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DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



domingo, 21 de dezembro de 2014

Bolo rainha sem glúten

Estando a organizar a ementa de Natal com a minha mãe, esta disse-me que não era preciso fazer bolo-rei porque nunca ficava igual ao bolo-rei com glúten. Fiquei a pensar nisso e se valeria a pena experimentar a receita que a Famalap do blog Cocina Fácil Sin Glúten tinha mencionado no grupo do Facebook 500.000 Recetas para Celíacos. Ela dizia que era fantástica e que valia mesmo a pena... Resolvi experimentar este fim de semana e optei por fazer a versão bolo rainha porque a maior parte das pessoas não gosta da fruta cristalizada.

Em boa hora o fiz: modéstia à parte, ficou excelente, ninguém diria que é sem glúten. Aliás, segundo a minha renitente mãe, estava melhor que os bolos das pastelarias e que queria outro para a noite de Natal! Mais palavras para quê? Experimentem, dá algum trabalho, mas compensa o investimento.

PS: optei por usar leite de amêndoa para ver se a receita se adaptaria a quem não pode consumir lacticínios.

Ingredientes:
Isco
100 gramas de farinha Proceli
85 ml leite morno de amêndoa Provamel
5 gramas de fermento fresco Levital
Desfaça o fermento no leite, junte a farinha, misture bem e guarde num recipiente fechado durante, pelo menos, três horas.

Massa:
100 gramas de farinha Mix B Schar
150 gramas de farinha Proceli
100 gramas de farinha Mix Brot Dunkel Schär
6 gramas de psílio em pó Finax
4 ovos M
100 gramas de sumo de laranja
50 gramas de leite/ leite de amêndoa Provamel
10 gramas de fermento fresco Levital
40 gramas de mel
65 gramas de açúcar
80 gramas de manteiga/ margarina Vitaquell amolecida
Raspa de uma laranja
Raspa de um limao
Algumas gotas de essência de rum Arcolor
Frutos secos a gosto
Canela a gosto
Para pincelar:
1 gema
Leite/ leite de amêndoa q.b.

Tire a manteiga/ margarina do frigorífico e reserve.

Junte as farinhas com o psílio, o açúcar e as raspas da laranja e limão. Reserve.

Na cuba da sua máquina do pão junte o fermento desfeito no leite, o sumo de laranja, o mel e a essência de rum. Acrescente os ovos batidos e, depois, a farinha reservada. Ligue no programa Massa (na minha máquina demora 28 minutos); passados cinco minutos, acrescente o isco; cinco minutos depois, acrescente a manteiga/ margarina amolecida.

No final do programa, coloque a massa numa tigela, tape com um plástico e leve ao frigorífico durante, pelo menos, oito horas.

Passado esse tempo, acrescente à massa os frutos secos e a canela e misture bem. Coloque a massa em cima de papel vegetal oleado com azeite e dê-lhe a forma típica de bolo-rei. Coloque um aro metálico no meio ou uma pequena malga que possa ir ao forno para que o buraco não se feche.



Coloque a massa com o papel vegetal dentro de um tabuleiro e ponha dentro do forno desligado, com uma tijela com água a ferver, durante 1H30 a duas horas para levedar outra vez, mas convém não deixar passar muito tempo, pois se o bolo crescer muito, pode “afundar” ao terminar de cozer.

Terminado esse tempo, pincele com a gema misturada com o leite e termine decorando a gosto com os frutos secos. Vai de novo ao forno pré-aquecido a 200C, passados 5 a 10 minutos reduza para 180C e deixe cozer mais 30 a 35 minutos. Se começar a ficar muito tostado, cubra com papel de alumínio. Quando estiver pronto, faça um arrefecimento gradual; estando morno, pincele com geleia de marmelo aquecida e decore com açúcar em pó.






















sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

"Bollycaos" caseiros

Costuma-se dizer que quem não tem cão, caça com gato... Neste caso, quem não pode comprar bollycaos sem glúten, faz. Podem não ficar exactamente iguais, mas têm chocolate e tudo que leva chocolate é bom!

Ingredientes:
85 gramas de açúcar em pó
85 gramas de leite morno
75 gramas de margarina
5 gramas de fermento seco
1 ½ Ovo L
270 gramas de farinha sem glúten*
6 gramas de psílio em pó
½ colher de chá de goma xantana
1 colher de chá de vinagre
1 colher de chá de mel
1 colher de chá de essência de baunilha
Chocolate Nestlé para culinária
Para pincelar:
1 gema
Leite q.b.

* 170 gramas de farinha Beiker + 50 gramas de polvilho + 30 gramas de farinha de trigo sarraceno + 20 gramas de farinha de amêndoas

Misture as diferentes farinhas com o psílio, a goma xantana e o fermento. Reserve.

Na cuba da sua batedeira, misture o açúcar, a baunilha e o leite. Junte depois a margarina amolecida, o mel, o vinagre e os ovos. Acrescente por fim a mistura de farinhas reservada e deixe bater uns 10 a 15 minutos.

Coloque depois em local morno até começar a levedar e depois coloque tapada com um plástico no frigorífico entre 8 a 12 horas (tento fazer a massa ao fim do dia para ficar no frio durante a noite). Passado esse tempo, divida a massa em pequenas bolas e coloque um a dois quadrados de chocolate no centro, fechando-as em seguida.

Deixe levedar de novo, cerca de uma hora, pincele depois com a mistura de gema e leite, e leve ao forno pré-aquecido a 200ºC. Passados 10 minutos, reduza para 180ºC e deixe cozer mais 10 a 15 minutos até as bolas adquirirem um tom dourado escuro. Desligue o forno e faça um arrefecimento gradual. Pode congelar algumas, pois recuperam toda a sua “glória” após descongelamento.


































domingo, 14 de dezembro de 2014

Biscoitos para o chá

Nestes dias frios, o que mais apetece é um chá quente a aquecer a tarde. E nada melhor a acompanhar do que biscoitos secos e pouco doces para molhar no chá... como estes.

Ingredientes:
300 gramas de farinha Doves Farm white self-raising
65 ml de azeite morno
65 gramas de açúcar
2 ovos grandes
1 colher de sopa de aguardente/cachaça
Para pincelar:
1 clara
Açúcar em pó q.b.

Na sua batedeira, bata os ovos com o açúcar até obter um creme fofo. Aqueça o azeite 30 segundos no microondas e junte aos ovos. De seguida, acrescente a colher de aguardente.

Acrescente a farinha aos poucos até obter uma bola de massa. Unte as mãos com azeite e molde os biscoitos em forma de argolas. Pincele os biscoitos com a clara previamente misturada com o açúcar em pó.

Coloque-os num tabuleiro forrado com papel vegetal e leve ao forno previamente aquecido a 220C até estarem dourados, cerca de 15 minutos. Depois arrefecem no tabuleiro mais uns cinco minutos e passam para a rede para acabarem de arrefecer. Guarde numa lata para se manterem frescos.




sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Últimas sobre a DC em crianças

Imagem retirada da Net
No blog The Celiac Patient, a sua autora, a Jess, médica neonatologista e celíaca, faz um excelente trabalho em manter-nos actualizados sobre o que há de mais recente na pesquisa da doença celíaca. O seu último post é disso exemplo e sai no seguimento de um workshop em que ela participou recentemente, organizado pelo University of Chicago Celiac Disease Center, gerido pelo Dr. Guandalini. Segundo Jess, estes são os pontos a reter:



  1. A incidência de doença celíaca está definitivamente a crescer. Em 1990, 5,2 / 100.000 americanos tinham doença celíaca. Em 2010 são 19,1 / 100.000.
  2. O aumento de doença celíaca parece ser multifactorial e pode estar relacionado com o uso de antibióticos, a dieta ocidental, a eliminação do H pylori de tracto gastrointestinal, nascimento por cesariana, práticas de alimentação infantil, e as reduzidas exposições a infecções durante a infância. A conclusiva via comum p oarece ser uma mudança na microbiota (equilíbrio bacteriano), ou disbiose, em indivíduos geneticamente predispostos.
  3. (O Dr. Guandalini) enfatizou que o glicofosfato, também com o nome de marca "Round Up", não causa doença celíaca, e usou isso como um exemplo da desinformação que se encontra online.
  4. As crianças que carregam duas cópias do gene HLA-DQ2 estão em risco muito elevado de desenvolver a doença celíaca. Dos 5 aos 6 anos, 40% das crianças homozigóticas para DQ2 têm autoimunidade celíaca, e aproximadamente 25% têm doença celíaca. Eu perguntei especificamente ao Dr. Guandalini sobre a importância da auto-imunidade celíaca (anticorpos celíacos positivos) vs. a doença celíaca e foi-me dito que esta precisa de ser levado tão a sério tal como a doença celíaca nas crianças, ou seja, essas crianças também precisam de fazer a dieta sem glúten.
  5. Todos os seguintes distúrbios estão associados à doença celíaca: refluxo gastroesofágico, esofagite eosinofílica, convulsões, asma, cálculos renais, síndrome das pernas inquietas, sarcoidose, psoríase, vitiligo, trombocitopenia púrpura idiopática (TPI), miocardiopatia dilatada idiopática, hiperparatireoidismo e esclerose múltipla.
  6. Com base em estudos recentes, o aleitamento e a duração do aleitamento materno, não parecem ter qualquer efeito sobre a prevenção ou o atraso no desenvolvimento da doença celíaca. A amamentação aquando da introdução do glúten não parece também fazer diferença.
  7. Além disso, com base em pesquisas recentes, o momento ideal para introduzir o glúten numa criança é aproximadamente aos 6 meses de idade. Retardar a introdução de glúten até após os 12 meses não impede a doença celíaca em crianças, assim como a introdução precoce (4-6 meses).
  8. As crianças podem ser diagnosticadas com doença celíaca sem serem submetidas a uma endoscopia e biopsia, se apresentar os seguintes: sintomas, um nível de anticorpos IgA TTG 10 vezes superior ao normal e um título de anticorpo IgA EMA positivo. Se o EMA IgA for negativo, então deve ser realizada uma biópsia do intestino delgado para confirmar o diagnóstico.
  9. Não existe um método confiável para detecção de anticorpos da doença celíaca a partir de amostras de fezes.
  10. A maioria dos médicos repete os anticorpos TTG IgA nas crianças após 3-4 meses na dieta sem glúten. Os níveis de IgA TTG diminuem em 75% das crianças após 3 meses de dieta, mas podem demorar mais tempo a normalizar, especialmente se o valor tiver sido muito alto no altura do diagnóstico.
  11. As crianças que são diagnosticadas com a doença celíaca devem ter as seguintes características monitorizadas: nível de vitamina D, hemograma completo, estudos de ferro, estudos da função da tireoide, e acompanhamento minucioso do seu crescimento (peso, altura e índice de massa corporal).
  12. As crianças com doença celíaca evidenciam uma cura do intestino delgado mais rápida em relação aos adultos. Quase 90% apresenta remissão após um ano com dieta isenta de glúten.
  13. As crianças que estão em risco de doença celíaca, mas não têm sintomas, devem ser rastreadas ao terceiro ano de vida e, em seguida, a cada três anos (obviamente antes, se os sintomas se desenvolverem) - coloco isto em negrito porque esta é uma pergunta cuja resposta tive uma grande dificuldade em encontrar durante anos.
Outros artigos:



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Presentes sem glúten

Para quem está sem ideias sobre o que oferecer a quem faz uma dieta sem glúten, ficam aqui algumas dicas para todas as bolsas e todas as idades (clicar na foto para ampliar).



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Corn Flakes sem glúten

Para os mais distraídos, a Kellog's já tem no mercado português corn flakes sem glúten. Ainda não são os Rice Krispies, mas já são uma boa opção para o pequeno almoço sem glúten. Encontram-se na maioria dos supermercados a 1,99€.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Como sobreviver a um Natal sem glúten

Imagem retirada da Net
O Natal, que se aproxima a passos largos, é uma época de emoções opostas: tanto pode ser uma grande alegria, como pode causar profundas depressões... Isto é válido para quem não tem restrições alimentares, mas quando se tem que acrescentar à equação uma dieta sem glúten o resultado pode ser desastroso- ou não. Ficam aqui algumas dicas para garantir umas festas felizes.

Traga a sua comida: quer faça ou compre algo sem glúten, garanta que traz alguma comida para si, de modo a não correr o risco de não ter nada para comer, ainda que tenha explicado ao anfitrião as suas restrições alimentares. Mas traga algo mesmo saboroso, algo que habitualmente lhe agrade, para não ficar com pena de não pode comer os pratos que estão na mesa- da mesma maneira, os outros convivas poderão verificar que é possível manter uma dieta sem glúten e comer “coisas boas”;

Reinvente os clássicos: no seguimento da dica anterior, ponha as mãos na massa, literalmente. Tente fazer as receitas a que associa o Natal, mas na versão sem glúten, de modo a não começar a abominar as festas do fim de ano. Não será bem a mesma coisa, mas será bom na mesma; por outro lado, pode criar novas tradições- um bolo brigadeiro em vez do bolo-rei? Afinal, há muita gente que não gosta dos doces típicos da época, sejam sem glúten ou com glúten;

Cuidado com os excessos: com restrições ou sem restrições, não abuse. Comer muito ainda que sem glúten, não o vai safar da azia e da dieta a pão e chá dos dias seguintes;

Não tenha receio de dizer “Não”: se algum prato lhe parece suspeito de conter glúten, ainda que lhe digam que não, ainda que seja um prato preparado pela avó e que levou horas a fazer, agradeça e recuse. Lembre-se que quem não faz esta dieta, por mais que lhe explique, não conhece todas as suas variantes. Se não compreenderem, pense que isso é um problema deles, não seu. Antes ser “esquisitinho” no Natal, do que um “esquisitinho” com diarreia;

Cuidado com a contaminação cruzada: em cozinhas partilhadas, o risco é conhecido, mas numa festa repleta de mãos, como é habitual no Natal, é preciso ter cuidado. Mantenha a sua comida separada e protegida de eventuais migalhas “voadoras”;

Não se deixe levar pelo espírito do Natal: com a excitação da festa, pode baixar a guarda… Basta uma distracção e a “factura” a pagar será alta. Ou pode ser tentado a “prevaricar”, só esta vez. Não o faça se não estiver preparado para enfrentar as consequências no seu organismo;

Os presentes envenenados: inevitavelmente, alguém lhe irá oferecer um presente com glúten- chocolates com vestígios, uma vodka aromatizada… Habitue-se, não dê atenção ao caso, agradeça e passe a oferta a quem merece e não precisa de fazer uma dieta sem glúten. Não leve a mal, pois quem não faz uma dieta sem glúten não tem em mente estes “pequenos” detalhes que fazem todo a diferença a quem os conhece;

Prepare-se mentalmente: em primeiro lugar, relaxe. Em segundo lugar, esteja preparado. Haverá muitos pratos tentadores e oportunidades de sabotar a sua dieta. Esteja atento e previna isto de antemão. Por fim, tenha uma atitude positiva. Baixe as suas expectativas: pode escolher preocupar-se em demasia e deixar-se incomodar por coisas fora do seu controle, ou pode optar por passar umas festas de arromba- escolha a última opção, vale bem a pena.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Desabafo

Imagem retirada da Net
Quando penso que as coisas estão a melhorar, apercebo-me que, afinal, a mudança está a ser mais lenta do que pensava: falei a um colega meu sobre a doença celíaca quando me referiu os problemas de saúde que a esposa tem tido a nível da tiróide, anemia, depressões e um historial de abortos. Como bem sabe quem lida com a doença celíaca, tudo isto pode ser um sintoma desta condição... O meu colega disse que a esposa, a quem já fizeram inúmeros exames sem nenhuma resposta em concreto, iria a uma consulta à médica de família esta semana. Ora, a senhora doutora, quando confrontada com a hipótese de doença celíaca, disse a seguinte pérola de sabedoria: "Nem pense nisso, a sua esposa já é adulta, logo não pode ter doença celíaca!"

Como é possível que uma médica, responsável por uma população variada, esteja tão desactualizada sobre uma condição comum e sobre a qual já se vai falando nos meios de comunicação social? Porque é que o Ministério da Saúde não emite uma directiva para o diagnóstico de doença celíaca, tal como fizeram as suas congéneres argentina, brasileira, espanhola ou inglesa? Quantos celíacos estão por diagnosticar porque há outros médicos desinformados como a médica em questão? Não percebo porque é que, num país em crise, o Estado gasta dinheiro em tratamentos e medicamentos para doenças que são apenas sintomas de doença celíaca, que exige somente que se faça uma dieta sem glúten.

Desculpem lá o desabafo, mas hoje tinha que ser.

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