INFORMAÇÃO É PODER

DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quadrados de requeijão e canela

Mais um bolo fácil de fazer e rápido a desaparecer. Esta receita foi adaptada daqui, mas mesmo não tendo sido pensada originalmente para ser sem glúten, funciona bem e com a pouca quantidade de farinha pode-se usar qualquer mix panificável do mercado (eu usei esta ).

Ingredientes:
225 gramas de açúcar
180 gramas de manteiga
4 ovos
1 requeijão de Seia (170g)
100 gramas de farinha sem glúten (Doves Farm, Schar, Special Line, Jumbo…)
1 colher sopa de canela
Raspa de 1 limão
½ colher de chá de goma xantana (omitir se o mix já tiver)
1 colher de sopa de fermento em pó

Misture a farinha, o fermento, a goma xantana e a canela. Reserve.
Bata o açúcar e a manteiga até ficar um creme fofo e esbranquiçado.
Adicione os ovos, a raspa de limão, o requeijão desfeito com um garfo e bata tudo muito bem até ficar um creme fofo.
Junte os ingredientes secos e envolva bem.

Unte um tabuleiro de 30 x 15cm com manteiga e polvilhe com farinha; verta o preparado e leve a cozer por 20-30 minutos em forno pré-aquecido a 180ºC.

Depois de frio corte aos quadradinhos e polvilhe com açúcar em pó e canela.





Poupança

Em tempos de crise, temos que fazer contas. E esta de que vou falar não foi nada difícil. Como todos os que cozinham sem glúten sabem, o fermento aparece sempre na nossa lista de compras; há quem prefira o fermento fresco, outros, como eu, preferem o fermento activo seco. Até há pouco tempo atrás, comprava o fermento da Ramazzotti ou da Vahiné, mas desde que o Superbio começou a vender o fermento da marca Doves Farm, não quero outra coisa. Ora vejam:


































Os dois primeiros estão à venda no Continente e o preço por quilo é substancialmente mais elevado do que o valor do terceiro. Mesmo com os portes de envio que rondam os 5 euros, continua a ser mais barato comprar o fermento da Doves Farm... funciona como os outros e ainda se pode aproveitar para comprar outros artigos que só eles tem como a farinha de grão de bico. Fica então mais uma dica.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Não é astrologia...

... mas parece ciência. Um estudo interessante, ainda a guardar validação.


Imagem retirada da Net
"Mês de nascimento das crianças parece estar ligado a Doença Celíaca: estudo
Os pesquisadores encontraram taxas mais elevadas do distúrbio digestivo entre crianças nascidas na Primavera e Verão.
Domingo, 8 de Maio 2011 (HealthDay News)

A doença celíaca é mais comum entre as crianças nascidas nos meses de Primavera e Verão, de acordo com um novo estudo do Hospital Geral de Massachusetts para Crianças. As descobertas sugerem que a maior incidência desta doença auto-imune pode estar relacionada com uma combinação de factores sazonais e ambientais.

A doença celíaca é um distúrbio digestivo desencadeado ao consumir a proteína do glúten, que é encontrada principalmente no pão e outros alimentos que contenham trigo, cevada ou centeio. Pode danificar o intestino delgado e tornar difícil a absorção de certos nutrientes, causando problemas que vão desde dor abdominal a danos nos nervos.
Examinando dados de 382 crianças de Massachusetts com diagnóstico de doença celíaca, entre os 11 meses e os 19 anos de idade, os pesquisadores descobriram que no grupo dos 15 – 19 anos, a estação de nascimento parece não fazer diferença. Mas entre 317 crianças menores de 15 anos de idade, 57 por cento nasceram na época de "Luz" de Março a Agosto, em comparação com 43 por cento que nasceram na época da "Escuridão" de Setembro a Fevereiro.

Embora a causa exacta da doença celíaca seja desconhecida, os gatilhos potenciais incluem o tempo de introdução do glúten aos bebés, e infecções virais contraídas durante o primeiro ano de vida. As conclusões do estudo sugerem que a época do nascimento de uma criança é outro factor de risco potencial para a doença.

Os pesquisadores apontaram que os alimentos sólidos que contêm glúten são introduzidos às crianças geralmente por volta dos 6 meses de idade, o que para os bebés nascidos na Primavera e no Verão coincide com a época de gripes e constipações. Com base nas conclusões, o pesquisador principal do estudo, Dr. Pornthep Tanpowpong, disse que a idade em que o glúten é introduzido a alguns bebés pode precisar de ser alterada.

"Se o bebé nascer na Primavera ou no Verão, pode não ser adequado introduzir o glúten na mesma idade como a outro nascido no Outono ou Inverno", disse Tanpowpong. "Embora tenhamos necessidade de continuar a desenvolver e testar a nossa hipótese, pensamos que fornece uma pista útil nos esforços em curso para evitar a doença celíaca". O estudo também observou que a exposição à luz solar também pode desempenhar um papel na doença celíaca, uma vez que a deficiência de vitamina D tem sido associada com a doença.

O estudo está previsto para apresentação no domingo em Chicago durante a Semana de Doenças Digestivas, um encontro internacional patrocinado pela Associação Americana de Gastrenterologia e outras organizações.

Porque o estudo foi apresentado numa reunião médica e é pequeno, as suas conclusões devem ser consideradas preliminares até publicado num jornal da especialidade e confirmado com outras pesquisas."


Outros artigos:

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Bolo de aniversário

Uma das primeiras coisas em que pensei quando o meu filho mais velho foi diagnosticado foi a questão dos aniversários. Os adultos podem dispensar uma festa, ou, pelo menos, uma grande festa, mas um aniversário para uma criança exige uma festa, no mínimo. E o bolo de aniversário? Dantes, um bolo simples bastava levar umas Pintarolas ou um boneco dos Estrumfes (sim, no tempo em que ainda os chámavamos assim, e não Smurfs) e a festa estava feita. Hoje, na era do Cake Design, os miúdos estão mais exigentes. Há vários locais a ofereceram este tipo de bolos em versão Sem Glúten, mas penso que ainda nenhum aprovado pela APC, que exige normalmente condições isoladas na sua confecção e/ou análises aos mesmos, se não estou em erro.

Nesse aspecto, consegui arranjar quem me faça os bolos de aniversário que encantam a pequenada e garanta ao mesmo tempo um produto isento de glúten, para os aniversários de família. No entanto, em tempo de férias nada se faz neste país e com um aniversário em Agosto, tive que encontrar uma alternativa. A minha irmã ofereceu-se muito graciosamente (obrigada desde já) e preparou um belo bolo de aniversário não-infantil que servisse a todos os interesses: sem glúten, sem chocolate, sem morangos. A receita foi adaptada daqui:


Ingredientes:
70 gramas cada de farinha de sorgo, arroz, polvilho, e fécula de batata
3/4 colher chá goma xantana
1/2 colher de chá sal fino
2 colheres de chá fermento em pó
230 gramas manteiga sem sal amolecida
380 gramas açúcar
5 ovos
80 ml sumo de limão
3 colheres de raspa de limão
1 colher de chá essência de baunilha
60 gramas de natas azedas

Creme de limão para o recheio
Ingredientes:
70 gramas de açúcar
1 ovo L
120 ml sumo de limão
1 limão grande, raspado
60 gramas de manteiga sem sal, amolecida

Creme de framboesa para a cobertura
Ingredientes:
30 gramas de manteiga sem sal, amolecida
170 gramas de queijo-creme
100 gramas de açúcar em pó
30 gramas de compota de framboesa
30 gramas de framboesas
1/2 colher de chá de sumo de limão

Para o bolo:
Pré-aqueça o forno a 175 º C.
Numa tigela, misture as farinhas, a goma xantana, o sal e o fermento em pó.
Na cuba da sua batedeira, bata a manteiga e o açúcar até formar um creme. Adicione os ovos um a um, misturando bem após cada adição. Junte o sumo de limão, as raspas e a baunilha. Por fim, junte a mistura de farinhas e adicione as natas azedas até a massa ficar homogénea. Não se preocupe se o sumo de limão fizer com que a massa coalhe ligeiramente. A textura da massa deverá ser mais líquida do que uma massa de bolo tradicional, isso é o que se espera.
Unte duas formas de bolo iguais de bolo (de 23 centímetros) e divida a massa entre elas por igual. Coza durante 30-35 minutos, até que os bolos estejam um pouco dourados. Deixe arrefecer, e desenforme em seguida. Os bolos devem estar completamente frios antes de colocar o recheio e a cobertura.

Para o recheio:
Numa tigela para microondas, misture o açúcar e os ovos até ficarem obter uma massa homogénea. Acrescente o sumo de limão, as raspas de limão e a manteiga derretida.
Cozinhe no microondas em intervalos de 1 minuto, mexendo após cada minuto, até que a mistura esteja suficientemente espessa para cobrir as costas de uma colher.

Para a cobertura:
Misture todos os ingredientes até obter uma consistência macia.


Coloque o recheio entre os dois bolos, espalhando uniformemente. Por fim, cubra com a cobertura de framboesa a totalidade da massa, e decore a gosto com as framboesas que sobrarem.



















quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O iceberg

Já aqui falei sobre o problema da dificuldade em fazer diagnósticos da intolerância ao glúten: seja porque os médicos não estão devidamente informados ou porque os actuais métodos de diagnóstico não são suficientemente sensíveis para detectar todos os casos, o facto é que prevalece a teoria do iceberg quando se fala em doença celíaca ou intolerância ao glúten. Esta imagem explica a teoria e reflecte a noção de que existem cerca de noventa mil pessoas, em Portugal, por diagnosticar:


Definições dos diferentes estádios segundo este artigo americano:

"Clássico
A doença celíaca clássica é a forma mais comumente descrita: são pacientes com as características clássicas de má absorção intestinal, que desenvolveram atrofia total das vilosidades induzida pelo glúten e outras características histológicas clássicas. Estes pacientes apresentam sintomas gastrointestinais.
Atípico
A doença celíaca atípica parece ser a forma mais comum: estes pacientes geralmente têm poucos ou nenhum sintoma gastrointestinais, mas chamam a atenção dos médicos por causa de outras razões, como a deficiência em ferro, osteoporose, baixa estatura, ou infertilidade. Estes pacientes em geral desenvolveram atrofia total das vilosidades induzida pelo glúten. Na sua maioria e como estes pacientes são "assintomáticos" do ponto de vista gastrointestinal, não são diagnosticados.
Silencioso
A doença celíaca silenciosa refere-se a pacientes assintomáticos que se descobre terem desenvolvido atrofia total das vilosidades induzida pelo glúten. São descobertos após um rastreio serológico ou talvez durante uma endoscopia com biópsia por outras razões. Estes pacientes são clinicamente silenciosos porque não manifestam quaisquer sintomas gastrointestinais evidentes ou características atípicas de doença celíaca, como a deficiência de ferro ou a osteoporose.
Latente
A doença celíaca latente apresenta-se em pacientes com diagnóstico prévio de doença celíaca que responderam a uma dieta isenta de glúten e que mantém uma histologia normal da mucosa ou manifestam apenas um aumento de linfócitos intra-epiteliais. A doença celíaca latente também pode representar pacientes que, actualmente, têm uma mucosa intestinal normal fazendo uma dieta que contenha glúten, mas que irá posteriormente desenvolver a doença celíaca.
Refractário
A doença celíaca refractária representa os pacientes com doença celíaca real (ou seja, que não é um erro de diagnóstico) que não respondem ou já não respondem a uma dieta isenta de glúten. Alguns destes pacientes desenvolvem complicações como jejunoileite ulcerativa ou enteropatia associada ao linfoma de células T."

Em alguns países, esta diferença tem-se vindo a atenuar muito por força de maior divulgação da doença e pela organização de rastreios de rotina. Por exemplo, já li aqui, mas ainda não encontrei confirmação em sites italianos, que, em Itália, todas as crianças fazem o rastreio por volta dos 6 anos.

Recentemente, encontrei um documento do NICE (National Institute for Health and Clinical Excellence), do Reino Unido. Esta é uma organização independente responsável pela criação de orientações a nível nacional para a promoção da boa saúde e prevenção e tratamento da doença. Neste documento pode-se ler quais as orientações da NICE para aplicação pelo Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) no diagnóstico da intolerância ao glúten.

Se estas orientações fossem seguidas em Portugal, apesar do custo financeiro que acarretaria, de certeza que não ficaria um doente celíaco por diagnosticar. Deixo um excerto desse documento para que, pelo menos, nós consigamos perceber quem poderá andar abaixo da linha de água do iceberg celíaco.

“Esta orientação representa a visão do NICE, a que se chegou após uma avaliação cuidadosa das evidências disponíveis. Os profissionais de saúde devem levá-la plenamente em conta quando exercerem o seu juízo clínico.

PROPONHA testes sorológicos a crianças e adultos com algum dos seguintes sinais, sintomas e condições:

Sinais e sintomas
Diarreia crónica e intermitente
Atraso no crescimento nas crianças
Sintomas gastrointestinais persistentes e inexplicados tais como náuseas e vómitos
Fatiga prolongada
Dores, cólicas e distensão abdominais persistentes
Perda de peso súbita
Anemia por deficiência de ferro ou outro tipo de anemia não explicada
Condições
Tiroidite auto-imune
Dermatite herpetiforme
Síndrome do Intestino Irritável
Diabetes tipo 1
Parentes de primeiro grau (pais, irmãos e filhos) de doentes celíacos

PONDERE propor testes sorológicos a crianças e adultos com alguma das seguintes condições:

Doença de Addison
Amenorreia
Estomatite Aftosa (aftas)
Condições auto-imunes do fígado
Miocardite auto-imune
Trombocitopenia púrpura crónica
Defeitos no esmalte dos dentes
Depressão ou desordem bipolar
Síndrome de Down
Epilepsia
Fracturas por traumatismo mínimo
Linfoma
Doença metabólica dos ossos (tais como raquitismo ou osteomalacia)
Colite microscópica
Obstipação persistente ou inexplicada
Enzimas do fígado permanentemente elevadas sem causa aparente
Polineuropatia
Abortos recorrentes
Densidade mineral óssea reduzida
Sarcoidose
Síndrome de Sjögren
Síndrome de Turner
Alopecia inexplicada
Sub-fertilidade inexplicada”

Outros artigos:
Este artigo italiano reflecte esta realidade do iceberg. No resumo inicial deste estudo que pretendia aferir a ocorrência de DC numa população escolar através de análises de anti-corpos específicos em saliva, refere-se que:
"46 indivíduos tinham tTGAb salivar positivo e 16 estavam na linha de fronteira. 45/46 e 5/15 deles tinham também soro positivo. 42 crianças apresentaram atrofia das vilosidades do duodeno sendo que apenas uma tinha lesões do tipo 1. Três crianças iniciaram uma dieta isenta de glúten sem a realização de endoscopia. A prevalência de DC (onde se incluiu 23 crianças previamente diagnosticadas) foi de 1,2%. Considerando todos os 65 celíacos da nossa amostra, foi encontrada DC silenciosa em 64%, típica em 28%, atípica em 7% e potencial em 1%. Todos os pacientes apresentaram estrita adesão à dieta, com aumento de peso e estatura e melhoria do bem-estar."

Atypical Manifestations of Celiac Disease

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Férias sem glúten 2

Para aqueles que ainda têm férias por gozar e ainda não escolheram o destino, encontrei outra cadeia de hotéis "amiga dos celíacos": Garden Hotels em Espanha. Em relação à gastronomia que apresentam nos seus diversos hotéis, dizem:

"Vacaciones sin gluten!
Quieres olvidarte del gluten durante tus vacaciones? Garantizamos la máxima seguridad y cuidado en los procedimientos de elaboración de los menús, en todos los hoteles de Península y Baleares. El acuerdo firmado con FACE nos hace pioneros a nivel balear e internacional en establecer menús para celíacos."

Entre os hotéis que fazem parte desta cadeia, há várias opções de interesse:

Alcudia Garden em Palma de Maiorca, com pacotes disponíveis em várias agências de viagens nacionais a partir do operador Soltour;

Cartaya Garden  em Huelva e Cabogata Mar Garden em Almeria são outras opções com acesso por carro, podendo-se agendar directamente no site deles. Fica então a dica.




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O glúten e os genes


Imagem retirada da Net

Aquando do diagnóstico do meu filho mais velho, a minha mãe marcou uma consulta com uma médica gastrenterologista para fazer o rastreio. Esta passou-lhe um painel (incompleto) de análises para detecção de DC, mas avisou-a que não tinha que se preocupar pois esta doença não tinha base genética! Não foi a médica de família, não foi um médico de clínica geral, foi uma “especialista” de gastrenterologia que debitou este rico pedaço de ignorância. Felizmente, a minha mãe está bem informada e não lhe deu importância.

Recentemente, um familiar recorreu aos serviços da Stab Vida para fazer a análise genética da doença celíaca. Quando o miúdo foi diagnosticado, tive que recorrer ao Enterolab no EUA para fazer essa análise. Felizmente, hoje em dia e em Portugal, por 98 euros, em menos de uma semana, esta pessoa recebeu a informação de que era portadora de duas cópias do gene HLA-DQ2, logo recomendava-se uma biopsia intestinal para confirmar se a pessoa em questão já tem ou não a DC.

No estudo da doença celíaca foram identificados os genes HLA-DQA1, HLA-DQB1 e HLA-DRB1 como susceptíveis de provocar a doença. O maior risco genético, entre as moléculas HLA-DQ2 e HLA-DQ8, apresenta-se quando os pacientes são portadores de duas cópias dos genes susceptíveis, e têm risco médio os portadores de uma única cópia. Os dados bibliográficos publicados indicam que 90-95% dos pacientes com doença celíaca apresentam os genes HLA associados à doença. 90% deles são portadores da molécula HLA-DQ2.

Assim, actualmente, esta análise genética não faz um diagnóstico de DC, mas pode fazer a exclusão da mesma. No entanto, existem indivíduos que apesar de terem uma genética negativa para DC, obtém um resultado positivo na resolução dos seus sintomas quando iniciam a dieta sem glúten. Isto faz suspeitar que ainda não se encontraram todos os genes associados à DC, como se pode ver neste artigo que a seguir reproduzo.

"Novo conhecimento genético sobre a doença celíaca poderá abrir as portas para novos tratamentos

Uma pesquisa publicada no final de Fevereiro deste ano na revista científica Nature Genetics identifica novos genes associados à doença celíaca. Os cientistas acreditam que seus resultados possam acelerar o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para a doença, bem como de tratamento.

A doença celíaca – uma condição auto-imune desencadeada pela ingestão glúten em pessoas geneticamente predispostas – é comum nos países ocidentais, afectando quase 1% da população e causando problemas de absorção de nutrientes, bem como outros problemas de saúde (anemia, fadiga, sintomas gastrointestinais, osteoporose, enxaquecas, dentre outros) quando não tratada.

Agora um novo estudo, envolvendo mais de 60 pesquisadores de diversas instituições internacionais, hospitais e universidades e apoiado pela organização britânica Coeliac UK, foi capaz de identificar novos genes associados ao desenvolvimento da doença celíaca, o que lhes permitiu verificar também que os genes relacionados à doença celíaca também estão associados a várias outras doenças crónicas auto-imunes, como a diabete tipo 1 e a artrite reumatóide.

Além disso, o novo conhecimento genético também possibilitou determinar o envolvimento do timo no desenvolvimento da doença celíaca. O timo é um orgão do sistema imunológico que produz leucócitos (glóbulos brancos presentes no sangue) chamados células T e células B. Tais células tem o papel de defender o organismo contra invasores, como por exemplo bactérias. A pesquisa em questão mostra, a partir do estudo dos genes, que o timo é responsável pela selecção das células T envolvidas na reacção auto-imune, em que a mucosa intestinal do celíaco é ‘atacada’.

O estudo mapeou os genes de mais de 4500 portadores da doença celíaca no Reino Unido. Segundo David van Heel, professor de genética gastrointestinal da London School of Medicine and Dentistry e chefe da equipe de pesquisadores que conduziu a pesquisa, os resultados encontrados poderão esclarecer de forma precisa os distúrbios imunológicos que levam ao desenvolvimento da doença celíaca. Segunda a Dra. Wijmenga, também envolvida no estudo, a informação gerada na pesquisa poderá permitir a construção de modelos para estudar a predisposição genética e riscos de uma pessoa desenvolver a doença, bem como o papel de factores não genéticos, como hábitos alimentares, tempo de amamentação, influência de infecções virais, dentre outros."


sábado, 20 de agosto de 2011

Mais pizza

Uma boa receita de pizza sem glúten é quase tão difícil de encontrar como uma boa receita de pão sem glúten. A comparação com a pizza de trigo é inevitável, mas injusta.O sabor, a textura que o glúten dá não é reproduzível, logo temos que alterar a nossa bitola para aquilo que as farinhas sem glúten podem oferecer. São produtos tão ou mais saudáveis do que o trigo e, mais importante, não destroem o revestimento intestinal, logo não causam mal-estar e doença. Parece-me uma boa troca. Á luz deste pensamento, esta é uma boa receita de pizza (ou de pão tipo pitta, como se pode ver aqui).

Ingredientes:
95 gramas de farinha de aveia sem glúten
95 gramas de farinha de arroz integral
95 gramas de farinha de arroz
1 colher de chá de sal
6 gramas de fermento seco activo
1 colher de sopa de sementes de linhaça moídas
180ml água morna

Misture as farinhas, o sal, o fermento e as sementes de linhaça até estarem muito bem combinadas. Adicione cerca de 150ml da água na mistura de farinhas e bata bem com uma colher grande. A massa vai estar seca e arenosa ainda, logo tente apertá-la entre as mãos, para ter uma ideia de como está. Adicione mais água salpicando-a, e use as mãos para trabalhar a massa. Vá adicionando água de cada vez até obter uma massa macia e flexível. A massa deve colar um pouco às mãos mas não o suficiente para deixar pedaços.

Coloque a massa numa tigela e cubra-a com uma toalha húmida. Coloque-a num lugar quente durante duas horas para levedar. Depois do tempo decorrido cubra a tigela com filme transparente e ponha-a no frigorífico até ser necessário. A massa vai-se estender muito melhor se estiver um pouco fria.

Polvilhe a bancada com um pouco de farinha de arroz. Retire a massa do frigorífico e deixe descansar a temperatura ambiente durante 15 minutos. Retire a massa da tigela, e trabalhe-a entre as mãos um pouco. Divide a massa em dois e forme duas bolas. Polvilhe o rolo com um pouco de farinha e estique delicadamente a massa até formar um círculo e de acordo com a espessura da sua preferência.

Com a massa esticada, coloque a cobertura da sua preferência ou o que o conteúdo do seu frigorífico permitir. Vai ao forno previamente aquecido a 260ºC (de preferência) numa pedra para forno (ou a grelhar, como na receita original). Deixe cozer 10-15 minutos até o queijo atingir uma coloração dourada.



















sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aftas


Imagem retirada da Net


Uma afta na boca pode não ser mais do que um grande incómodo ao comer, ou pode ser um sintoma de algo mais. Por vezes, nem sempre, pode significar doença celíaca, logo convém alertar. Este estudo divulgado pelo site Celiac.com demonstra isso mesmo.



"Será que Essa Afta Significa Doença Celíaca? 

Um número pequeno mas significativo de pessoas que sofrem de estomatite aftosa, vulgarmente chamado de aftas, também sofrem de doença celíaca, por isso faz sentido realizar a triagem celíaca a essas pessoas, de acordo com um estudo recente que aparece na revista BMC Gastroenterology.

A doença celíaca é um distúrbio hereditário do sistema imunitário em que as proteínas encontradas no trigo, centeio e cevada causam danos ao revestimento do intestino delgado.

Os relatórios sugerem que as aftas podem ser o único sintoma em cerca de uma em cada vinte pessoas com doença celíaca, de acordo com Dr. Shahram Farhad, da Universidade de Ciências Médicas de Teerão, no Irão, e colegas.

Comummente chamada de aftas, a estomatite aftosa é uma úlcera dolorosa e aberta na boca que é branca ou amarela e rodeado duma área vermelha e brilhante. As feridas, muitas vezes recorrem-se em períodos de stress e estão associadas a infecções virais, alergias alimentares e outras queixas.

A equipa de pesquisa analisou 247 pessoas com estomatite aftosa, que haviam sofrido pelo menos três lesões aftosas no ano anterior. Os indivíduos tinham uma idade média de 33 anos.

A equipa rastreou as amostras de sangue testando para anticorpos e outros factores imunológicos relacionados com a doença celíaca, e excluíram os pacientes com resultados negativos. Indivíduos com exames de sangue positivos foram submetidos a biopsia intestinal. Um exame de sangue positivo ao anticorpo do glúten e resultados anormais na biopsia faziam o diagnóstico de enteropatia sensível ao glúten.

Dos 247 pacientes, sete pacientes apresentaram exames de sangue positivos e foram submetidos à endoscopia digestiva alta com biopsia duodenal.

Dois dos sete pacientes apresentaram resultados, a nível da endoscopia, compatíveis com enteropatia sensível ao glúten, enquanto cinco estavam normais. No entanto, os resultados da biopsia mostraram enteropatia sensível ao glúten para todos os sete indivíduos.

A idade média dos pacientes com enteropatia sensível ao glúten foi de 27 anos e, em média sofreram da doença durante quatro anos e meio.

Curiosamente, nenhum dos sete pacientes com doença celíaca respondeu à medicação convencional para aftas, incluindo corticosteróides tópicos, tetraciclina e colchicina.

Quatro dos sete pacientes com doença celíaca adoptaram uma dieta livre de glúten, e todos os quatro apresentaram uma melhoria substancial entre 2 a 6 meses.

Como resultado do estudo, os médicos devem considerar a possibilidade de doença celíaca / enteropatia sensível ao glúten no tratamento de doentes com estomatite aftosa, especialmente aqueles que mostram uma falta de resposta ao tratamento convencional, o que pode ser um outro indicador do risco de doença celíaca."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pão rápido

Experimentei uma receita do blog La Faim des Delices que é uma versão do pão de sódio irlandês (Irish Soda Bread). É muito prático para quando não se tem tempo pois não leveda; na realidade, a confecção assemelha-se à de um bolo e fica com a consistência da rosca. Gostamos do resultado e, principalmente, da praticalidade. Quanto ao trigo sarraceno usado na receita, pode-se comprar em grãos no Celeiro e depois triturar. A forma deverá ser redonda e em pirex ou refractária; eu usei o pirex que tinha e que é a forma do bolo inglês, o que também é mais prático na hora de fatiar.

Ingredientes:
50 gramas de farinha de trigo sarraceno
450 gramas de farinha de arroz integral
2 colheres de chá de goma xantana
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de azeite
1 ovo
1 colher de chá de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
480 gramas de água

Misture as farinhas, o sal, o açúcar, o azeite e a goma xantana. Bata bem e depois misture o ovo batido e a água. Bata um pouco mais até todos os ingredientes estarem bem incorporados.
Unte uma forma pirex (capacidade 2 litros), e coloque a massa, alisando o topo com uma espátula. Coloque a forma no forno frio e ligue a 240ºC. Deixe cozer durante 50 a 55 minutos até atingir uma cor castanho-clara, retire e deixe arrefecer. Fatie quando estiver frio.



















































quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Madalenas de limão

Um clássico que fica sempre bem e que a todos agrada. Essencial para o aspecto tradicional à barco são as formas de madalenas, mas acredito que fique igualmente bem em formas de queques. Dá para cerca de 15 madalenas pelo que congelei metade para consumo posterior. Receita do blog da Marisa Famalap, Cocina facil Sin Gluten:

Ingredientes:
3 ovos
1 gema de ovo
150 gramas de açúcar mascavado
100 gramas de farinha de arroz
50 gramas de farinha maizena
1 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de goma xantana
150 gramas de manteiga
Casca ralada de limão
1 colher de chá de essência de baunilha

Derreter a manteiga e deixar arrefecer.
Bater os ovos, a gema, a casca do limão, a baunilha e o açúcar até obter uma massa espessa.
Juntar as farinhas com o fermento e a goma xantana, misturar bem, e adicionar aos poucos à massa. Juntar a manteiga arrefecida sem parar de mexer.
Ligue o forno a 180ºC. Coloque a massa nas formas das madalenas, previamente untadas, com a ajuda de uma colher e levar ao forno a cozer durante 10 minutos até que tenham subido bem.
Deixe arrefecer fora das formas.
















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