Finalmente, um blog. Nem sei bem porque o faço, entre trabalho e família, não me sobra muito tempo, mas às vezes a motivação aparece donde menos esperamos. Neste caso, foi pela oferta de uma máquina fotográfica com função de macro, que o meu pai, devoto da fotografia, achava que eu já merecia pelas fotos jeitosas que tenho feito dos netos. Assim que a vi pensei cá para os meus tachos: hum, macro, dá mesmo jeito para registar as minhas experiências culinárias na vida sem glúten que levamos… sem glúten? O que é isso perguntará um leitor menos conhecedor do fascinante mundo das intolerâncias alimentares? Calma, já lá vamos. Desde que o meu filho mais velho foi diagnosticado há 3 anos, que a informação que reuni dá para encher uma sebenta A5, daquelas da capa preta, dos tempos da escola antiga.
E por isso também inicio este blog. Porque o diagnóstico foi o fim de uma angústia, mas também o início de uma pesquisa que parece não terminar. Porque quem se inicia na vida sem glúten, parece enfrentar um deserto de ideias ou informação e qualquer ajuda é apreciada. Mas não tem que o ser, e por isso um blog parece-me uma óptima ideia para partilhar informação que, para um intolerante ao glúten, é preciosa para tornar o seu dia-a-dia mais similar ao das outras pessoas. Porque não gosto de ver o meu filho a olhar enquanto os outros comem o que ele não pode comer, devemos todos os afectados por esta situação, fazer um esforço para que a vida sem glúten deixe de ser vida alternativa. Chamem-lhe mau feitio se quiserem, eu chamo-lhe inconformismo. E como dizem os outros, “informação é poder”.
Post Scriptum: há quem diga doença celíaca, há quem diga sensibilidade ao glúten, há quem diga alergia ao glúten/trigo e estão correctas enquanto se referirem a patologias diferentes. As Definições de Oslo vieram clarificar todo este léxico e aconselho a sua leitura. O meu filho tem um diagnóstico de doença celíaca, mas não é um termo com que me sinta confortável porque, desde que faça a dieta, não é um doente. O termo atribuído pelo Dr. Alessio Fasano e a sua equipa- espectro de condições associadas ao glúten- parece-me muito melhor.O meu filho é saudável, só não pode consumir alimentos com glúten. Como me disse a médica dele quando me ligou a informar do resultado da biopsia ao duodeno, “estou-lhe a dar boas notícias”.
Obrigada por criar este blog, já me foi bastante útil! De uma mãe para outra...
ResponderEliminarObrigada, é sempre bom ter feedback de quem vem cá!
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