O post de hoje traz um artigo do site Celiac.com sobre uma situação conhecida de muitos doentes celíacos: os diagnósticos sucessivos e erróneos que lhes são feitos até chegarem à verdade.
"Sabe quais são os erros
de diagnóstico mais comuns na doença celíaca?
Imagem retirada da Net |
O facto da doença celíaca ser frequentemente mal
diagnosticada não é uma surpresa para quem já passou pelo que, muitas vezes, é
um processo de diagnóstico longo e tortuoso. Os sintomas da doença podem ser
vagos, e podem espelhar sintomas de numerosas outras condições.
Mesmo que a consciencialização sobre a doença celíaca esteja
a melhorar, e os rastreios sejam mais comuns, os erros de diagnóstico continuam
a acontecer com as pessoas que, eventualmente, são diagnosticados com esta
condição.
Os diagnósticos errados mais frequentes incluem:
Síndrome do intestino irritável (SII): aos doentes celíacos é-lhes
dito muitas vezes que sofrem de SII quando, na realidade, têm doença celíaca.
Na verdade, a SII é o erro de diagnóstico mais comum entre as pessoas com
doença celíaca.
Doença inflamatória intestinal (DII): em segundo lugar, a
doença inflamatória do intestino é outro erro de diagnóstico comum das pessoas
que realmente têm a doença celíaca.
Doença do refluxo gastro-esofágico: as pessoas com esta
doença não têm maiores taxas de doença celíaca do que o resto da população. No entanto,
uma percentagem bastante alta de pacientes com doença celíaca
recém-diagnosticados tem refluxo e / ou falta de motilidade do esôfago; o que
pode explicar a alta prevalência de sintomas de refluxo em pacientes com doença
celíaca, e o erro de diagnóstico comum de doença do refluxo gastro-esofágico.
Úlceras: as úlceras são, muitas vezes, erroneamente suspeitas,
bem antes da doença celíaca ser finalmente diagnosticada.
Gastroenterite viral: Outra condição que, frequentemente, os
médicos suspeitam muito antes de suspeitarem de doença celíaca, é a
gastroenterite viral.
Síndrome da fadiga crónica: a fadiga é uma queixa comum de
muitas pessoas com doença celíaca, talvez, por isso, seja compreensível que muitos
doentes com esta condição tenham tido um diagnóstico de fadiga crónica, ao invés
de um diagnóstico preciso de doença celíaca.
Alergias: muitas pessoas são erroneamente diagnosticadas com
alergias ambientais muito antes de serem diagnosticadas com a doença celíaca.
Infecção parasitária: os sintomas de doença celíaca podem
espelhar outros de infecção por parasitas intestinais, o que é uma razão para
muitos doentes celíacos fazerem análises à presença de parasitas muito antes de
serem rastreados para a doença celíaca.
Vesícula biliar: os sintomas da doença celíaca podem
espelhar os sintomas da doença da vesícula biliar, logo é por isso que muitas
pessoas que, na realidade, têm a doença celíaca se encontram diagnosticadas com
problemas de vesícula.
Colite: Outro culpado comum para um diagnóstico errado é a
colite, que compartilha muitos sintomas com a doença celíaca.
Fibrose cística: muitas pessoas não se percebem que, em
vários casos, os sintomas da doença celíaca podem levar os médicos a suspeitar
de fibrose cística, ao invés de doença celíaca, prolongando assim o
diagnóstico, tratamento e recuperação.
Disfunção psicológica: em muitos casos, os sintomas da
doença celíaca podem ser tão difíceis de definir que os médicos perguntam- se
os sintomas não estão na cabeça do paciente. Na sua busca pelo diagnóstico,
muitos doentes com esta condição têm sido encaminhados para um psicólogo, em
vez de avaliadas para a doença celíaca.
Intolerância à lactose: A intolerância à lactose é um erro
de diagnóstico comum em pacientes com doença celíaca, porque a lesão da mucosa intestinal
pelo glúten deixa-os incapazes de digerirem produtos que contém lactose.
Além de serem frustrantes e dolorosos, os erros de
diagnóstico na doença celíaca são um grande problema porque, deixados sem
resolução, os danos causados pela doença
continuam a aumentar, podendo evoluir para outros problemas de saúde e
bem-estar."
Outros artigos:
Delays in Diagnosis of Celiac Disease Worry Experts
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5 comentários:
Lucente, não podia concordar mais. De facto: Estima-se que o estabelecimento do diagnóstico definitivo leve em média 11 anos (com muitos outros diagnósticos, alguns correctos mas apenas concomitantes e não a base do problema), desde a primeira manifestação, permanecendo muitos indivíduos por diagnosticar. Obrigada. Irei partilhar.
Deve ser uma situação mesmo má! O desconforto e a dor ocasionais já põem uma pessoa mal disposta e irritável, de forma crónica... Nem consigo imaginal. Desesperante, mesmo.
Sinto que cada vez mais as pessoas sabem algo sobre isso, ainda que continue a estar (o conhecimento geral) um bocado aquém.
Não sabia que era assim tão padrão ser «confundido» com disfunção psicológica! Ou mesmo com intolerância à lactose, apesar de perceber porquê. Achei interessante ler isto, expões artigos que gosto de ler (e acabo por nunca o fazer se não fores tu :P) :)
Fiquei surpreendida com o comentário acima! 11 anos? Eu sei que é difícil, mas 11 anos é muita coisa...
Sim, Avelã, em média 11 anos... E como média que é, para cada pessoa que demorou 2, 3 anos a ter o diagnóstico há outras tantas que levaram 20, 30 anos. Nas etiquetas no blog, na etiqueta de testemunhos, há vários relatos destes, e o problema é que os atrasos no diagnóstico aumentam a probabilidade de aparecerem outras doenças auto-imunes e não só.
Ovário policístico, perda óssea no maxilar, tendinite, os desmaios na infância eram por causa de vermes.... Mas nunca ninguém suspeitou de Doença Celíaca e quando tirei o glúten tudo sumiu!!!!
Vivia com dores cada vez mais intensas nos ossos e articulações, a minha vida era um inferno, até que aos 50 anos, por ter lido sobre alguns dos sintomas da doença celíaca, resolvi experimentar retirar a farinha de trigo da alimentação durante um mês. Passei do inferno para o céu, é como posso descrever o mal que me fazia o glúten. Além de deixar de ter dores, porque a saúde do meu intestino melhorou bastante, devido a absorção correta de todos os nutrientes e vitaminas, passei também a ter mais facilidade em compreender e memorizar tudo o que preciso para ter uma vida psicológica mais saudável.
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