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sábado, 7 de maio de 2011

O diagnóstico


Imagem retirada da Net
O diagnóstico de uma condição associada ao glúten nem sempre é fácil visto que muitos médicos ainda consideram esta ocorrência rara e de incidência apenas em idades pediátricas. De modo que é uma condição largamente subdiagnosticada e estima-se que haja 5 a 10 mil pacientes diagnosticados e cerca de 130 mil no total em Portugal. O diagnóstico do meu filho foi relativamente rápido dado que, assim que apareceu o sintoma mais óbvio- uma grande distensão abdominal- as minhas primeiras pesquisas na bendita Internet apontaram no caminho da doença celíaca. Como sou chata e desconfio de médicos, não descansei enquanto não confirmamos o diagnóstico.

Foram 4 meses, entre os 18 e os 22 meses. O meu filho esteve sempre no percentil 90-95 até aos 18 meses em que deixou de crescer e engordar. Já tinha previamente vómitos esporádicos mas nunca associados a algum problema. A partir dos 18 meses, sofreu uma sucessão de "viroses" que o enfraqueceram e ficou anémico. Alternava diarreia com obstipação, estava cada vez mais apático, cansado e tinha o abdómen muito dilatado. As análises ao gluten (Anti-corpo anti-gliadina, Anti-corpo anti-transglutaminase, Anti-corpo anti-endomísio) deram resultado negativo, mas como ele estava a piorar, consegui que fosse visto por uma especialista no hospital público. Esta, apesar das análises, e apenas com base nos sintomas, fez a endoscopia com biópsia do duodeno e que, finalmente, o diagnosticou como celíaco. De imediato, assim que iniciou a dieta, começou a engordar (bastante), e voltou a ser a criança alegre que já tinha sido.

Felizmente, o meu filho tinha quase todos os sintomas, pois com análises negativas, qualquer médico menos experiente, e que não saiba que até aos dois anos as análises são falíveis, punha o diagnóstico de lado. Sei de casos em que as crianças, porque não preenchiam o quadro completo de sintomas e tinham análises negativas, levaram anos até lhes ser diagnosticada a doença celíaca. O grande obstáculo ao nosso diagnóstico foi, também, a inércia da pediatra que o seguia e que achava sempre que ele não estava assim tão mal.

Esta é uma condição camaleónica que com um, poucos ou vários sintomas, pode imitar outras doenças. Pela minha experiência, se o instinto nos diz que algo está mal, não devemos fazer orelhas moucas. Eu passei de mãe hipocondríaca e histérica para "olha, ela afinal até tinha razão, como é que não percebemos?"


2 comentários:

Ana V disse...

Olá,
Ainda bem que insistiu, eu fui atrás das opiniões dos pediatras, apesar do meu instinto me dizer que algo não estava bem. Levei anos, anos com sofrimento dela e meu, para conseguir um diagnóstico para a minha filha. Nunca mais consegui acreditar em médicos. Felizmente, ela hoje está bem, não cresceu muito, mas é saudável.

Lucente disse...

Ana, o que importa realmente é que a sua filha esteja bem, não é? Retira- se o que se pode destas experiências e avança-se. Por causa do que passamos, os meus filhos já não tem pediatra, só médico de família e se vir que estão com algum problema, levo directamente a um especialista.

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