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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A criança celíaca e a escola

“Se quiser que o seu filho ande honradamente pelo mundo, não deve tentar retirar as pedras do seu caminho, mas sim ensiná-lo a caminhar sobre elas com firmeza.”  Anne Bronte

Com o início do novo ano lectivo e naqueles que começaram o caminho sem glúten há pouco tempo, o início de um novo ano escolar levanta inevitavelmente as seguintes questões: o que é que ele vai comer ao almoço? E se há festas de aniversário e o meu filho não pode participar? As outras crianças vão gozar com ele? E se ele come a plasticina? Como posso tornar isto mais fácil para ele? Com a ajuda da Danna Korn e com o que tem funcionado no nosso caso, posso dar os seguintes conselhos:

Dê ao seu filho o controlo da sua dieta.
Por mais pequeno que seja, assim que o diagnóstico surge, deve-se incutir nele a responsabilidade pela sua dieta. Rapidamente ele compreenderá e passará a avisar os outros sobre o que pode e não pode comer.

Educar o pessoal da escola/jardim-de-infância.
Deve-se agendar uma reunião com o professor, de preferência antes do início das aulas e explicar a condição do seu filho. Deve-se também fornecer material escrito, claro e conciso, sobre a DC aos professores, director e/ou enfermeiro (caso haja). Deve-se certificar de que eles entendem a gravidade da ingestão acidental de glúten. Lembrá-los que devem contactá-lo se houver qualquer dúvida, ao invés de arriscar.

Refeições: use o bom senso.
Fale com o nutricionista ou a pessoa responsável pela preparação de alimentos. Reveja os menus, informe quais os alimentos que o seu filho pode ou não comer, e fale sobre a importância de usar utensílios limpos para evitar a contaminação cruzada. Lembre-se que tem sempre a opção de enviar as suas próprias refeições, se achar que a escola não está a controlar a dieta sem glúten. Pode também fornecer à escola os produtos sem glúten do seu filho, como as massas, que o responsável da cozinha usará para adaptar os menus. Para os lanches no jardim-de-infância, providencie o pão congelado para ser usado diariamente e, caso a criança goste, forneça também a manteiga/compota/marmelada, de modo a evitar contaminações cruzadas.

Converse com os supervisores da hora das refeições.
As crianças trocam alimentos. Assim, além da probabilidade de ingestão de glúten, o seu filho pode acabar com fome. Então o que se deve fazer é explicar ao seu filho porque não deve trocar de lanche com os colegas, e certifique-se os monitores do refeitório estão com atenção às trocas.

Dê ao professor um stock de guloseimas sem glúten.
Um grande saco de doces embalados individualmente funciona bem, e elimina riscos de contaminação. Deixe o professor decidir o que deve ser dado e quando. Certifique-se de que são as guloseimas preferidas do seu filho para que ele não fique triste ao comparar com as dos colegas.

Faça um calendário de aniversários dos colegas e festas programadas.
Os professores normalmente não se importam de fornecer uma lista de aniversários de todas as crianças. Desta forma, poderá enviar no dia em questão um doce sem glúten para que o seu filho não se sinta posto de parte ou limitado às tais guloseimas que o professor tem para emergências. Poderá também enviar várias fatias de bolo congeladas que o professor irá usando à medida que os aniversários acontecem. Convém alertar para que não se esqueçam de avisar quando as fatias estiverem a acabar, para evitar que o seu filho fique sem bolo num aniversário.

No aniversário do seu filho, traga um doce sem glúten que todos gostem.
Um bolo de chocolate costuma ser do agrado de todas as crianças e há imensas receitas deste doce sem glúten e deliciosas. Deve-se, no entanto, garantir que não há crianças alérgicas ao chocolate ou a outros alergéneos que o bolo possa conter, na turma. Devemos respeitar se queremos respeito.

Actividades educativas.
Convém não esquecer que há actividades que poderão envolver o uso de materiais com glúten, tais como a plasticina ou massas para colar. Fale com o professor para saber qual a plasticina que usam e se é apta. Caso não seja, ofereça-se para fornecer uma plasticina sem glúten. Peça também para ser informado com antecedência sobre as actividades com massa para colagens: ofereça-se para enviar massa sem glúten ou sugira alternativas como arroz ou feijões.

Mesmo com todo este planeamento, o inesperado acontece. Alguém trará uma surpresa para a aula que o seu filho não pode comer, e o stock dos professores poderá estar vazio. É normal que fique incomodado, ofendido ou irritado. Mas tente lembrar-se que essas pessoas não estão intencionalmente a deixar o seu filho de fora, nem estão a ser insensíveis. Às vezes as pessoas, simplesmente, esquecem-se.
Mais importante, lembre-se que o seu filho aprende com as suas reacções. Ele estará em situações como esta para o resto da vida – devemos apenas ensiná-lo a ser gentil e recusar com educação a guloseima que lhe é oferecida, sem negatividade. Se nós não complicarmos, eles também não vão complicar.

Para mais informação, por favor consulte o panfleto da FENALCEBRA- Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil sobre a criança celíaca na escola que está muito bem feito e é uma ajuda preciosa nesta situação. Pode também consultar o panfleto do Defensor del Menor en la Comunidade de Madrid, El Nino Celíaco en el Colegio, em Castelhano, que também dá conselhos muito úteis.

1 comentário:

Pedro disse...

Excelentes dicas, obrigado! Não me lembrava da plasticina...

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