Há já algum tempo que procurava “acertar” com a receita dos
moletinhos. Para os bracarenses, esta é uma das mais reconhecidas referências gastronómicas locais: vendidos apenas por ocasião das festas de São Vicente e de São José
(dia do Pai) assemelham-se ligeiramente aos pães de leite, mas têm um sabor
particular. Diz-se que são criação da Doçaria de São Vicente, e apesar de, hoje
em dia, se venderem em quase todas as pastelarias, com várias disputando o
título do “Melhor Moletinho”, o facto é que a receita não é muito sabida fora
deste comércio.
Quando fiz o bolo-rainha, com a sua massa tão versátil,
pensei que, com algumas alterações, poderia recriar os ditos moletinhos. Pus mãos
à massa, literalmente, e foi um sucesso: pela falta do glúten, não serão
iguais, mas o sabor e a memória estavam lá. A farinha Mix Brot Dunkel continua a não deixar
créditos por mãos alheias e, no dia seguinte, os moletinhos mantinham a sua
textura e frescura, como se tivessem sido comprados na pastelaria.
Obviamente, para quem não tem restrições alimentares com o
glúten, é muito mais fácil e parte de uma tradição ir comprá-los à Doçaria de
São Vicente. Mas estes os meus filhos podem comer e, além disso, posso fazer
moletinhos em qualquer altura que isto é coisa que merece ser provada mais do
que duas vezes ao ano.
Ingredientes:
Isco
100 gramas de farinha Proceli
85 ml leite/leite morno de amêndoa Provamel
5 gramas de fermento fresco Levital
Desfaça o fermento no leite, junte a farinha, misture bem e guarde num recipiente fechado durante, pelo menos, três horas.
Massa:
100 gramas de farinha Mix B Schar
150 gramas de farinha Proceli
100 gramas de farinha Mix Brot Dunkel Schär
6 gramas de psílio em pó Finax
4 ovos M
125 gramas de leite/ leite de amêndoa Provamel
25 gramas de vinho do Porto
10 gramas de fermento fresco Levital
40 gramas de mel
125 gramas de açúcar
80 gramas de manteiga/ margarina Vitaquell amolecida
Raspa de uma laranja
2 colheres de chá de canela
Para pincelar:
1 gema
Leite/ leite de amêndoa q.b.
Tire a manteiga/ margarina do frigorífico e reserve.
Junte as farinhas com o psílio, o açúcar, a canela e as raspas da laranja. Reserve.
Na cuba da sua máquina do pão junte o fermento desfeito no leite, o mel e o vinho do Porto. Acrescente os ovos batidos e, depois, a farinha reservada. Ligue no programa Massa (na minha máquina demora 28 minutos); passados cinco minutos, acrescente o isco; cinco minutos depois, acrescente a manteiga/ margarina amolecida.
No final do programa, coloque a massa numa tijela, tape com um plástico e leve ao frigorífico durante, pelo menos, oito horas.
Coloque a massa em cima de papel vegetal oleado com azeite e faça bolas com 35 a 40 gramas cada. Coloque-as numa forma quadrada alta, forrada a papel vegetal, encostadas umas às outras.
Coloque a forma dentro do forno desligado, com uma tijela com água a ferver, durante 1H30 a duas horas para levedar outra vez. Terminado esse tempo, pincele com a gema misturada com o leite.
Vai de novo ao forno pré-aquecido a 200ºC, passados 5 a 10 minutos reduza para 180ºC e deixe cozer mais 20 a 25 minutos. Se começar a ficar muito tostado, cubra com papel de alumínio. Quando estiverem prontos, faça um arrefecimento gradual; estando morno, pincele os moletinhos com geleia de marmelo aquecida.
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