Hoje de manhã ao passar os olhos pelas notícias no meu
Facebook, li que a General Mills estava a recolher alguns lotes dos cereais
Cheerios Gluten Free por suspeita de contaminação. Ainda há cerca de duas
semanas tinha lido um post no blog Gluten Free Homemaker acerca deste mesmo
produto e de como vários celíacos se queixavam de sintomas após a sua ingestão.
O problema que se detectou na altura foi que os métodos de
confecção dos Cheerios não seria o mais adequado: a empresa que os produz usa farinha de aveia como ingrediente principal, no entanto, por
alegada falta de matéria-prima, não usava grãos de aveia certificados como sem
glúten. Fazia, em vez disso, uma filtragem de grãos para eliminar possíveis
grãos de trigo ou cevada que viessem misturados, um processo que não é isento
de falhas.
Por sua vez, no controlo pós-produção, fazia uma média de
ppm: juntava vários lotes, reduzia-os a pó e analisava os ppm contidos nesta
mistura. Ora isto permitia que, por exemplo, um lote com 90 ppm se misturasse
com vários lotes de 10 e 20 ppm e se obtivesse uma média segura. O facto é que sairiam
para o mercado lotes com 90 ppm, mas marcados como “gluten free”.
Pressionada pelos grupos de advocacia de celíacos, a General
Mills comprometeu-se entretanto a tentar comprar aveia de produtores que não
cultivem cevada e aveia certificada. Contudo, continuarão a analisar vários
lotes juntos de modo a chegar a uma média de ppm.
Pensei então que o problema reportado hoje nas notícias
tivesse a ver com esta situação, mas não. A General Mills está a fazer o recall
de alguns lotes cuja farinha de aveia foi contaminada com farinha de trigo durante o seu transporte na fábrica de Lodi, na Califórnia.
Reflectindo em todos estes pontos, parece-me de louvar que
esta empresa queira tornar os seus produtos acessíveis a celíacos, alérgicos e
sensíveis ao glúten (afinal, a empresa não criou uma versão gluten free, mais cara, mas sim
estava a transitar os Cheerios habituais para não conterem glúten).
Obviamente, isto por questões de lucro, afinal são uma empresa particular. O
que me parece também é que a segurança alimentar não foi bem avaliada e são
vários os problemas de contaminação que afectam estes produtos. A questão do
seu consumo não se coloca em Portugal pois não são comercializados cá, mas se
fossem, neste momento e com as informações de que disponho, não os compraria.
Mais info:
Lucente, também vi essas notícias com óbvia preocupação. Espero que os nossos empresários, caso decidam, avançar com produção sem glúten o façam em linhas próprias e de acordo com a legislação em curso. é gravíssima a ingestão permanente de mínimas quantidades de gluten mesmo que não leva a qualquer sintomas.
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