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sexta-feira, 14 de junho de 2013

DC com análises negativas- um testemunho

Nem sempre as análises de anticorpos para doença celíaca vêm positivas, aliás, diria mesmo que raramente vêm positivas. Isto porque existe DC mas com serologia negativa e biópsia positiva, ou não existe DC, mas existe sim sensibilidade ao glúten não-celíaca. Esta última, nos dias que correm, ainda só pode ser diagnosticada pela resposta positiva à dieta, com resolução de sintomas e, preferencialmente, com melhoria noutro tipo de marcadores. Logo, e a menos que haja análises claramente positivas, não se pode ficar apenas pelo resultado da analítica quando os sintomas sugerem o contrário.

Tenho acompanhado alguns casos de pessoas que fazem as análises para DC, que são invariavelmente negativas, e os seus médicos fecham a porta à hipótese de uma condição associada ao glúten, ficando estas pessoas sós com os seus problemas. Este testemunho que encontrei recentemente de uma jovem espanhola chamada Sara García, e que escreve o blog Tarragona Sin Glúten, mostra como a biópsia é importante perante análises negativas.





"Como me detectaram a doença

Tudo começou em 2011... Tive o meu filho em Julho de 2011. A partir daqui, tudo mudou. Aos poucos, comecei a sentir-me mal, em concreto eram "indigestões", mas não tinha desarranjos (o que é habitual num celíaco). Também comecei a perder peso, a cada mês um quilo, e estava muito cansada, exausta, não dormia bem e estava muito, muito sensível.

No início, pensei que estava tudo relacionado com o pós-parto e que a mudança de vida ao ter um filho também me estava a afectar. Mas, aos poucos, percebi que nem sempre tinha tão má digestão, mas sim dependia do que eu comia.

Demorou muitos meses, mas a cada vez que o meu estômago doía, apontava num papel o que tinha comido nesse dia. Por fim, tinha uma lista completa dos alimentos: pão, massas, bolos, doces... Com esta lista, fui à minha médica de família. Ela viu a comida descrita na lista, e a primeira coisa que disse que poderia ser era o glúten. Era a primeira vez que ouvia as palavras “doença celíaca”, e não sabia o que é que ela estava a falar. Explicou-me em traços largos em que consistia esta doença, mas disse que não me angustiasse pois tinha que ser testada.

O primeiro teste que fiz foi uma análise de sangue. Esta análise acusou que o cálcio, ferro e vitaminas estavam no limite normal baixo. Mas o mais estranho é que as análises ao glúten estavam negativas. Isto é, de acordo com a análise não era celíaca. A médica ficou surpreendida e referenciou-me para a consulta da especialidade.

O gastrenterologista pediu-me diferentes testes: lactose, frutose, sacarose. Eu fiz todos: a frutose deu positivo e os outros negativos. A frutose poderia explicar porque alguns alimentos me caíam mal, mas outros não. E, entretanto, estava a perder peso, já tinha perdido sete quilos e continuava sem me sentir bem, e muito, muito cansada.

Finalmente, fui encaminhada para a endoscopia digestiva. A endoscopia foi fácil e rápida, estive sempre adormecida e não me apercebi de nada. Após 10 dias, exactamente a 31 de julho de 2012, recebi os meus resultados: Grau 3a da escala de Marsh. O médico disse-me que o glúten tinha danificado as paredes do intestino e, por isso, este não absorvia nada, logo nem vitaminas, gorduras, cálcio, ou ferro... Nada de nada, tudo o que eu comesse, ia fora. Assim, tinha perdido muito peso. Estava preocupada e ​​perguntei ao médico, “e como é que me posso curar?” ao que ele me respondeu: "é preciso eliminar o glúten da tua vida". Mas isto depois de já ter perdido 10 quilos..."

Outros artigos:
Low serological positivity in patients with histology compatible with celiac disease in Perú

1 comentário:

Anónimo disse...

A mim aconteceu-me algo parecido pois depois do diagnóstico do meu filho, fiz o rastreio que estava negativo. O médico só fez a biópsia porque insisti e o resultado foi positivo para DC. Também acho importante passar a mensagem.

Luís Guedes

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