INFORMAÇÃO É PODER

DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



sexta-feira, 31 de maio de 2013

Um exemplo de iniciativa infantil

Estando a chegar o Dia da Criança, nada como trazer hoje um exemplo de determinação e dinamismo infantil. Grace Rennard, uma menina americana com doença celíaca, decidiu, do alto dos seus oito anos, organizar um rastreio grátis à condição que a afecta e que, tanto nos EUA como em Portugal, está subdiagnosticada. Este rastreio foi o seu projecto para a Feira da Ciência da escola que frequenta.

A Grace contactou então um laboratório e uma clínica para que fornecessem os kits e as análises para que 133 pessoas pudessem ser testadas voluntariamente e sem custos. O número de análises tem a ver com a estatística americana de que existe um celíaco por cada 133 habitantes. Da mesma maneira, conseguiu apoio da National Foundation for Celiac Awareness para distribuir material informativo.

O rastreio que decorreu em Março deste ano obteve quatro resultados positivos. Estes quatro indivíduos foram então contactados pela clínica onde se realizou o rastreio e orientados para consulta médica.

Um bom exemplo de que não é preciso ser grande para fazer grandes coisas.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

6 mitos da dieta sem glúten

Hoje trago um artigo recente do site Huffington Post que trata de desmistificar algumas ideias comuns mas erróneas que existem sobre a dieta sem glúten.

"Com pizza, biscoitos, bolos e até mesmo comida para cão sem glúten no mercado, fica claro que o interesse numa alimentação sem glúten não está a abrandar.

Em Maio, em homenagem ao Mês da Consciencialização Celíaca, estamos a olhar para alguns dos equívocos mais comuns sobre a doença celíaca e a dieta livre de glúten.

1. A dieta sem glúten beneficia toda a gente

As pessoas que sofrem de doença celíaca padecem de problemas digestivos, desnutrição e muito mais. Isto porque o glúten - uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada - desencadeia uma resposta imunitária que provoca lesões na mucosa do intestino delgado. Isso, por sua vez, pode interferir com a absorção de nutrientes, causando desnutrição, anemia, diarréia e uma série de outros problemas.
Existem outras sensibilidades ao glúten, mas para a população em geral, o glúten não é prejudicial. Renunciar ao glúten quando você não tem um problema a digeri-lo e processá-lo não o ajudará necessariamente a perder peso, ou torná-lo saudável. Enquanto muitos alimentos sem glúten são as nossas opções mais saudáveis ​​(pense em frutas, legumes, proteínas magras), as dietas sem glúten não são, por defeito, mais saudáveis.

2. A doença celíaca é uma condição rara

A doença celíaca é uma das doenças auto-imunes hereditárias mais comuns nos EUA, com cerca de 1 por cento dos norte-americanos - que é um em cada 141 pessoas – a sofrerem com a doença, de acordo com a Fundação Nacional para a Consciencialização Celíaca.

3. Há muitas maneiras de tratar a sensibilidade ao glúten

Actualmente, a única forma de tratar a doença celíaca é com uma dieta rigorosa sem glúten. Existem vários suplementos no mercado que pretendem ajudar as pessoas a digerir o glúten, mas estes não foram baseados em pesquisa clínica e não é evidente se eles têm qualquer efeito.
Os pesquisadores estão a testar uma vacina e, em separado, uma medicação em estudo clínico, mas nada está ainda disponível.

4. Se não for pão, não tem glúten


Imagem retirada da Net

O glúten pode aparecer em lugares surpreendentes. Enquanto o pão, bolos, massas, pizza e outros alimentos à base de trigo estão, obviamente, repletos desta proteína, a menos que estejam rotulados como isentos, surpreendentemente outros alimentos também podem oferecer uma dose de glúten. Como relata o Everyday Health, alimentos como picles (é o líquido da salga!), queijo azul e até salsichas podem ser inadequados para aqueles que comem sem glúten. Além disso, alguns medicamentos e cosméticos usam o glúten como um agente de ligação, por isso é melhor verificar os seus rótulos também.

5. A doença celíaca incomoda, mas não traz risco de vida

Claro, as dores de estômago, dores óssea, erupções cutâneas e problemas digestivos são mais angustiantes do que fatais, mas alguns doentes celíacos estão realmente em risco. De acordo com o Centro da Doença Celíaca da Universidade de Chicago, se esta não for diagnosticada ou tratada, pode levar ao desenvolvimento de outras doenças auto-imunes, infertilidade e até mesmo, em alguns casos muito raros, cancro.

6. A intolerância ao glúten é uma alergia

Os pacientes com doença celíaca têm uma desordem auto-imune que provoca uma reacção imunológica desencadeada pelo glúten. Há muitas pessoas para quem o glúten tem um efeito adverso, mas que não têm a doença celíaca. Nesses casos, a pessoa pode ter o que é conhecido como sensibilidade ao glúten não-celíaca ou pode ter ainda uma alergia ao trigo."

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Notícias sem glúten Maio 2013

Jamie Oliver

O jornal Telegraph noticia que um dos restaurantes britânicos do famoso chef Jamie Oliver foi recentemente multado em oito mil libras por ter servido massa com glúten a uma cliente celíaca que ficou doente em resultado disso. A senhora repetiu três vezes que precisava de uma refeição sem glúten e foi-lhe assegurado que disponibilizariam um produto apto à sua condição. No entanto, a empregada que a atendeu pensou que ela era vegetariana, daí o engano que foi gerado por uma óbvia falta de formação do pessoal.


Jessie

Uma recente polémica nos EUA envolve a Disney e a comunidade de americanos intolerantes ao glúten: num episódio da série Jessie, uma personagem já de si irritante e que faz uma dieta sem glúten é vítima de bullying por causa dessa sua condição, sendo-lhe inclusivamente atirada uma panqueca com glúten à cara.
A mãe de duas crianças celíacas não gostou da mensagem que tal episódio trazia e lançou uma petição online pedindo que o episódio fosse retirado do ar. Nela, a mãe conta que as suas crianças “ muitas vezes se sentem excluídas ou diferentes, porque têm que evitar doenças graves. No entanto, a Disney deu permissão às crianças, e um exemplo, para isolar ainda mais os meus filhos e outros como eles por causa das suas condições médicas. Os seus personagens fizeram com que não fosse errado caracterizar uma doença real como um aborrecimento e que é justificação para os "miúdos fixes" gozarem com os "outros". Isto não é aceitável para ninguém”.
O autor do blog Gluten Dude fez um post sobre essa petição, aumentando exponencialmente o número de assinaturas. De imediato, a Disney retirou o episódio do ar.


Lidl

Desde hoje e até ao próximo Domingo, o Lidl vai vender, em quantidades limitadas, massa sem glúten da sua marca própria, Combino, nas versões esparguete, fusilli e penne, sendo que cada embalagem de 500 gramas custa 1,49€.


Pingo Doce

O Pingo Doce começou a comercializar Pastéis de Nata sem glúten congelados de marca própria com o selo da APC. Custa 3,39 euros a caixa de seis unidades, e deverá encontrar-se na zona dos produtos refrigerados Pura Vida.

domingo, 19 de maio de 2013

Pão de forma sem glúten, sem leite

A minha forma de pão de forma estava a ganhar ferrugem, pelo que decidi comprar uma nova. Deste vez não precisei de encomendar fora de Portugal, pois encontrei-a aqui. Precisava também de uma receita nova para pão de forma que não levasse leite, pelo que achei que esta receita fosse uma boa alternativa. Funcionou... A nível da forma e da receita, especialmente se considerar que não usei uma mistura comercial: o pão feito há 24 horas continua como se estivesse fresco. Não sei se foi da substituição da goma xantana pelo CMC (uma dica que vi no grupo Viva Sem Glúten do Facebook), mas foi uma boa aposta.

 
Ingredientes:
280 gramas de farinha de arroz
120 gramas de polvilho doce
50 gramas de farinha de grão de bico
1/2 colher de sopa de CMC (ou goma xantana, caso não tenha CMC)
1 ½ colher de chá de sal fino
1 ½ colher de sopa de açúcar
5 gramas de fermento seco activo
330 ml água morna
2 colheres de sopa de manteiga/margarina derretida
3 claras de ovo
1 colher de chá de vinagre de maçã


Na cuba da sua batedeira, misture bem as farinhas com o CMC, o sal, o açúcar e o fermento. Faça uma abertura no meio e coloque aí as claras, a manteiga/margarina e o vinagre e bata durante alguns minutos até obter uma mistura homogénea. Por fim, junte a água morna e bata em velocidade média durante cinco minutos.


Coloque a massa a levedar num local morno até duplicar de volume. Coloque-a então na forma previamente untada e enfarinhada, retire bem o ar entretanto acumulado e coloque de novo a levedar.

Quando a massa estiver a ¾ da forma, feche com a tampa e ligue o forno a 200ºC. deixe cozer durante 40 minutos, retire a tampa e deixe cozer mais 10 a 15 minutos até dourar. Deixe arrefecer um pouco na forma e retire depois para uma rede de arrefecimento.

 


sábado, 18 de maio de 2013

Rolos de canela

Já existe aqui no blog uma receita semelhante à que hoje apresento, cuja diferença principal é que a anterior resulta duma massa que leveda e esta não. As texturas são diferentes, sendo que a receita de hoje produz uma massa mais densa, mas é também muito mais rápida e ideal quando queremos rolos de canela mas sem o trabalho que dão normalmente. A receita tirei-a do mais recente livro da Nicole Hunn.

Ingredientes:
560 gramas de farinha sem glúten (usei Doves Farm Self Raising)
2 colheres de chá de goma xantana (omita se a sua mistura já contém)
2 1/2 colheres de chá de fermento em pó
3/8 colher de chá de sal fino
100 gramas de açúcar
170 gramas manteiga sem sal / margarina à temperatura ambiente
2 ovos L à temperatura ambiente, ligeiramente batidos
220ml leite/ leite vegetal à temperatura ambiente
220 gramas de açúcar mascavado claro
2 colheres de sopa de canela em pó
Glacê:
170 gramas de açúcar em pó
2 colheres de sopa de essência de baunilha

Na cuba da sua batedeira, coloque a farinha, a goma xantana, o fermento em pó, o sal e o açúcar, e misture bem. Adicione 90 gramas de manteiga/margarina, os ovos e o leite e misture até que a massa esteja unida. A massa deverá ser macia e relativamente fácil de manusear.

Coloque a massa sobre um pedaço de papel vegetal polvilhado com farinha sem glúten. Coloque outro pedaço de papel vegetal por cima e estique a massa formando um retângulo de 20 por 30 centímetros, com cerca de 7 milímetros de espessura.

Numa tigela pequena, coloque o açúcar mascavado, a canela, a restante manteiga/margarina e misture bem. Com uma pequena espátula ou colher grande, espalhe a mistura de canela uniformemente sobre a massa, deixando cerca de 1 centímetro vazio em torno do perímetro. A partir do lado maior, enrole a massa afastando-a de si até obter um rolo bem formado. Corte o rolo transversalmente, cada corte com cerca de 4 centímetros de espessura. Coloque cada pedaço verticalmente numa forma de silicone, ligeiramente encostados uns aos outros.

Coloque a forma no centro do forno pré-aquecido a 160ºC, durante cerca de 25 minutos, ou até que os rolos comecem a dourar e o recheio comece a borbulhar. Retire do forno e deixe arrefecer um pouco para os poder manejar. Caso tenha optado por uma forma metálica, não-aderente, certifique-se de que retira os rolos da forma antes de estarem completamente frios, ou estes podem pegar-se ao fundo.

Enquanto os rolos arrefecem, prepare o glacê: numa tigela pequena, misture o açúcar em pó com a essência de baunilha até ficar macio, mas suficientemente líquido para verter sobre os rolos. Regue os rolos antes de servir.







































terça-feira, 14 de maio de 2013

Vitaminas sem glúten

Felizmente, os rótulos em Portugal estão cada vez mais completos e já não é raro ver um "Isento de Glúten" escrito nas embalagens. Até há uns tempos atrás, tínhamos que contactar as farmacêuticas para saber se determinado multivitamínico era isento de glúten; agora, já encontrei duas marcas no mercado que disponibilizam essa informação no rótulo: Centrum e Nutri. É uma informação relevante especialmente para quem acaba de saber que tem uma condição que lhe impede a absorção correcta de certos nutrientes e que precisa de toda a ajuda disponível para se lançar no caminho da recuperação total.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Cosméticos sem glúten


Imagem retirada da Net

Frequentemente, alguém pergunta se é necessário usar cosméticos sem glúten. A resposta não é fácil e depende do grau de sensibilidade ao glúten ou até do tipo de condição associada ao glúten que se tem, pois a ligação é óbvia no caso da dermatite herpetiforme ou alergia ao glúten, mas não na doença celíaca. No entanto e apesar de haver quem afirme que glúten nos cosméticos não afecta os doentes celíacos, o facto é que há pessoas que afirmam fazer reacção se usarem produtos "contaminados". Este artigo  americano aborda o assunto de forma esclarecedora, expondo os diferentes argumentos que se debatem.

"São necessários os cosméticos sem glúten?

Sempre que Afton Jones usava maquilhagem nos olhos, estes ficavam inchados, pesados, e a lacrimejar. Uma noite, ela optou por um look mais natural e não teve queixas. "O que acontecia era que o meu rímel tinha glúten", diz Jones, uma nativa do Texas de 20 e poucos anos e que, desde então, fundou o site glutenfreemakeupgal.com, que analisa produtos sem glúten. Jones tem doença celíaca, que é caracterizada por uma resposta imune hiperactiva ao glúten. Isso leva a sintomas tais como dores de estômago, inchaço, diarreia crónica e anemia, podendo danificar o intestino delgado e impedindo a absorção adequada de nutrientes. "Depois disso, tudo se encaixou e fui à caça de cosméticos sem glúten ", diz ela. "A erupção que eu tinha no rosto desapareceu, e os meus olhos deixaram de estar pesados e cansados."

Não há cura para a doença celíaca, que é tipicamente gerida eliminando o glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio, assim como muitos aditivos alimentares comuns. Mas quem sofre, como Jones, está a descobrir que pode haver mais uma alteração, para além das mudanças na dieta, no estilo de vida sem glúten: o glúten é sorrateiro. Como Jones descobriu, este  pode estar também à espreita na maquilhagem e nos produtos de higiene pessoal que formam parte dos seus cuidados diários. É usado para dar liga e ajudar os ingredientes a unirem-se, assim como acrescentar humidade aos produtos através de óleos derivados do glúten.

"Batom, gloss, anti-séptico bucal, pasta de dentes, todos podem desencadear uma reacção em pessoas com doença celíaca", diz Alice Bast, fundadora e presidente da Fundação Nacional para a Consciencialização Celíaca (NFCA). "Se você é sensível ao glúten, deverá usar cosméticos e produtos de higiene sem glúten. Mesmo que não sinta quaisquer sintomas, pode estar a causar danos ao seu interior." Este conselho, apesar de aceite por muitos, ainda está longe de se tornar a norma. Os especialistas estão divididos sobre se os doentes celíacos devem evitar cosméticos que contenham glúten. Alguns insistem que os cosméticos sem glúten previnem crises, enquanto outros suspeitam que a quantidade de glúten na composição é pequena demais para provocar problemas reais. Não há nenhum protocolo padrão e a questão permanecerá obscura até existir mais investigação.

Pouco se sabe sobre quanto glúten exatamente é que os produtos cosméticos contêm, e quanto é preciso para causar efeitos secundários nocivos. Algumas pessoas são tão sensíveis que podem até experimentar sintomas após a ingestão de um pouco de batom contaminado com glúten, enquanto outros não (em média, estima-se que uma mulher consuma quatro quilos de batom ao longo da vida). Os especialistas acreditam que o glúten não pode ser absorvido diretamente através da pele. Mas, se um produto que contém glúten, tal como uma loção ou um protector solar, toca na boca e nos lábios, este pode ser ingerida dessa forma. E algumas pessoas desenvolvem reacções na pele devidas à maquilhagem porque também têm uma alergia a trigo ou a outros cereais.

Na reunião anual do Colégio Americano de Gastrenterologia no ano passado, os pesquisadores apresentaram um estudo de caso de uma mulher de 28 anos que conseguiu, com sucesso, controlar a sua doença celíaca através da dieta. No entanto, depois de experimentar um novo creme para o corpo, ela desenvolveu uma erupção cutânea pruriginosa nos braços, assim como distensão abdominal e diarreia. Assim que parou de usar o creme, os sintomas desapareceram. Um estudo recente publicado no Jornal da Academia de Nutrição e Dietética, por outro lado, testou quatro conhecidos produtos para os lábios e duas loções feitos com ingredientes que continham glúten. Os pesquisadores descobriram que estes tinham "um nível não quantificável ​​de glúten". Ainda que isto sugira que esses produtos não contêm glúten suficiente para causar problemas, o tamanho da amostra não era suficientemente grande para tirar conclusões definitivas, diz a autora do estudo, Tricia Thompson, uma nutricionista e autora de O Guia da Nutrição Sem Glúten.

Ainda assim, muitos especialistas concordam que os cosméticos sem glúten não prejudicam e podem ajudar a manter os sintomas afastados. Se são ou não necessários, continua a ser uma questão pessoal e, provavelmente, varia de pessoa para pessoa. Jones, por exemplo, descobriu que para ela, a isenção completa é essencial. "O glúten, na minha pele, tem uma reacção quase instantânea", diz ela, acrescentando que abandonou o seu champô com glúten após achá-lo culpado pelas bolhas dolorosas que desenvolveu no couro cabeludo. "Eu não posso sequer ajudar a arrumar a cozinha depois das refeições, porque se eu tocar em algo que contenha glúten, ganho urticária nas minhas mãos ou uma horrível erupção cutânea. Os cosméticos sem glúten têm permitido que a minha pele e corpo se comportem normalmente."

E se todos os doentes celíacos optarem por cosméticos sem glúten? Não há uma resposta certa. "É uma decisão muito pessoal que as pessoas precisam de tomar", diz a nutricionista Nancy Patin Falini, que actua no conselho consultivo científico e médico do NFCA. "Não há qualquer conhecimento científico definitivo sobre este assunto ainda. Algumas pessoas querem estar absolutamente certas de que tudo o que colocam nos seus lábios é isento de glúten, talvez porque os seus sistemas imunológicos são hipersensíveis. Para outros, não é uma preocupação tão grande. "

Ao tomar uma decisão, pense em quantas vezes usa maquilhagem. Recusa-se a sair de casa todos os dias se não estiver maquilhada? Cosméticos sem glúten podem ser um investimento mais vantajoso do que se apenas usa batom em ocasiões especiais. Um punhado de empresas começou a fornecer a comunidade da doença celíaca e da alergia ao glúten. Marcas como Hourglass, Lavanila e Alterna, por exemplo, oferecem produtos sem glúten na Sephora*. E todos os produtos da Afterglow Cosméticos são isentos de glúten-tanto a mãe e a irmã da fundadora Kristin Adams têm a doença celíaca, e ela acredita firmemente na importância dos produtos sem glúten.

Se um produto não está explicitamente rotulado como isento de glúten, leia o rótulo cuidadosamente, pois o glúten pode aparecer em muitos ingredientes diferentes. Evite aqueles que contenham trigo, cevada, malte, centeio, aveia, Triticum vulgare, Hordeum vulgare, Secale Cereale, e Avena Sativa. Também é importante entrar em contacto com o fabricante para confirmar se o produto contém glúten, diz Bast: "É demorado, mas quando encontrar uma marca que funciona para si, pode mantê-la", diz ela. "Há trabalho de casa que precisa de ser feito para nos mantermos saudáveis."

Mesmo que não faça alterações ao seu kit de maquilhagem, pode tomar medidas para se proteger. Lave as mãos após a aplicação de qualquer tipo de produto cosmético ou de higiene pessoal. E telefone ao seu dentista com um mês de antecedência a uma consulta para se certificar de que ele usa produtos sem glúten, Bast sugere. Caso contrário, a visita poderia provocar um reaparecimento de sintomas.

"Quando vive com algo todos os dias da sua vida, você tende a descobrir as coisas através de um insuportável processo de erro e tentativa", diz Jones. "Depende mesmo de cada um decidir se os cosméticos sem glúten são para si. Para algumas pessoas, é uma escolha. Para outros, é uma necessidade."

* NT- Informação aplicável apenas aos EUA

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Bolachas de laranja e chocolate

A última moda lá em casa, bolachas ligeiramente crocantes e com uma combinação de sabores muito apelativa e viciante. Os pedidos para "só mais uma bolachinha" são diários- chocolate e miúdos é sempre uma combinação de sucesso!

Ingredientes:
115 gramas de farinha sem glúten (usei Doves Farm Self-Raising)
75 gramas de amêndoas em pó
40 gramas de farinha de sorgo
¼ colher de chá de bicarbonato de sódio
½ colher de sal fino
50 gramas de açúcar branco
50 gramas de açúcar mascavado claro
Raspa de meia laranja
100 ml de azeite
1 ovo L
50 gramas de pepitas de chocolate sem glúten

Numa tigela, misture bem as farinhas e as amêndoas com o bicarbonato de sódio e o sal. Caso opte por usar uma farinha sem glúten que não tenha nem goma xantana nem fermento para bolos, ao contrário da Doves Farm Self-Raising, acrescente ¼ colher de chá de goma xantana e 1 colher de chá de fermento químico. Reserve.

Na cuba da sua máquina, misture os açúcares com a raspa da laranja para que os óleos da casca sejam bem absorvidos pelo açúcar. Junte depois o azeite e bata bem até obter um creme. Acrescente o ovo e bata mais uma vez.

Aos poucos, vá juntando a farinha reservada e, por fim, as pepitas de chocolate. Caso não encontre à venda pepita sem glúten, pode optar por partir em pequenos pedaços uma tablete de chocolate. Caso opte por um chocolate que, para além do glúten, também não tenha leite, esta receita é apta para dietas sem glúten e sem lactose/lacticínios.

Coloque pequenas bolas de massa com a ajuda de duas colheres de sobremesa num tabuleiro forrado a papel vegetal. Com os dedos, espalme as bolas até formar discos, pois esta massa não liquidifica ao cozer e há necessidade de lhe dar o formato desejado. Vai a forno pré-aquecido a 160ºC durante 10 a 12 minutos, até as bordas ganharem cor. Retire do forno e deixe estar um pouco no tabuleiro. Retire depois para uma rede de arrefecimento.

Esta receita rende 32 unidades.
























segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dieta sem testes


Imagem retirada da Net

Ultimamente com a dieta sem glúten na moda, existem muitas pessoas que iniciam a mesma sem o devido aconselhamento ou apoio por parte de nutricionista. O objectivo é, para a maior parte delas, o emagrecimento, mas não se trata aqui a questão de tal se justificar ou não, visto que as opiniões divergem.


O que me preocupa são os casos daquelas pessoas que podem até ter doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não-celíaca e, por falta ou fraca orientação, iniciam a dieta sem os despistes necessários. Muitas fizeram exames sem validade científica e foram aconselhadas a deixarem o trigo, entre outros inúmeros alimentos. Sem a devida motivação, e perante uma dieta muito restrita, desistem, quando, na realidade, algumas necessitavam mesmo de uma dieta isenta de glúten.

Deixo aqui alguns motivos para que se faça os devidos despistes, antes de iniciar uma dieta isenta de glúten (baseado neste artigo de uma médica norte-americana).

1. Você tem doença celíaca

Se você tiver doença celíaca (DC) e parar de comer glúten, o que é que acontece? Você sente-se melhor! Se tem sensibilidade ao glúten não-celíaca (SGNC) e parar de comer glúten, o que é que acontece? Você sente-se melhor! Não consegue ver a diferença entre estas duas entidades, sem testes. Porque é que isso é importante? Ainda não se sabe muito sobre a SGNC, mas até agora parece ser diferente da DC em aspectos importantes. Os testes celíacos não a encontram, e a biópsia não a mostra. Não parecem ser a mesma doença, e é importante saber qual tem.


A SGNC é real. Algumas pessoas ficam muito doentes ao comer glúten e não têm a DC. Mas, ao contrário do que se encontra pela Internet, neste momento, não há nenhuma maneira cientificamente comprovada para diagnosticar a SGNC com um teste de laboratório. A SGNC só pode ser diagnosticada através de um processo de exclusão, sob a supervisão de um médico para certificar-se de que outras doenças graves com sintomas semelhantes não são ignoradas. Primeiro, deve descartar a DC. Se os resultados forem negativos, pode eliminar o glúten da sua dieta, incluindo as fontes de contaminação cruzada. Se uma dieta isenta de glúten resolve os seus sintomas, você e o seu médico podem concluir que tem SGNC. Fazer os testes à DC é o primeiro passo no diagnóstico apropriado da SGNC.

3. Pelo bem-estar dos seus filhos

A DC é genética. Se você tem a DC, há uma hipótese dos seus filhos terem ou poderem vir a desenvolvê-la. Se tem a DC, mas não faz o diagnóstico e apenas assume que é SGNC, toda a sua família pode ser afectada por esta escolha. Recomenda-se que todos os parentes de primeiro grau (irmãos, filhos, pais) de qualquer pessoa diagnosticada com DC devam ser rastreados para a mesma, tenham ou não quaisquer sintomas. Os parentes de segundo grau sintomáticos (tias, tios, primos, sobrinhos e sobrinhas) também devem ser rastreados.

Há mais probabilidades do pediatra do seu filho solicitar o rastreio da DC, se algum familiar directo tiver sido devidamente diagnosticado. Nos casos de apresentação atípica isto é ainda mais importante, porque nem todos os médicos estão familiarizados com as diferentes apresentações da DC, pelo que um antecedente familiar assume particular relevância. Se se colocar na categoria dos SGNC, iniciando a dieta sem fazer testes, é menos provável que o médico dê credibilidade a esse “diagnóstico”. Se não se testa para o seu próprio bem, faça-o pelos seus filhos.

4. Precisa de saber que nível de cuidados ter

Sabemos que basta uma migalha de glúten para adoecer um paciente celíaco. Tendo sintomas ou não, o dano está a acontecer. Sabemos como as pessoas com DC têm que ser cuidadosas com a contaminação cruzada. Mas não sabemos que cuidados os pacientes com SGNC precisam de ter. Normalmente, a maioria dos pacientes sensíveis ao glúten não é tão cuidadosa como os pacientes com DC. Será que o facto de terem SGNC lhes permite serem mais despreocupados? Cientificamente falando, simplesmente, não se sabe.

E se tiver a doença celíaca, mas não está consciente disso? Talvez pense que é "apenas sensível ao glúten", e vai ingerindo um pouco de glúten aqui e ali, ou é menos cuidadoso com a contaminação cruzada. Será que essas pequenas quantidades de glúten o colocam em risco de complicações? Se tiver a DC, a resposta é sim. Mesmo se não tiver sintomas externos da ingestão de pequenas quantidades de glúten – o que acontece a alguns - o dano está a acontecer e os riscos aumentados para a saúde acumulam-se.

5. Quer poupar dinheiro

É mais provável os custos com as análises para a DC serem comparticipados do que um teste de sensibilidade ao glúten sem comprovação científica. Faça o painel de análises necessário e válido para a DC antes de iniciar uma dieta isenta de glúten e ignore a oferta, habitualmente cara, de sites de laboratórios com validação científica aparente para testar a SGNC. Ao descartar a DC, então pode eliminar o glúten da sua dieta (de graça) e ver se os seus sintomas desaparecem.


Se descartou a DC e não viu melhoras com uma dieta isenta de glúten, neste momento, com o conhecimento de que dispomos, isso quer dizer que o glúten não o afecta. Assim, tendo descartado as duas condições mais comuns associadas ao consumo de glúten, não há qualquer necessidade de manter uma dieta isenta de glúten sobrecarregando as suas finanças pessoais.

7. Há ajudas do Estado

O Estado português atribui, de há uns anos para cá, um complemento ao abono de família no valor de 59,48€, até aos 24 anos de idade no caso de DC. Mesmo nos casos em que não há lugar à atribuição de um abono de família, este complemento é pago aos portadores de DC. Mas há que fazer prova de diagnóstico e a maior parte dos médicos só irá atestar que o diagnóstico de DC é real quando foram realizadas provas conclusivas. Deste modo, caso opte por não fazer as provas ao seu filho, não poderá solicitar esta importante ajuda  quando se ponderam os custos de uma dieta isenta de glúten.

Parabéns


Imagem retirada da Net

Maio é o mês do celíaco e é mês de aniversário aqui no blog. Faz hoje dois anos que comecei este projecto e gosto de pensar que o saldo tem sido positivo. Penso também que o trabalho é para continuar, pois apesar de haver hoje muito mais consciencialização e informação disponível do que há dois anos atrás, ainda há muito que fazer e este é o meu pequeno contributo.



Para actividades que celebram este mês como sendo do Celíaco, podem consultar o website da APC ou a sua página de Facebook.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...