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DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



domingo, 24 de dezembro de 2017

Um Natal doce sem glúten

Este Natal vai ser mais fácil preencher a mesa de Natal com os doces da época: a abertura da pastelaria Boca de Leão, na Póvoa de Varzim, certificada pela APC, veio ajudar a normalizar o dia a dia de um celíaco. Para além de podermos retomar o hábito de lanchar ou tomar o pequeno almoço fora de casa, com produtos de qualidade, podemos encomendar bolos para eventos especiais como aniversários ou doces da época, como é o caso desta altura de Natal.

Encomendei então um bolo-rei escangalhado e um tronco de Natal, mas a oferta era bastante mais alargada. Se aliado ao bom aspecto, como podem ver na imagem, estes produtos tiverem o bom sabor habitual, este Natal ficou ainda mais doce. A mesa ficará completa com os sonhos, as rabanadas, a aletria, a galette e o pão de ló feitos em casa, tudo sem glúten.

Um óptimo Natal para todos!


















segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Bolo-rei de chocolate sem glúten 2

Apesar de já ter algumas receitas de bolo-rei no blog, e acreditando que há sempre
espaço para melhorias, decidi reformular a receita do bolo-rei de chocolate. A maior
alteração, para além de optar por uma versão sem lacticínios, foi a introdução do creme pasteleiro no recheio de modo a humidificar mais a massa e combater o problema da secura que se instala com mais ou menos rapidez nas produções sem glúten.

Não consegui, no entanto, verificar essa teoria pois o bolo-rei assim feito desapareceu num par de horas. Acho que é para repetir...

Para quem se iniciou na dieta há pouco tempo ou ainda não acertou com as gulodices de Natal, podem encontrar as receitas desta época no separador Natal na lateral direita do blog. Bons cozinhados!

Ingredientes:
250 gramas de farinha sem glúten (misturei 120gr.farinha Schar Mix B+80 gr. farinha panificável sem glúten Continente+20 gr. Schar Brot Dunkel+30 gr. polvilho doce+5gr. psílio em pó)
40 gramas de açúcar
120 gramas de leite vegetal de amêndoa
Casca de 1 laranja
1 ovo L
20 gramas de mel
20 gramas de vinho do Porto
1 pitada de sal
6 gramas de fermento para pão seco (Doves Farm)
30 gramas de margarina
Para rechear:
Creme pasteleiro
Pepitas de chocolate (marca Hacendado do Mercadona)
Para pincelar:
1 gema
1 colher de sopa de leite vegetal

Misture as farinhas, junte o açúcar, a raspa de laranja, o fermento e reserve.

Na cuba da batedeira misture o leite, o mel, o ovo, o vinho do Porto e o sal. Junte a mistura reservada enquanto bate. Por fim, junte a margarina e deixe bater bem, entre 10 a 15 minutos. Tape depois a cuba com filme transparente e leve ao frigorífico durante 6 a 8 horas (eu deixei a levedar a frio durante a noite).

Pode aproveitar e fazer de seguida o creme pasteleiro, de modo a que “passe a noite” no frigorífico também: leve 100ml de leite vegetal ao lume até começar a ferver. À parte misture bem a gema com 15 gramas de açúcar e 5 gramas de Farinha Custard (da Globo) e ½ colher de chá de essência de baunilha. Junte o leite quente a esta mistura aos poucos e leve tudo ao lume de novo. Mexa sempre com uma vara de arames até engrossar. Retire do lume, coloque numa tijela, cubra com pelicula aderente e leve então ao frigorífico.

De manhã, estire a massa entre duas folhas de papel vegetal formando um rectângulo. Espalhe o creme pasteleiro e cubra com as pepitas de chocolate a gosto. Enrole a massa unindo as duas pontas e coloque numa forma de buraco previamente untada com margarina e polvilhada com farinha de arroz. Faça pequenos cortes com a tesoura por cima do rolo. Deixe levedar cerca de 45 minutos a 1 hora, tapado com uma toalha.













Terminada esta levedação, pincele com a gema misturada com o leite e leve ao forno previamente aquecido a 180º graus, durante 30 a 35 minutos.


Retire então do forno, pincele com uma mistura de água com açúcar (opcional), deixe arrefecer e polvilhe com açúcar em pó.

















sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Bolachas de canela e gengibre sem glúten

Cá em casa somos fãs de receitas com especiarias, assim não resistir a reproduzir estas bolachas do blog La Celiakita. Com este ar natalício, trazem uma doçura à época e parecem mesmo feitas para deixar num pratinho com leite para o Pai Natal, como sugeriu o meu filho mais novo.

Ingredientes:
1 gema de ovo
45 gramas de açúcar mascavado 
65 gramas de manteiga/margarina à temperatura ambiente
30 gramas de Maizena
100 gramas de  farinha de milho
1 colher de chá de canela em pó 
1 colher de chá de gengibre em pó 
1/4 colher de chá de fermento para bolos
Pitada de sal
Farinha de arroz para polvilhar

Misture a Maizena com a farinha de milho. Reserve.

Numa taça misture a gema com a manteiga/margarina e o açúcar e bata bem. Acrescente aos poucos a mistura de farinhas e junte, por fim, a canela, o gengibre, o fermento e o sal. Amasse bem e forme uma bola.

Deixe repousar no frigorífico durante, pelo menos, 30 minutos envolta em filme transparente. Passado esse tempo, estire a massa com um rolo entre duas folhas de papel vegetal polvilhadas com farinha de arroz, até obter uma espessura de 2mm. Recorte a massa com o cortador que mais lhe agradar e coloque as bolachas num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal.

Vai ao forno pré-aquecido a 180°C durante 10 minutos ou até que as bordas fiquem douradas. Deixe arrefecer sobre uma rede e guarde numa caixa de lata.

Rende à volta de 20 bolachas.





















domingo, 3 de dezembro de 2017

Novos produtos Maizena

Nada como começar o mês de Dezembro com produtos novos (pelo menos novos para mim)! Encontrei esta semana no Continente dois novos produtos dessa marca tão conhecida dos celíacos como é a Maizena: dois preparados à base de Maizena, um para crepes/panquecas/waffles e outro para bolo de chocolate, ambos a 3,99€. Não sou cliente habitual de preparados já que gosto de fazer os doces de raíz, mas trouxe o preparado para crepes para experimentar. E hoje de manhã foi o dia... Segui a receita do pacote e, num instante, tinha crepes para os quatro. Como os pequenos aprovaram, fica aqui a dica.


















quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Bolachas Napolitanas sem glúten

As bolachas Napolitanas da Cuétara são uma recordação doce de infância das muitas viagens a Vigo e a Tuy, na Galiza, tão crocantes e com aquela fragrância inebriante da canela, o açúcar nas pontas dos dedos para lambermos depois de comida a bolacha. Desde o diagnóstico do Lucas que deixei de as comprar. Logo, quando vi esta receita caseira no site espanhol Webos Fritos, não resisti a experimentar. Não posso dizer que ficam iguais, mas são um bom substituto: já fiz a receita duas vezes e não duraram muito tempo. Fica a receita para quem era fã das Napolitanas e anda com saudades delas.

Ingredientes:
100 gramas de manteiga/margarina a temperatura ambiente
100 gramas de açúcar
1 ovo L
2 colheres de chá de canela em pó 
250 gramas de farinha sem glúten (140 gramas de farinha de arroz+ 60 gramas de maizena+25 gramas de polvilho doce+25 gramas de farinha de trigo sarraceno)
6 gramas de fermento para bolos

Para a cobertura:
4 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de canela em pó

Misture as farinhas com a canela e o fermento até obter uma cor homogénea. Reserve.

Na cuba da sua batedeira bata a manteiga/margarina com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Junte o ovo e bata durante dois minutos. Junte a mistura de farinhas reservada às colheres com a batedeira ligada e deixe bater até obter uma bola de massa.

Embrulhe a massa em película transparente e deixe-a no frigorífico, pelo menos, 30 minutos.
Passado esse tempo, estire a massa com um rolo entre duas folhas de papel vegetal cobertas com farinha de arroz até obter uma espessura de 2mm. Com a ajuda de um corta-pizzas, corte rectângulos de massa e coloque num tabuleiro coberto com papel vegetal.

Cubra as bolachas com a mistura de açúcar e canela, a gosto. Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC (calor por cima e por baixo, sem ventilação) durante mais ou menos 15 minutos.

Retire as bolachas para uma rede com a ajuda de uma espátula e deixe arrefecer. Guarde numa lata e aguentar-se-ão crocantes alguns dias.





















sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Os frutanos e a dieta sem trigo

Imagem retirada da Net
Foi publicado recentemente na revista Gastroenterology um novo estudo que traz uma outra acha para a fogueira da sensibilidade não celíaca ao glúten, uma entidade que se sabe existir, mas talvez não com o impacto que se pensa ter. Esta pesquisa encontrou alguma evidência (sendo que a amostra é pequena) que os frutanos no trigo seriam os culpados pelos distúrbios gastrointestinais normalmente atribuídos ao glúten em pessoas que não são doentes celíacos. Em todo o caso, o resultado final seria sempre a expulsão do trigo da dieta.

Não me parece de todo estranho o resultado desta pesquisa: sabe-se que o trigo é um alimento de difícil digestão e acho que é normal assumir que vários dos seus componentes, para além do glúten, possam causar distúrbios gastrointestinais. Como já partilhei antes, o meu filho mais velho, que é um celíaco diagnosticado sem qualquer dúvida, reage com febre à ingestão de produtos com amido de trigo sem glúten. Daí que, cá em casa, não entram produtos com esse ingrediente e acho preocupante que se esteja a vulgarizar nos produtos aptos para celíacos.

Deixo então um artigo que noticia esta nova pesquisa.


"O frutano, e não o glúten, pode ser o verdadeiro culpado por muitas dores de barriga

Uma nova pesquisa sugere que o frutano, e não o glúten, pode ser o vilão que causa azia a muitas pessoas.

Embora apenas um por cento da população seja afectada pela doença celíaca, as dietas sem glúten tornaram-se uma tendência alimentar importante nos últimos anos. A sensibilidade ao glúten não celíaca é um tema controverso entre muitos investigadores, com cerca de 13% da população a alegar sofrer desta síndrome. Um novo estudo sugere agora que os frutanos, e não o glúten, podem ser a fonte dos distúrbios gastrointestinais em muitas pessoas.

Com pesquisas recentes a apontarem para uma relação entre dietas de baixo teor de glúten e um maior risco de diabetes tipo 2, a tendência moderna em evitar o glúten é vista cada vez mais como uma moda dietética perigosa, que pode potencialmente fazer mais mal do que bem. No entanto, o peso anedótico de pessoas que não são doentes celíacos e que afirmam sentir-se melhor ao evitar o glúten, não pode ser negado. Uma grande parte destes relatos certamente pode ser associada a um efeito psicológico, ou placebo, mas e se houver outro culpado responsável?

O frutano é um tipo de hidrato de carbono encontrado no trigo, e muitos cientistas estão a começar a suspeitar que poderá ser o vilão por detrás das perturbações gastrointestinais agudas de muitas pessoas, em vez do glúten. O frutano também se encontra em cebolas, alhos, espargos, couves e alcachofras.

Um novo estudo de uma equipa internacional de investigadores agrupou 59 indivíduos que estavam numa dieta isenta de glúten auto-imposta, mas que também não eram doentes celíacos. Cada pessoa passou sete dias a comer barras de muesli com glúten, frutano ou nenhum destes. Com uma semana para limpar os seus sistemas entre cada desafio, todos os participantes alternaram entre os três grupos enquanto avaliavam os seus sintomas gastrointestinais.

Os resultados foram fascinantes, com a barra de muesli com o frutano a induzir a maioria dos sintomas em geral. Em média, o estudo também não encontrou diferença nos sintomas relatados entre os grupos do glúten e o placebo.

Enquanto estudos anteriores encontraram uma ligação entre os frutanos e os sintomas da síndrome do intestino irritável, este é o primeiro a examinar de perto a ligação naqueles que alegam padecer duma sensibilidade ao glúten não celíaca.

"O glúten foi originalmente considerado culpado por causa da doença celíaca e o facto de que as pessoas se sentiam melhores quando pararam de comer trigo", diz um dos autores do estudo, Peter Gibson, à revista New Scientist. "Agora, parece que a suposição inicial estava errada".

A sensibilidade ao glúten não celíaca pode certamente ser uma condição real, mas há uma possibilidade crescente de que aqueles que se sentem inchados e desconfortáveis após certas refeições estão, na realidade, a reagir aos frutanos e a confundir isso com uma intolerância ao glúten.

O estudo foi publicado na revista Gastroenterology."


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Dieta sem Glúten de Alessio Fasano

Boas notícias para quem segue o trabalho do Dr. Alessio Fasano, um dos principais investigadores da doença celíaca: foi editado no passado mês pela editora Alma dos Livros o seu livro Gluten Freedom, traduzido para Português com o título Dieta Sem Glúten (havia contudo uma edição em Português do Brasil anterior a esta já que os nossos amigos brasileiros são sempre mais rápidos do que nós a traduzir literatura estrangeira). Pode ser encontrado em livrarias ou encomendado directamente à editora pelo preço base de 21,90€. Fica a dica, boas leituras!



segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Celíacos por diagnosticar

Imagem retirada da Net
O post de hoje traz-nos um artigo do site Celiac.com com novidades de uma pesquisa recente sobre a doença celíaca que permitiu concluir que ainda muito há por fazer para diagnosticar todos os celíacos que ainda andam por aí a sofrer de vários sintomas sem necessidade. É uma pena que mais de nove anos depois do meu filho mais velho ter sido diagnosticado, o tal iceberg celíaco de que se falava na altura, seja ainda uma realidade...


"Os médicos falham no diagnóstico de 90% dos casos de doença celíaca?

Os médicos estão próximos de diagnosticar o número real de casos de doença celíaca? Ou estão a falhar a grande maioria?

Os investigadores dizem há algum tempo que há muito mais pessoas com doença celíaca do que aquelas que estão a ser diagnosticadas, e que a grande maioria dos casos não é detectada.

Então, até que ponto estamos perto do número real? Bem, se um novo estudo realizado por investigadores canadianos na área da nutrição for indicativo de algo, os médicos estão muito longe de diagnosticar a maioria dos casos.

A equipa estudou as análises de quase 3.000 pessoas e as suas conclusões são fascinantes. Estes afirmam que noventa por cento dos casos de doentes celíacos não são diagnosticados.

Como é que isto acontece? Um dos motivos é que, mesmo os sintomas clássicos da doença celíaca, tais como dor abdominal, inchaço, gases, diarreia, anemia e perda de peso, podem imitar outras condições. Os sintomas menos clássicos, tais como fadiga, níveis baixos de vitamina C, D e cálcio podem ser enganadores.

O Dr. Ahmed El-Sohemy, professor de ciência nutricional da Universidade de Toronto, queria ver se a doença celíaca provoca desnutrição devido à menor absorção de vitaminas e minerais. Mas para fazer essa pesquisa, ele precisava de dados canadianos sobre a frequência de doença celíaca não diagnosticada.

Para esse fim, o Dr. El-Sohemy e os seus colegas analisaram amostras de sangue de mais de 2.800 indivíduos em Toronto. Um grupo tinha uma idade média de 23 anos e o outro 45. Entre os seus achados, estava 1% de celíacos, sendo que 87% desses casos não tinha sido ainda diagnosticado. Estes dados sugerem a necessidade de um melhor rastreio em grupos de alto risco genético."

Outros artigos:
Are Current Screening Methods Missing Too Many Celiac Cases?


domingo, 15 de outubro de 2017

Farinha para pão Mercadona

Aqui há uns anos, o Mercadona tinha uma abundância de produtos rotulados, mas não havia muitos produtos específicos para celíacos. O panorama tem-se vindo a alterar e apareceu há pouco a farinha para pão de marca própria do Mercadona. Um pacote de um quilo custa 2,50€, o que é uma poupança considerável em relação à farinha Mix B da Schar. Mas daria os mesmos resultados? Comprei para experimentar e optei por uma receita do pacote de modo a melhor aferir os resultados.

Neste caso, alterei-a um pouco usando 450 gramas da farinha Mercadona com 50 gramas de farinha de trigo sarraceno e 420ml de água. O resultado? 

























Fiquei bem impressionada com o resultado, contudo continuo a preferir a Schar Mix B. Irei comprar de novo para usar em conjunto com a farinha da Schar e baixar o custo do pão, sendo que acho que é uma alternativa legítima para as nossas receitas. Só falta é o Mercadona abrir em Portugal, mas estima-se que isso só em 2019 e apenas em Gaia, no início.

Uma receita que usa este preparado do Mercadona:
Pan de Pita Sin Gluten, para celiacos novatos

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Queques de Alfarroba e Laranja

Hoje trago uma receita de queques de alfarroba e laranja que vi num grupo espanhol de Facebook e que é deliciosa. O meu filho mais novo gostou particularmente e pediu para fazer mais. Fazem-se com facilidade e são uma boa alternativa para um lanche mais rápido (resista à tentação de não deixar a massa repousar no frigorífico pois é este passo que permite à massa subir bastante, devido ao choque térmico). 

Ingredientes:
60 gramas de farinha de arroz Ceifeira
55 gramas de farinha Maizena
55 gramas de farinha de amêndoa
50 gramas de farinha de alfarroba Werz
1 colher de chá de fermento em pó
150 gramas de açúcar mascavado claro
160 gramas de óleo vegetal ou azeite
4 ovos M
Sumo e raspa de uma laranja

Numa tigela, misture as farinhas com o fermento até obter uma cor homogénea. Reserve.

Na cuba da sua batedeira, bata os ovos com o açúcar e a raspa da laranja até formar um creme. Junte depois o óleo e o sumo da laranja e misture bem. Por fim, acrescente a mistura de farinhas aos poucos enquanto bate a massa.

Cubra a cuba com película transparente e deixe a massa repousar no frigorífico, pelo menos, duas horas. No final desse tempo, verta a massa para formas de papel e leve ao forno pré-aquecido a 220C; passados dez minutos, reduza para 180C e deixe cozer mais 20 minutos. Retire então do forno e deixe arrefecer numa rede.



sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Guardanapos sem glúten

A primeira receita deste mês prima pela simplicidade e pelas memórias que traz para quem cresceu a ver estes bolos nas montras das pastelarias e a saboreá-los. É um clássico da doçaria portuguesa, pelo que não há muitas voltas a dar à receita: usei a receita daqui, substituí a farinha de trigo pela Doves Farm e recheei com doce de ovos que comprei (rotulado como isento). Também há quem recheie com creme de pasteleiro, fica ao gosto do freguês.

Ingredientes:
6 ovos
175 gramas de açúcar
160 gramas de farinha Doves Farm White Self-raising
1 colher de sobremesa de fermento
Doce de ovos (caseiro ou de compra)


Na cuba da sua batedeira, bata os ovos com o açúcar até obter um creme claro e espumoso. Acrescente a farinha e o fermento e misture bem.

Forre dois tabuleiros (divida a massa pelos dois ou faça duas vezes metade da receita) de 30x24cm com papel vegetal untado com margarina e disponha a massa sobre ele, alisando-a para formar uma camada fina.

Leve a cozer, na grelha central do forno, durante 8 minutos aproximadamente, a 150ºC cada tabuleiro. Depois de a massa cozer, retire do forno e desenforme sobre um pano de cozinha polvilhado com açúcar e puxe o papel vegetal com muito cuidado.

Barre a massa com o doce de ovos, a gosto, e alise-o bem com uma faca ou espátula. Em seguida, corte a massa em quadrados iguais. Para formar os guardanapos dobre o quadrado de massa fazendo um triângulo. Polvilhe com açúcar.



























sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Novos produtos Lidl sem glúten

Hoje trago novidades a nível dos produtos sem glúten disponíveis no Lidl: foram introduzidos recentemente e em promoção novos produtos no Lidl para gáudio dos clientes que fazem a dieta sem glúten (há também produtos novos sem lactose e para vegetarianos). A variedade foca-se mais a nível dos produtos processados, logo menos saudáveis, mas, mesmo assim, ainda são uma opção para uma situação de falta de tempo. Fica a dica.




















quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cornucópias com doce de ovos

Há uns dias atrás, precisava de uma sobremesa rápida e lembrei-me de um vídeo do site Petit Chef espanhol que tinha uma receita interessante: cannolis com creme pasteleiro. Tinha massa folhada e doce de ovos no frigorífico (tudo sem glúten, claro), pelo que resolvi adaptar a receita do vídeo. Tinha a vantagem de ter formas de cornucópias para dar forma a massa, pelo que a receita quase que se fez sozinha. O meu resultado:





















Seguindo as instruções da página e o vídeo, não há que enganar. Fica a dica!


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Porque há cada vez mais celíacos?

Imagem retirada da Net
Hoje, trago um post sobre um excelente artigo da revista The Scientist de Junho deste ano que, a propósito de um estudo liderado pelo Dr. Edwin Liu que concluiu que a prevalência de doentes celíacos é superior ao que se pensa, faz um apanhado do que de último se tem descoberto neste campo da investigação científica. O artigo é extenso e merece a pena ser lido por quem se interessa por estes assuntos; deixo aqui um resumo dos pontos principais para quem não percebe Inglês.


"Edwin Liu descobriu que a verdadeira prevalência de doença celíaca tinha que ser muito maior - mais de 3% aos 15 anos. "Foi uma surpresa", disse. "Estes números são muito mais altos do que qualquer outros citados nos EUA". Os investigadores que leram o artigo, que foi publicado online no início deste ano na revista Gastroenterology, ficaram igualmente surpreendidos. "Se vir as percentagens, é assustador", diz o Dr. Joseph Murray, um investigador da doença celíaca na Mayo Clinic em Rochester, Minnesota. Certamente, a estatística pode ser específica para a coorte de Denver, ele repara, mas encaixa-se com tendências semelhantes relatadas tanto nos EUA como no resto do mundo.

À medida que o uso da biópsia e outros métodos de diagnóstico melhoraram nas últimas décadas, a doença celíaca tornou-se mais fácil de detectar. Assim, quando os primeiros relatos de um número crescente de casos de doença celíaca nos EUA surgiram no início dos anos 2000, muitos investigadores atribuíram o aumento no progresso no diagnóstico da doença. Mas um exame mais detalhado dos dados sugeriu que haveria mais motivos. "Nós não estávamos apenas melhores em encontrar a doença celíaca", diz Murray. "Havia muito mais para investigar.”

A causa desta tendência aparentemente global continua a ser um mistério, não menos importante porque, enquanto a imunopatologia da doença celíaca tem sido estudada há décadas, permanece por identificar o que faz com que as pessoas desenvolvam a doença em primeiro lugar. Quase todos os pacientes diagnosticados têm mutações em pelo menos um dos dois genes que codificam para o HLA-DQ, um receptor de membrana em células apresentadoras de antígeno que ajuda o sistema imune a distinguir entre auto e não auto, e coordenar a atividade de células T. Mas nem todos os que têm esses genes de risco se tornam celíacos.

Uma coisa em que os investigadores da doença celíaca concordam é que a causa direta do aumento da doença provavelmente reside fora do nosso ADN. "Décadas, é muito rápido para que as mudanças genéticas ocorram", diz o Dr. Liu. "Temos que assumir que isto se baseia em factores ambientais". Os factores que foram mais certamente ligados ao aumento do risco de doença celíaca em crianças geneticamente predispostas incluem parto por cesariana e infecções intestinais por agentes patogenicos, como o reovírus (recentemente implicado num modelo de ratos), embora os seus impactos sejam provavelmente menores, diz o Dr. Murray.

Durante a década de 2000, por exemplo, vários estudos observacionais apontaram para um conjunto de factores alimentares, incluindo a idade da introdução do glúten, como influenciadores no desenvolvimento da doença celíaca. Mas as descobertas sofreram um golpe em 2014, quando dois ensaios clínicos randomizados não conseguiram encontrar qualquer efeito do momento da introdução do glúten. Os estudos também não encontraram evidências de um vínculo com a duração da amamentação.

Uma hipótese mais recente é que a quantidade de glúten consumida, e não o tempo, poderia desempenhar um papel no desencadeamento da doença celíaca em crianças. As reações a essas descobertas foram distintas, no entanto. Um factor agora sob escrutínio em doenças digestivas e outras é o uso humano de antibióticos e, consequentemente, a composição de bactérias que compõem o microbioma intestinal. As bactérias que vivem no intestino desempenham papéis importantes no metabolismo e na regulação das respostas imunes aos alimentos, portanto, para muitos investigadores, esses micróbios são provavelmente suspeitos na patogénese da doença celíaca. No entanto, as evidências circunstanciais acumulam-se e sugerem mais do que um papel passivo para estes micróbios.

Com tantos factores a serem investigados, o Dr. Edwin Liu diz que é improvável que a explicação para um aumento na incidência de doença celíaca seja simples. "Não creio que possamos encontrar um único gatilho ambiental", diz ele. "Será uma combinação.”

Por enquanto, o único tratamento é uma dieta sem glúten. Mas como o foco na doença celíaca se intensificou, também há pesquisa sobre os efeitos dessa intervenção - e os resultados não são encorajadores. Vários estudos sugerem que os intestinos dos pacientes celíacos não são capazes de se curarem completamente, mesmo com a dieta, pois a ingestão acidental desta proteína omnipresente é quase inevitável; mesmo pequenas quantidades podem desencadear sintomas. Além disso, os pacientes acham que a dieta isenta de glúten é difícil de tolerar porque é isoladora e, muitas vezes, impraticável.

Para melhorar os resultados em pacientes com doença celíaca, alguns cientistas estão a explorar maneiras de enfrentar a resposta do intestino celíaco ao glúten e, potencialmente, restaurar a tolerância:

Uma vacina que poderia ajudar a dessensibilizar os pacientes para o glúten através de uma série de tomas;
Atacar o corpo com parasitas intestinais pode ajudar a mitigar os efeitos desta doença auto-imune;
Um comprimido que exigiria que os pacientes continuem com a dieta isenta de glúten, mas serviria para reduzir a gravidade das reações à exposição acidental quando tomadas antes de uma refeição.

Com esses tratamentos alternativos ainda estarem num longo caminho até estarem disponíveis para o consumo comum, muitos provedores de saúde argumentam que a melhoria das taxas de diagnóstico deve ser a prioridade, para ajudar a entender e cuidar melhor do número crescente de pessoas que vivem com doença celíaca. Parte do atraso nas melhorias tem a ver com médicos gostarem de jogar à apanhada com uma gama crescente de sintomas reconhecidos como sinais de alerta. Há também reticência entre os médicos em diagnosticarem esta condição - uma situação que, de forma paradoxal, não foi ajudada pela crescente popularidade das dietas sem glúten e a publicidade em torno do "espectro" de distúrbios relacionados com o glúten."

Outros artigos:


domingo, 13 de agosto de 2017

Petição FACE

A Face (Federação de Associações de Celíacos de Espanha) lançou uma petição no site wemove.eu, apelando ao Parlamento Europeu que  altere o Regulamento de Execução (UE) n.º 828/2014 da Comissão Europeia. Este documento tem criado muita discussão entre os celíacos devido às várias designações que criou e que vieram eliminar a menção que todos conhecemos de "sem glúten".

Esta petição propõe-se a angariar 5000 assinaturas e, para já, tem pouco mais de 3600. Se concordarem com o texto e objectivo da petição, é só ir ao site e assinar. Este é um assunto que interessa a todos os celíacos europeus. Fica a dica.

"Texto da petição
Remoção da menção de "teor muito baixo de glúten", validada no Regulamento de Execução (UE) n.º 828/2014 da Comissão, relativo às condições para a transmissão de informações aos consumidores sobre a ausência ou reduzida presença de glúten nos alimentos.

Porque é importante
Ao ser diagnosticado com doença celíaca devem-se iniciar uma série de mudanças que devem ser mantidas ao longo da vida:

Mudança nos hábitos alimentares
Manter uma dieta isenta de glúten
Aumento do custo da cesta básica de compras
Leitura cuidadosa dos rótulos dos produtos

Se a leitura dos rótulos dos produtos fornecer todas as informações sobre os ingredientes e/ou matérias-primas fornecidas à população em geral, isto ajuda a escolher correctamente os produtos que serão consumidos.

O problema para o coletivo celíaco surgiu a partir da entrada em vigor do Regulamento de Execução (UE) n.º 828/2014 da Comissão, relativo às condições para a transmissão de informações aos consumidores sobre a ausência ou presença reduzida de glúten nos alimentos.

Neste regulamento define-se a catalogação de produtos com "teor muito baixo de glúten", os quais podem conter até 100 ppm.

Para além disso, no artigo 3.° deste regulamento prevê-se que a informação alimentar pode ser acompanhada pelas seguintes declarações:

Adequado para pessoas com intolerância ao glúten
Adequado para celíacos
Desenvolvido especificamente para pessoas com intolerância ao glúten
Desenvolvido especificamente para celíacos

De acordo com o estudo de Catassi et al. (2007), uma quantidade de 50 mg / kg por dia provoca danos no intestino em pacientes com doença celíaca e impede que o tratamento seja eficaz pelo que não poderão consumir produtos rotulados como "teor muito baixo de glúten".

Estes termos são incongruentes e causam perigo entre o colectivo celíaco ao transmitirem informação que pode induzir em erro ou confusão, especialmente em celíacos recém-diagnosticados.

Portanto, a fim de proteger o coletivo celíaco para que possa manter o seu tratamento da forma mais eficaz possível, pedimos aos parlamentares para alterarem o Regulamento, eliminando as anteriores definições expostas, mantendo apenas a declaração "sem glúten"."


sábado, 5 de agosto de 2017

Nova Iorque sem glúten

As nossas férias este ano passaram pela “capital do mundo”, Nova Iorque. Este era um destino que estava escolhido há já algum tempo, mas para o qual ainda não tínhamos tido a oportunidade de ir- para além do interesse em visitar a cidade que é Nova Iorque, era também um destino onde, com alguma facilidade, conseguiríamos manter a nossa dieta sem glúten.

Reuni sem problemas (com a ajuda do Google) uma lista de restaurantes e pastelarias onde encontraríamos opções sem glúten: com algumas raras excepções, eram, no entanto, locais com cozinhas partilhadas e que obrigariam a uma vigilância mais apertada. A dificuldade maior foi na selecção porque eram imensos os locais com opções sem glúten. 

Os preços são outra preocupação: Nova Iorque é muito, muito cara, os museus, os restaurantes, os supermercados, os transportes… As poucas atracções a custo zero passam por visitas a lojas como a Lego Store ou a M&M Store, que os miúdos adoram ver, ou passeios pela cidade em Central Park, Highline Park ou a Ponte de Brooklyn, por exemplo. Existem também muitos e bem apetrechados parques infantis, onde os miúdos se divertem e os pais podem descansar as pernas dos vastos quilómetros que se percorrem diariamente para ver esta cidade. Os esquilos nos parques também são um bom entretenimento e grátis!

A nível da hospedagem, nós ficamos num hotel, mas um aluguer de apartamento (pelo airbnb, por exemplo) dá a vantagem de se poder cozinhar e evitar os preços dos restaurantes. Para compras de comida, o local de eleição é sem dúvida o Whole Foods que, apesar de ser mais caro que outros supermercados como o Trader Joe’s ou Fairway Market, possui uma vasta selecção de produtos sem glúten. Tem ainda zonas para refeições disponibilizando condimentos e micro-ondas, onde se pode comer os produtos comprados na loja: foi a nossa salvação num almoço em que estávamos longe de um restaurante com opções sem glúten, tendo preparado sanduíches com produtos adquiridos no supermercado.

A maioria dos hóteis em Nova Iorque com preços médios não disponibiliza pequenos-almoços: uma estadia num hotel que não o faça implica que tenha no quarto um frigorífico e um micro-ondas onde possa guardar e aquecer produtos comprados nos supermercados- ou então tomar o pequeno-almoço fora o que implica mais custos e mais riscos para a dieta. No nosso caso, o hotel tinha pequeno-almoço que, contudo, não incluía opções sem glúten, pelo que levávamos o pão e os cereais e completávamos com os iogurtes, chá, café, fruta, ovos, mel e manteiga de amendoim que o hotel disponibilizava.

Para as deslocações viajamos com a KLM e a Delta Airlines: reservamos antecipadamente as refeições sem glúten a bordo e, perto da data de partida, reconfirmei que as refeições estavam agendadas. Não houve algum contratempo e foram-nos disponibilizadas opções sem glúten durante o voo. Entretanto, devido a um atraso da Delta, perdemos a ligação no aeroporto de Schipjol, em Amesterdão, e acabamos por passar lá mais tempo do que desejaríamos. Procuramos uma opção sem glúten para almoçar e foi quase como procurar uma agulha num palheiro. Contudo, ao pesquisar na Net, apercebemo-nos de que o McDonald’s na Holanda também já disponibiliza pão sem glúten e lá veio a fast food em nosso socorro.

Regressados, finalmente, restam-nos as fotos e as memórias que hão-de perdurar, assim como a certeza de que não nos devemos deixar limitar por restrições alimentares. Como já referi outras vezes, é preciso apenas uma mochila generosamente recheada para qualquer eventualidade, e mais preparação do que o habitual: a lista de atracções a visitar deve indicar quais as opções sem glúten perto de cada uma e definir a priori quais os roteiros a percorrer (para os EUA, a app Find Me Gluten Free é quase imprescindível).

Boas férias!


RESTAURANTES COM OPÇÕES SEM GLÚTEN
A congénere americana da conhecida pastelaria francesa, serve pequenas refeições e doces ao estilo americano. O serviço é simpático e fica perto do Museu Guggenheim. Tem instalações 100% sem glúten.
Na zona de Hell’s Kitchen, este restaurante italiano serve pizza à base de farinha de grão-de-bico e uma focaccia deliciosa. Também tem pratos de massa. O serviço é muito simpático.
Servem hambúrgueres à la carte na zona de Times Square, sendo que os recheios e os molhos são todos personalizáveis.
Sendo a dona celíaca, o menú é quase todo sem glúten. Comida ao estilo diner americano, tem 4 espaços em Manhattan.
Um restaurante chinês com menú sem glúten perto do Museu de História Natural. Porções generosas e saborosas a acompanhar uma saudade imensa de comida chinesa.
Como o nome indica, este é um restaurante de comida mexicana em que as opções sem glúten estão indicadas no menú (e são muitas). Pode-se escolher guacamole com tortillas para entrada e o mesmo é preparado à nossa frente. Fica na zona de Union Square Park.
Uma pequena loja de take-away, a escassos metros do nosso hotel, permanentemente cheia. O único prato é o Poké, uma receita havaiana à base de atum crú e arroz (também há a versão com frango ou tofu). Quase todas as opções de acompanhamentos e molhos são sem glúten, convém verificar com os funcionários. Várias localizações em Manhattan.
Na zona de Brooklyn Bridge, fica esta pizzaria com dezenas de opções no menú, entre elas a pizza sem glúten. Pizzas grandes e das mais saborosas que já comemos, o serviço é que não foi nada de especial.
Localizado no Gotham West Market, um antigo mercado reconvertido para zona de restauração, disponibiliza comida orgânica, saudável, sem glúten. As doses não são grandes, mas é uma boa opção para quem vai visitar o porta-aviões Intrepid, Sea and Air Museum.
Com várias localizações, a unidade de Hell’s Kitchen decorado ao estilo industrial serve uns saborosos hambúrgueres tão grandes que se come melhor de faca e garfo. O serviço foi agradável.

Outras opções que não visitámos:

PASTELARIAS/LOJAS COM OPÇÕES SEM GLÚTEN
Já acima mencionada, tem alguns doces iguais à loja de Paris, mas aposta mais em muffins, pies e cheesecakes. Contudo, a qualidade é semelhante.
Com uma oferta semelhante à Noglu, e com igual nível de qualidade, peca por não ter zona para sentar.

Outras opções que não visitámos:




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