terça-feira, 6 de outubro de 2015

Recall de Cheerios Gluten Free nos EUA

Hoje de manhã ao passar os olhos pelas notícias no meu Facebook, li que a General Mills estava a recolher alguns lotes dos cereais Cheerios Gluten Free por suspeita de contaminação. Ainda há cerca de duas semanas tinha lido um post no blog Gluten Free Homemaker acerca deste mesmo produto e de como vários celíacos se queixavam de sintomas após a sua ingestão.

O problema que se detectou na altura foi que os métodos de confecção dos Cheerios não seria o mais adequado: a empresa que os produz usa farinha de aveia como ingrediente principal, no entanto, por alegada falta de matéria-prima, não usava grãos de aveia certificados como sem glúten. Fazia, em vez disso, uma filtragem de grãos para eliminar possíveis grãos de trigo ou cevada que viessem misturados, um processo que não é isento de falhas.

Por sua vez, no controlo pós-produção, fazia uma média de ppm: juntava vários lotes, reduzia-os a pó e analisava os ppm contidos nesta mistura. Ora isto permitia que, por exemplo, um lote com 90 ppm se misturasse com vários lotes de 10 e 20 ppm e se obtivesse uma média segura. O facto é que sairiam para o mercado lotes com 90 ppm, mas marcados como “gluten free”.

Pressionada pelos grupos de advocacia de celíacos, a General Mills comprometeu-se entretanto a tentar comprar aveia de produtores que não cultivem cevada e aveia certificada. Contudo, continuarão a analisar vários lotes juntos de modo a chegar a uma média de ppm.

Pensei então que o problema reportado hoje nas notícias tivesse a ver com esta situação, mas não. A General Mills está a fazer o recall de alguns lotes cuja farinha de aveia foi contaminada com farinha de trigo  durante o seu transporte  na fábrica de Lodi, na Califórnia.


Reflectindo em todos estes pontos, parece-me de louvar que esta empresa queira tornar os seus produtos acessíveis a celíacos, alérgicos e sensíveis ao glúten (afinal, a empresa não criou uma versão gluten free, mais cara, mas sim estava a transitar os Cheerios habituais para não conterem glúten). Obviamente, isto por questões de lucro, afinal são uma empresa particular. O que me parece também é que a segurança alimentar não foi bem avaliada e são vários os problemas de contaminação que afectam estes produtos. A questão do seu consumo não se coloca em Portugal pois não são comercializados cá, mas se fossem, neste momento e com as informações de que disponho, não os compraria.


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1 comentário:

  1. Lucente, também vi essas notícias com óbvia preocupação. Espero que os nossos empresários, caso decidam, avançar com produção sem glúten o façam em linhas próprias e de acordo com a legislação em curso. é gravíssima a ingestão permanente de mínimas quantidades de gluten mesmo que não leva a qualquer sintomas.

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