ATÉ AO 7º DIA ANTES DA FORMAÇÃO, SALVO ACORDO PRÉVIO.

Contactos:
E-mail: coisaskomsentido@gmail.com

Telm. 913752333"

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Gomas sem glúten

A Nutrally apresenta as suas gomas assim: "As gomas Nutrally são enriquecidas em vitaminas, são feitas com sumos de fruta, não contêm glúten ou lactose, e usam apenas aromas e corantes naturais." Ainda que não seja um alimento preferencial para crianças (e adultos!), um pequeno agrado de vez em quando, sem glúten e com pouco químicos, trará, com certeza, um grande sorriso aos nossos pequenos. Para verem como comprar, visitem o site.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Vitiligo e o glúten

Como temos visto ao longo de vários posts neste blog, há uma ligação entre o consumo de glúten e as doenças auto-imunes, em pessoas geneticamente predispostas. O artigo de hoje, da organização Vitiligo Support, aborda uma possível ligação entre o vitiligo, que é uma doença auto-imune da pele caracterizada por despigmentação (vulgo "manchas brancas") e a doença celíaca.

"Vitiligo e Doença Celíaca (DC): Existe uma ligação?

( ... )

Existe uma ligação entre DC e vitiligo?

Os dados que apontam para esta ligação específica mudaram um pouco ao longo do tempo. Foi apenas recentemente que a ciência começou a revelar as inter-relações complexas entre algumas doenças auto-imunes. À medida que novos genes no campo da auto-imunidade continuam a ser descobertos e identificados, mais ligações previamente desconhecidas começam a vir à superfície. Enquanto pesquisas mais antigas mostraram pouca ou nenhuma evidência de uma ligação, os dados de estudos recém-publicados parecem sugerir uma possível ligação.

Num desses estudos, a equipe de investigação de um hospital belga pretendiam avaliar a prevalência de DC num grupo de 400 pacientes com diabetes tipo 1, uma condição auto-imune, também. Durante o curso do estudo, observaram que o vitiligo era mais comum entre os pacientes com diabetes que também tinham DC.

Noutro estudo de investigadores universitários na Turquia, estes analisaram 55 crianças e adolescentes diagnosticados com DC ao longo de um período de seis anos para ver se havia condições de pele associadas com esta condição. Observaram que uma maior taxa de prevalência de diversas doenças da pele, incluindo vitiligo. Mais de 9% dos doentes de DC tinha vitiligo, uma frequência maior do que a observada na população em geral (½ - 1%). Curiosamente, os únicos casos de vitiligo apareceram nas crianças e adolescentes que não seguiam uma rigorosa dieta sem glúten. Na verdade, nenhumas das alterações da pele observadas nos pacientes do estudo com DC surgiram naqueles que seguiam uma dieta isenta de glúten.

A mesma equipa turca de cientistas fez um segundo estudo no qual avaliaram 61 crianças e adultos portadores de vitiligo, para ver se havia uma maior prevalência de DC. Novamente encontraram uma incidência acima da média de DC em pacientes com vitiligo: 11 pacientes com diagnóstico de vitiligo (18%), com DC, enquanto que a taxa de incidência na população em geral é de cerca de 1%.

Curiosamente, várias pessoas com vitiligo têm relatado alívio com uma dieta isenta de glúten, mas na ausência de uma revisão científica desses relatórios, não podemos saber se a melhoria foi ou não devida a este ou outros factores. A relação de intolerância ao glúten com outras doenças auto-imunes, só se tornou objeto de discussão mainstream nos últimos anos. Como a pesquisa continua, a evidência de ligações podem continuar a vir à tona.

Uma maior sensibilidade para todo o assunto foi, provavelmente, o que levou à recente observação relatada por um médico de uma jovem com vitiligo que melhorou desta doença após iniciar uma dieta isenta de glúten. A paciente era uma menina de 9 anos afectada por vitiligo generalizado, com lesões despigmentadas típicas no rosto, tronco e membros. Não tinha respondido ao tratamento para vitiligo há mais de um ano, e tinha um histórico de hipotireoidismo bem controlado há dois anos. Depois de um ano com dieta isenta de glúten e sem tratamento activo para vitiligo, a pele despigmentada progressivamente repigmentou-se, e manteve a sua pigmentação sete anos após o início da dieta sem glúten.
( ... )

O que poderia ligar DC e vitiligo?

Uma ligação auto-imune?
O potencial da DC para desencadear uma doença auto-imune subjacente como o vitiligo foi apresentado num estudo recente. Investigadores num estudo de 172 pacientes com doença auto-imune da tireoide encontraram que 3,4% destes pacientes tinha doença celíaca, uma percentagem superior a 0,6% e 0,25 % encontradas nos dois grupos de controlo do estudo. O estudo concluiu que a doença celíaca não diagnosticada pode realmente ser parte do processo que desencadeia uma doença auto-imune subjacente, como a tireoidite auto-imune. Nas suas conclusões, eles escreveram: “Acreditamos que a doença celíaca não diagnosticada pode causar outras doenças, através de algum mecanismo imunológico ainda desconhecido "

A DC tem sido objecto de relatos em que é associada a várias outras doenças auto-imunes, incluindo a diabetes tipo 1, doença hepática auto-imune, artrite reumatoide, doença de Addison, e síndrome de Sjogren. Poderia a DC também desencadear o vitiligo, uma outra doença auto-imune? É uma pergunta razoável dado o que sabemos até ao momento.

Uma ligação com a doença da tireoide?
Tem sido demonstrado que os portadores de vitiligo têm uma incidência significativamente maior do que a população normal, de doença auto-imune da tiroide. É, na verdade, a doença auto-imune mais comum entre os pacientes com vitiligo e/ou os seus familiares. A doença auto-imune da tiroide também ocorre na população de DC com uma taxa mais elevada do que na população em geral. Poderiam vitiligo e DC estar ligados através de um possível gene comum também compartilhado com doença tiroideia?

Uma ligação genética comum?
Sabemos pela pesquisa genética financiada pelo governo federal de que o gene NLRP1 (anteriormente conhecido como NALP1), foi confirmado como estando associado ao vitiligo, bem como à doença celíaca, doença de Addison, esclerose sistémica e lúpus, e com diabetes tipo 1 em dois de três estudos. Há pouco, soubemos de um estudo recém-lançado sobre outro gene comum, o LPP, que está associado com vitiligo, doença celíaca e artrite reumatoide. Talvez esses genes possam estar envolvidos na mediação entre vitiligo e DC.

A ligação do stress?
Outra consideração por que pode passar o aparecimento ou agravamento de vitiligo num indivíduo que esteja a passar por uma crise de DC é o papel que o stress pode desempenhar no sistema imunológico. Há estudos bem estabelecidos que mostram que os indivíduos que estão sob stress crónico (emocional e/ou físico) sofre infecções virais graves e mais frequentes (constipação comum, gripe), têm uma menor taxa de aceitação de vacinas (contra a gripe e hepatite), e tem processos de cicatrização prolongados. Pode este tipo de stress, que é conhecido por enfraquecer o sistema imunológico, também deixá-lo mais susceptível aos efeitos negativos de outras condições subjacentes?

Ao longo dos anos, muitos indivíduos com doenças auto-imunes têm relatado um factor de stress significativo: como uma morte na família, a luta com uma doença não relacionada, ou outro trauma como um acidente automobilístico, que precede o aparecimento ou agravamento das suas doenças auto-imunes.
( ... )

O que ter em mente?
Isso não significa que só o stress possa provocar estas doenças auto-imunes/inflamatórias. A pessoa em questão teria que transportar os genes para as doenças auto-imunes específicas. Pelo menos 20 regiões de genes em 15 cromossomas diferentes estão associadas à predisposição para a doença auto-imune em roedores e seres humanos. Se o stress vai precipitar ou agravar as condições já disponíveis é apenas um dos muitos factores potenciais a considerar.
(…)"

Outros estudos:
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