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DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



domingo, 29 de janeiro de 2017

Scones sem glúten II

Apesar de já ter uma (boa) receita da especialidade britânica que são os scones aqui no blog, não resisti a experimentar uma nova receita que encontrei num especial Bolos e Doces da Tele Culinária. Lembro-me com saudades dos scones da Magnólia em Lisboa e esta receita revelou-se um passo certo nessa direcção.

Ingredientes:
200 gramas de farinha Schar Mix B
150 gramas de farinha Doves Farm White Self-raising
85 gramas de manteiga/margarina fria
175ml leite/leite vegetal
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
Pitada de sal
Sumo de um limão pequeno
Para pincelar:
1 gema
1 colher de sopa de leite/leite vegetal

Junte o sumo do limão com o leite e reserve.

Na cuba da sua batedeira, junte as farinhas, o sal, o fermento em pó e o bicarbonato e misture bem. Adicione a manteiga/margarina aos pedaços pequenos e trabalhe com as mãos ate obter uma textura de areia. Envolva, por fim, o açúcar.

Faça um pequeno buraco na massa e junte o leite reservado. Bata muito bem. Coloque a massa num tabuleiro forrado com papel vegetal polvilhado com farinha de arroz. Forme um rolo e corte 10 a 11 pedaços de massa com 4 centímetros de altura. Disponha no tabuleiro e pincele com a gema batida com a colher de leite.

Leve ao forno pré-aquecido a 200C durante 10 minutos ate dourar. Sirva os scones simples ou com recheio a gosto.





















quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Novidades sem glúten em Lisboa

Numa visita recente a Lisboa, podemos conhecer alguns locais com produtos sem glúten que aproveito para divulgar. Não sendo locais certificados pela APC, são locais que conhecem a dieta sem glúten e a contaminação cruzada, e podem indicar quais as opções seguras para celíacos, sabendo de antemão quais os riscos em cozinhas partilhadas.

Tapioca oca: servem as famosas tapiocas brasileiras, doces ou salgadas, feitas à base de mandioca, e sumos naturais, num pequeno espaço na rua Dom Carlos I. Aparentemente, com base no que vimos no dia da nossa visita, não têm produtos com glúten, mas convém verificar com as simpáticas funcionárias.

Aripo: neste espaço situado na estrada da Luz servem-se as nossas já conhecidas arepas, petisco venezuelano, e na ementa vem claramente indicado quais os recheios sem glúten. Convém ter em atenção que é uma cozinha partilhada, pelo que convém esclarecer os funcionários da condição de celíacos. Nós optamos por ir por altura do lanche, em que éramos os únicos clientes e a cozinha não estava congestionada com pedidos. Os miúdos ficaram encantados com este lanche.

Go Natural: um novo conceito da Sonae que adquiriu a cadeia Go Natural, este é um supermercado virado para as opções da alimentação saudável e biológica, situado na Av. 5 de Outubro. Assemelha-se a uma loja Celeiro, com marcas semelhantes, mas num espaço maior e com mais algumas opções. Não sendo propriamente barato, permite usar o cartão Continente e algumas das suas promoções.

Choco & Mousse: não sendo uma verdadeira novidade, esta pastelaria certificada pela APC não pára de aumentar a variedade de produtos sem glúten e é já uma paragem obrigatória nas visitas a Lisboa. A oferta para o Natal e Ano Novo era bastante diversa e não resistimos a trazer a tarte de maçã vegan, sem glúten, que foi um sucesso.


























sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Quantos somos?

Imagem retirada da Net
Começamos o ano com boas notícias: saíram no final do ano passado os resultados do primeiro estudo de prevalência de doença celíaca em Portugal, levado a cabo pela equipa da Dra. Henedina Antunes, do Hospital de Braga. Transcrevo aqui na íntegra o artigo da própria publicado na revista + Vida, do Grupo José de Mello Saúde.


"DOENÇA CELÍACA AFETA 0,7% DOS PORTUGUESES
Um em cada 151 portugueses (ou sete em cada 1000) tem doença celíaca, revela o primeiro estudo nacional sobre a prevalência da doença, realizado no Hospital de Braga, com o selo da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia Pediátrica e o apoio da Associação Portuguesa de Celíacos.

Todos já ouvimos falar da doença celíaca e de produtos sem glúten, mas será que sabemos quantos doentes existem realmente em Portugal? Até agora, ninguém tinha respondido a esta pergunta. Henedina Antunes, responsável pela Unidade de Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica do Hospital de Braga, dá finalmente a resposta.

De acordo com o estudo coordenado por esta médica pediatra, a prevalência de doença celíaca na população portuguesa é de 0,7%. Curiosamente, é a mesma prevalência calculada pela investigadora na Universidade do Minho há cerca de dez anos, num estudo circunscrito ao concelho de Braga.

Feitas as contas, significa que um em cada 151 portugueses vive com esta doença autoimune, mesmo que ainda não saiba. O resultado não surpreendeu Henedina Antunes, uma vez que a prevalência europeia é de um para 100 ou de um para 200. Muitos, porém, duvidavam que fossem tantos.

“Estes números vêm dar força aos celíacos. Para a Associação Portuguesa de Celíacos, como interlocutora do Estado e das empresas, é importante ter dados nacionais para poder reivindicar”, explica.

Rastrear na adolescência para prevenir em vez de remediar
Ao todo, o primeiro estudo de prevalência nacional de doença celíaca envolveu 1340 adolescentes voluntários, entre os 13 e 14 anos, de escolas de vários pontos do país, designadamente Braga, Viana do Castelo, Vale do Sousa, Viseu, Lisboa, Amadora, Loures, Évora, Faro, Madeira e Açores. 

Porquê fazer o estudo em adolescentes? Henedina Antunes explica: “A adolescência é considerada a melhor fase para este tipo de investigação. Podíamos fazer em crianças muito pequenas mas provavelmente não apanharíamos todos os celíacos, ou podíamos fazer em adultos mas já apanharíamos doentes com osteoporose e outros problemas. Nos adolescentes ainda há a possibilidade de intervir adequadamente para prevenir a osteoporose e outras complicações e conseguimos uma prevalência mais correta.” Mas desengane-se quem pensa que a doença celíaca é uma doença de crianças e jovens. Na verdade, a doença pode surgir em qualquer idade. “O diagnóstico mais tardio que conheço é de uma senhora com mais de 80 anos”, relata.

Hospital de Braga foi fundamental
Neste estudo, o procedimento foi igual com todos os adolescentes. As equipas de investigadores dos hospitais locais, coordenadas por Henedina Antunes, foram às escolas e procederam à colheita das amostras de sangue. As amostras foram preparadas nesses hospitais e transportadas depois para o Hospital de Braga.

Henedina Antunes destaca a colaboração de Alexandra Estrada, diretora do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Braga, e dos técnicos Francisco Lima e Arsénio Miguel, que foram fundamentais para que o estudo chegasse a bom porto, assim como o apoio dos investigadores de todo o país que muito contribuíram e da empresa que possui os marcadores para a doença celíaca (Thermo Fisher Scientific). Nuno Saldanha, aluno do 6.º ano de Medicina da Escola de Medicina da Universidade do Minho, agora já médico, fez o mestrado integrado com este estudo.

Um dos papéis do Hospital de Braga foi pesquisar, nas amostras que lhe foram encaminhadas, marcadores de doença celíaca, designadamente o anticorpo antitransglutaminase e IgA total. Cerca de um ano após o início do estudo, chegaram os resultados. “Foram detetados nove casos a nível nacional, dos quais apenas um era conhecido e já estava a cumprir a dieta sem glúten. Oito só souberam porque fizeram o estudo”, refere.

Anemia é o principal sintoma
Efetivamente, a doença celíaca pode levar muitos anos ou mesmo décadas a ser diagnosticada, sobretudo se a pessoa ignorar os sintomas. Os principais são anemia por deficiência de ferro resistente à terapêutica e problemas de crescimento. Cerca de 40% dos celíacos (menos do que antigamente) têm os sintomas clássicos, nomeadamente barriga distendida, diarreia, dores abdominais, irritabilidade e desnutrição.

Henedina Antunes aconselha as pessoas que suspeitem ter a doença a solicitarem a realização de um exame, que é simples e acessível: “O anticorpo antitransglutaminase está disponível nos centros de saúde desde 2012 e custa apenas sete euros”, incita.

Para confirmar a doença, pode ser necessário fazer uma biópsia do intestino através de endoscopia alta com anestesia. “Na biópsia, vê-se mucosa plana. O intestino normal tem uma espécie de dedos que aumentam a superfície de absorção. Nos celíacos, não há esses ‘dedos’. É por isso que eles têm má absorção”, explica.

Só com esta sensibilização será possível diagnosticar os casos que continuam escondidos debaixo do icebergue. Ao todo, haverá apenas uns 15 mil doentes diagnosticados, embora se calcule que haja perto de 100 mil doentes. Henedina Antunes já diagnosticou 154, seguindo atualmente cerca de uma centena.

Depois do diagnóstico, a autora de Manual de Sobrevivência para um Jovem Celíaco lembra que a dieta sem glúten é mesmo para toda a vida, o que está longe de ser um bicho-de-sete-cabeças. “Os celíacos devem ter orgulho e integrar a doença na sua personalidade.”

HEREDITÁRIO: SIM OU NÃO?
Os celíacos herdam um HLA de risco (HLA-DQ2 e DQ8), uma proteína que confere suscetibilidade aumentada para desenvolver a doença. Mas isso poderá nunca acontecer (por exemplo, se jamais contatarem com o glúten, como acontecia antigamente em países asiáticos).

O TRIGO É TODO IGUAL?
As modificações em termos de alimentação têm muito a ver com o aumento dos casos de doença celíaca nos países ocidentais. O trigo agora utilizado tem mais glúten do que antes.

TODOS DEVEM FAZER UMA DIETA SEM GLÚTEN?
Não. “Agora é moda fazer dieta sem glúten não sendo celíaco. Eu sou contra!”, afirma Henedina Antunes. “Os celíacos têm maior risco de ter outras doenças autoimunes, como diabetes ou tiroidite. Por isso, é importante que as pessoas saibam se são celíacas ou não”, avisa. Por outro lado, “os celíacos não gostam que esta seja uma dieta da moda porque não se valoriza tanto a doença e há maior risco de contaminação nos produtos”.

HÁ PRODUTOS NATURALMENTE SEM GLÚTEN?
Sim. Os celíacos podem fazer uma dieta com produtos naturalmente sem glúten, como arroz, milho, batata, legumes, fruta, ovos, peixe ou carne.

OS CELÍACOS NÃO PODEM COMER PÃO?
Hoje em dia não há alimentos proibidos porque já existe farinha sem glúten, embora seja 20 a 30% mais cara. Também já há pizzas sem glúten e menus sem glúten em cadeias de fast food e nos aviões.

OS CATÓLICOS PODEM COMUNGAR?
Agora já existem partículas sem glúten para que os celíacos possam comungar. Henedina Antunes foi instada a fazer um parecer para a Santa Sé sobre o assunto e, entretanto, a Igreja já autorizou.

EXISTE ALGUM CONVÍVIO DE CELÍACOS?

Anualmente, os celíacos diagnosticados no Hospital de Braga têm uma festa que terá a sua 20.ª edição em 2017. É o Hospital de Braga que apoia este evento."

Outros artigos:
Research Indicates 1.4% of Humans Have Celiac Disease


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