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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Amesterdão sem glúten

Hoje, e para começar bem o mês, temos mais uma participação da Cátia Sousa, desta vez a iniciar-nos nos encantos sem glúten da cidade holandesa de Amesterdão. Muito obrigada pela participação, Cátia!

“Gelukkig Nieuwjaar!
Sem dúvida que a noite de 31 de Dezembro é uma data marcante, sempre com lugar de destaque nos nossos calendários. É a noite da Passagem de Ano! E, por isso, queremos associá-la ao melhor dos eventos e passá-la junto de pessoas que nos são realmente importantes.

Este ano juntei-me com um grupo de amigos e fomos celebrar o grande acontecimento na cidade de Amesterdão.

Como celíaca, tive de planear e replanear bem a viagem, pensar e repensar estratégias para dela poder usufruir ao máximo, deixando sempre espaço para desfrutar da cidade e de tudo o que engloba conhecer algo novo. 

O primeiro passo foi contatar a associação de doentes celíacos holandeses, Nederlandse Coeliakie Vereniging, que, simpaticamente, me cedeu uma série de listas de restaurantes e superfícies comerciais onde poderia encontrar alimentos seguros. Infelizmente, também me indicaram que eram listas antigas e não poderiam assegurar que qualquer das opções que me indicavam era 100% segura. 

Viajei pela TAP que, sem qualquer problema, providenciou refeições sem glúten quer na viagem de ida, quer na de regresso.

Por precaução levei comigo pão para o pequeno-almoço, assim como alguns snacks para os lanches, facilmente transportáveis durante as caminhadas pela cidade. Sem dúvida que esta foi a melhor estratégia!

Nesta cidade é muito comum encontrar as conhecidas “Steackhouses”, restaurantes que servem grande variedade de grelhados. Isso foi uma enorme vantagem! Falando com os empregados, a quem expliquei calmamente o meu problema, pude sempre perceber que não é comum o uso de farinhas nas grelhas e que os temperos se resumiam ao sal. Sendo as batatas fritas o snack de eleição para os holandeses, senti, desde início, que seria possível uma alimentação segura durante toda a viagem. 

Num mercado de rua encontrei uma tenda de nougat italiano que anunciava ser “Gluten Free” num quadro de ardósia em letras garrafais. Os empregados estavam informados sobre a doença celíaca e rapidamente nos indicavam todas as opções que nos podiam oferecer e explicavam os cuidados que tomavam para evitar as contaminações.

Encontrei também um encantador restaurante italiano, Casa di Sergio, onde a empregada era celíaca e serviam deliciosas massas sem glúten mediante um custo extra. Foi a primeira vez que pude contatar diretamente com um celíaco de outra nacionalidade e, não fosse a limitação idiomática, sei que teria sido ainda mais enriquecedora esta experiência.

Um pouco por acidente descobri uma casa de bagels, Bagels and Beans, com uma opção de bagels sem glúten, servidos quentinhos, pois são assados no momento num forno reservado para o efeito. Nas estantes das revistas encontrei uma com um artigo de várias páginas sobre doença celíaca, anunciado na capa. Mais uma vez, a opção sem glúten envolvia um custo extra, mas perante a mera existência desta, esse foi um fator totalmente secundário.
Os pequenos-almoços holandeses são idênticos ao típico breakfast britânico, sendo servido com inúmeras opções sem glúten e acompanhados com o pão que levei comigo de Portugal.

Com muita pena minha, não pude provar as tão famosas panquecas holandesas, mas consegui uma receita que já reproduzi em casa! 

Não é propriamente fácil para um celíaco comer em segurança em Amesterdão, especialmente se a compararmos com outras cidades europeias onde há mais conhecimento sobre a doença e uma maior oferta de opções. 

No entanto, isto não é impedimento a que façamos o nosso melhor para contornar os obstáculos e tornemos os nossos sonhos em realidades concretas. O truque está em saber reconhecer as nossas limitações e definir estratégias que nos permitam usufruir, tão plenamente quanto possível, das mesmas experiências que as pessoas sem restrições alimentares.

A cidade encantou-me. A preocupação do glúten foi tão pontual quanto necessária e, no restante tempo, dediquei-me a apaixonar-me pela arquitetura tão imaculadamente mantida, desde há centenas de anos, pelos canais que acompanhavam todas as ruas da cidade, as ruas de calçada, os monumentos e os museus! Pelo ar gelado e pela personalidade tranquila, afável e simpática daquele povo.

Sem dúvida uma experiência com um balanço muito positivo, que aconselho a todos os celíacos!”




3 comentários:

babel disse...

Gracias por la información. Es una ciudad preciosa.

Anónimo disse...

O seu blog tem muita informação que agradeço. Tb é muito importante a informação relativa às viagens que exigem planificação e descontração.

Estive agora a ver o seu post sobre mistura de farinhas sem glúten e acertou na muge porque ando há algum tempo a experimentar misturas.

Ao contrário de si, não passo sem o grão-de-bico. Mas os gostos são pessoais, claro.

Faço o célebre hummus (uso o grão inteiro triturado) faço panquecas (uso a farinha), faço puré (uso o grão inteiro triturado).

Gosto muito de puré de grão, com grelos e bacalhau (é um dos meus pratos preferidos e considero-o um prato 'gourmet', montado em aro redondo. Os meus amigos adoram).

Mas conheço muita gente que não gosta de grão-de bico, é verdade.

Além disso o grão-de-bico, tem um baixo índice glicémico.

Tenho notado que muitos celíacos preocupam-se com o glúten, mas não se preocupam se os grãos e as farinhas têm origem biológica.

Por um lado compreendo, é mais uma preocupação, mas pessoalmente preocupo-me muito com isso por causa dos transgénicos.

Por exemplo a farinha de mandioca (e outras) brasileira não sabemos de que cultivo provêm.

Outra questão: tenho lido e têm-me dito que a aveia tem glúten, embora menos quantidade. Mas ainda não tenho informação suficiente.

Mais uma vez agradeço a informação que partilha.


Lucente disse...

Obrigada pelos comentários!

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