Imagem retirada da Net |
Uma amiga minha, cujos problemas de saúde poderiam ser explicados por uma condição associada ao glúten e que está no processo de obter um diagnóstico, comentou comigo que uma outra amiga dela lhe tinha dito que ela não podia ser doente celíaca porque tem peso a mais. Este é um dos maiores mitos à volta das condições associadas ao glúten, a sua ligação apenas a quadros de desnutrição.
Já vários estudos confirmaram que tal não é correcto, mas a noção persiste entre médicos menos informados: este recente estudo inglês conclui que "uma porção significativa de doentes celíacos (quase metade dos afectados) tinham um índice de massa corporal superior a 25 aquando do seu diagnóstico. Comparadas com os homens, as mulheres têm um índice mais alto e têm mais probabilidade de serem obesas (IMC igual ou maior de 30)." Um caso clínico argentino de 2012 reporta cinco pacientes com obesidade mórbida que descobriram ser doentes celíacas em exame endoscópico de rotina enquanto se preparavam para uma cirurgia bariátrica.
Já vários estudos confirmaram que tal não é correcto, mas a noção persiste entre médicos menos informados: este recente estudo inglês conclui que "uma porção significativa de doentes celíacos (quase metade dos afectados) tinham um índice de massa corporal superior a 25 aquando do seu diagnóstico. Comparadas com os homens, as mulheres têm um índice mais alto e têm mais probabilidade de serem obesas (IMC igual ou maior de 30)." Um caso clínico argentino de 2012 reporta cinco pacientes com obesidade mórbida que descobriram ser doentes celíacas em exame endoscópico de rotina enquanto se preparavam para uma cirurgia bariátrica.
Logo e porque nem todos os celíacos ou sensíveis ao glúten são magros; deixo hoje um testemunho de uma jovem americana que chegou a um diagnóstico de doença celíaca porque ganhou peso, ao invés de perder.
“Tudo começou no início deste ano, eu tinha ganho mais ou menos 10 quilos, dependia do dia. No início, pensei que fossem quilos do Natal, ou do tempo em que tinha estado a recuperar de uma fractura por volta do dia de Acção de Graças e ter deixado de ser tão activa. No entanto, aumentei os meus níveis de actividade, e comia de maneira ainda mais saudável do que o normal, mas os quilos não desapareciam, na realidade eu ainda ganhei um pouco mais de peso. A coisa mais estranha foi que todo o meu ganho de peso estava no abdómen, e eu costumo ganhar peso primeiro na cara. As minhas roupas não serviam bem, e eu sentia-me como se a minha barriga estivesse sempre inchada.
Tudo se precipitou quando me pesei numa manhã de sexta-feira para ver como tinha valido a pena a minha semana de dieta e exercício, para ver apenas que tinha ganho três quilos. O QUÊ?!? No total, eu tinha ganho 12-15 quilos desde o nosso casamento em Junho passado, dependendo do dia. Isso não era normal para mim. Normalmente, sou bastante consistente com o meu peso.
Sendo que há um histórico de problemas de tiróide na minha família, o que pode ser uma causa de ganho ou perda de peso inexplicável, eu queria fazer análises. Na minha pesquisa no Google sobre o ganho de peso inexplicável, também me deparei com algo mais: Doença Celíaca. De acordo com a Mayo Clinic, a doença celíaca é uma alergia ao glúten, e faz com que seu intestino seja basicamente desgastado, e fique incapaz de absorver nutrientes. O glúten é encontrado principalmente no trigo, cevada, aveia e centeio.
Eu sabia um pouco sobre a doença, porque a filha da minha amiga Amy foi diagnosticada em criança, e a Amy gere o blog Savvy Celiac para aumentar a consciencialização sobre a doença. Entrei em contacto com a Amy e perguntei-lhe se os meus sintomas pediam que fizesse análises quando fosse ao médico, e ela disse que sim. Ela alertou-me também para o facto de alguns médicos estarem muito desinformados sobre a doença, e poderem tentar dissuadir-me de fazer o teste, mas que eu deveria insistir.
A Amy estava certa. O médico que consultei (não era o meu médico habitual) estava hesitante em pedir a análise dizendo que a maioria das pessoas que têm doença celíaca, perdem peso, não ganham (um grande mito, aprendi eu). Contudo, insisti em fazer a análise, nem que fosse apenas para ter paz de espírito. Eu tenho um bom seguro de saúde, eu iria fazer análises de sangue de qualquer maneira, o que era mais um teste?
Ele concordou pela minha insistência, e quando recebi os meus resultados na semana seguinte, tinha um exame positivo para Doença Celíaca. O valor normal superior era 20, e o meu teste estava a 132. Estava tão contente por ter insistido em fazer essa análise.
Na quinzena seguinte, fiz a biópsia do intestino delgado, que se revelou positiva para doença celíaca. Encontrei-me com uma enfermeira de gastrenterologia que me falou mais sobre como a minha dieta teria que mudar. Ela disse-me que, por causa do dano significativo do meu intestino, eu precisava de entrar numa dieta restrita, "sem uma migalha de glúten".
Ao longo de todo este processo, eu lembrei-me de como deveria estar contente por ter insistido em ser testado para esta doença, por ter mantido a minha posição na visita inicial ao meu médico. Pensei no sofrimento e angústia que teria passado por se não tivesse tido a Amy como um recurso para saber que esta condição poderia estar a afectar-me.
Sem tratamento e sem uma dieta adequada, a doença celíaca pode causar danos ao cérebro, sistema nervoso periférico, ossos ou fígado. Ela pode também causar infertilidade e aumentar a probabilidade de se desenvolver cancro.
Como disse anteriormente, a doença celíaca não é algo que muitos médicos fora da especialidade conheçam bem e, muitas vezes, é mal diagnosticada. Os sintomas traduzem-se em situações que muitos pacientes nem sequer referem: inchaço, gases, diarreia, ganho ou perda de peso, só para citar alguns.
No curto espaço de tempo em que desenvolvi a doença celíaca, aproximadamente nos últimos 12-18 meses, suponho eu, descobri que, actualmente, o meu intestino delgado não têm sinais de vilosidades (os dedos pequenos que absorvem alimentos e nutrientes), e sofri perda de densidade óssea significativa, que não pode ser substituída, incluindo 20% na coluna. As minhas vilosidades vão voltar a crescer no próximo ano, porque vou manter uma rigorosa dieta isenta de glúten, a minha massa óssea, no entanto, nunca vai voltar.
O motivo que a Jen tinha para que eu partilhasse esta história com vocês, é para que ela possa abrir os olhos para esta condição que possa existir em si, um amigo ou familiar. Não quero que ninguém tenha que sofrer com esta doença e se sinta tão lento, inchado e desagradável como eu me senti antes do diagnóstico. Também não quero que mais ninguém tenha que suportar as repercussões permanentes da doença celíaca como eu.”
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2 comentários:
obrigada pelo teu testemunho,há 8 anos que ando doente e ninguém ainda descobriu o que tenho. mudei de médico agora e ando a fazer novos exames. pelo que tenho visto na net estou muito desconfiada que possa ser essa doença.vou nos próximos dias fazer o exame do intestino, e ver o resultado que dá.é engraçado porque o médico tem perguntado sempre se tenho perdido peso,mas não,tão depressa tenho muita fome (que me apetece devorar tudo)como não tenho fome nenhuma.tenho a barriga inchadissima,o que me faz muita confusão.sempre tive a barriga lisinha.vou ficar á espera do exame e logo se vê.mais uma vez obrigado pela tua história.
Obrigada pelo feedback! Espero que um diagnóstico saia rápido e a saúde se reponha.
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